Apesar do padrão que tem, Fernando Green Wood viveu toda sua vida na miséria. Aos sete anos foi abandonado pelos pais e obrigado a morar na rua.
Tudo oque conseguiu conquistou sozinho. Vendia bala no sinal e guardava o seu dinheiro. Aos dezesseis an...
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A ansiedade sobre o meu futuro não é uma coisa fácil de controlar. Mesmo vivendo toda a minha vida nesse jogo de gato e rato ainda é frustrante. Como a primeira filha do Cerveau essa definitivamente não é a primeira vez que ameaçam minha vida, no entanto, nunca fui mandada para longe dessa forma. Isso piora ainda mais as coisas. Felizmente eu tenho a ajuda do Abismo, algum instinto me diz que posso confiar neles.
Perdi o ar ao chegar no complexo do clube, havia homens espalhados por todo o clube e gritos reverberavam pelo lugar transformando a entrada em uma verdadeira balbúrdia. Senti que Fernando se tornou tenso ao observar a situação.
- Há algo errado, não é? - reconheci com a garganta seca - Pelo amor de Dios me diga oque está acontecendo. - implorei notando a sua preocupação ao olhar em volta e tirar o capacete
Ele desceu da moto e guardou as chaves no bolso. Eu estava nervosa, muito nervosa e com muita vontade de me esconder. Deixei a moto tomando o cuidado pra não cair devido as pernas fracas. Fernando não me respondeu, ele entrelaçou nossos dedos e saiu me puxando para uma direção que nem imagino.
Apertei sua mão buscando força. Conforme adentrávamos a multidão as vozes misturadas ficavam mais altas. De repente ele parou. Foi tão abrupto que acabei colidindo com suas costas. Pisquei me recompondo.
- Mas que merda tá acontecendo aqui? - rosnou a pergunta - Alexandre não quis me falar nada pelo celular.
Olhei sob o ombro dele vendo o vice presidente
- Achei o traidor. - responde falando alto por conta do barulho - O prez quer todos nós na caverna agora para discutir os detalhes. - avisa
- Mas quem é? - inquiriu impaciente - Diga de uma vez.
O homem ficou quieto por alguns segundos. Olhou ao redor fazendo uma careta pelo barulho incomodo.
- Matthew! - insistiu
- Foi o Spencer - respondeu com um suspiro baixo
Fernando praguejou e olhou ao redor nervoso. Vi que o outro motoqueiro deu as costas e foi embora. Respirei fundo sem saber oque fazer em meio a toda aquela bagunça.
- Eu vou te levar até o seu quarto. - quebra o silencio. Como antes, ele gira os calcanhares e volta a me puxar pela mão
- Você tem que ir pra reunião. - falei me referindo a aquela tal de caverna que Matthew havia falado - Pode ir, eu posso ir sozinha. - assegurei
- De jeito nenhum! - nega empurrando alguns caras pra poder passar - Você está usando apenas um sobretudo com a porra de uma camisola por baixo - lembra - Nem fodendo que vai andar sozinha por aí correndo o risco de todos te verem.
