Capítulo 30

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    Abri os meus olhos, sentindo meu corpo pesado

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    Abri os meus olhos, sentindo meu corpo pesado. Fiz uma careta com o incomodo da claridade da minha visão, mas me esforcei para entender oque estava acontecendo. 

   Havia uma chance mínima do meu pai ter descoberto a minha fuga, e depois ido atrás de mim e me sedado pra me ensinar uma lição? Não. Não me iludiria assim. 

    Me sentei na cama e apoiei a minha mão na cabeça sentindo ela latejar. Meus pensamentos e lembranças ainda estavam embaralhados. A última coisa que me lembro foi de estar no táxi e de repente, o motorista parou. Não, ele foi parado. Vários homens armados apareceram, um deles pressionou um pano com um cheiro forte na minha boca, então apaguei.

    Meio desnorteada ainda, me levantei e olhei ao redor. Estava em um quarto espaçoso e bem bonito. Os lençóis eram vermelhos e as cortinas de veludo, uma janela deixava a luz da manhã entrar iluminando o cômodo que deveria ter sido projetado para ser aconchegante, mas para mim não era. 

     Nervosa para me tirar daquela situação em que me coloquei, comecei a procurar ao redor por alguma forma de escapar. 

     Corri até a porta do quarto e forcei a maçaneta mas ela estava trancada. Não perdi tempo e fui até a janela, no entanto ela estava vedada com grades de metal. 

                 - Droga! - praguejei irritada - Oque eu vou fazer? - murmurei a pergunta a mim mesma buscando me concentrar - Já sei! 

      Fui até na parede ao lado direito da cama onde eu já tinha visto que era um banheiro. Tentei abrir a janela mas é claro que estava tapada, com as mesmas grades. 

      Frustrada, baixei os olhos e me empolguei com oque vi. No canto, ao lado da privada tinha uma ventilação, pequena, mas estreita o bastante para que eu conseguisse passar. 

      Me abaixei e comecei a tentar desenroscar os malditos parafusos. As minhas mãos estavam tremulas, oque dificultou o processo, porém eles não estavam apertados, então conseguiria remove-los com êxito. 

      Um bom tempo se passou até que consegui retirar o primeiro. Comecei a ficar nervosa, se alguém aparecesse eu estaria morta. A inquietação apenas aumentou a minha dificuldade em retirar as peças e deixou a minha respiração desregulada. 

       Eu iria morrer. Não quero morrer. Eu entendi os riscos que eu estaria correndo antes de sair da mansão, mas mesmo assim estou apavorada. Não quero morrer dessa forma, longe de todos os que amo. Meu pai nem sabe aonde estou, ele vai pensar que eu fugi como já fiz muitas vezes e é capaz de nem me procurar. Estou sozinha. 

       Meus olhos ficam nublados, mas continuo o trabalho mesmo não enxergando os parafusos. Mordi os lábios pra conter os soluços. Não podia fazer barulho, tinha que me controlar. Preciso me conter ou acabarei estragando minhas chances de fuga. Consegui. 

       Todos os parafusos foram removidos. Sorri sem folego, e com calma, retirei a placa de metal e a coloquei no chão, tendo cautela pra que não fizesse barulho. Observei o espaço escuro, era apertado mas conseguiria passar. 

Intensidade (MC ABISMO  Livro 2)Where stories live. Discover now