Capítulo 7

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               - Não sei da onde vamos tirar tempo pra isso - Alexandre reclama - É tão inútil mas não posso negar - suspirou - Seria um desrespeito.

      Peguei minha garrafa de cerveja gelada. A música estava alta e o ambiente estava agitado por ser um final de semana. Olhando para o palco podia ver uma mulher dançando na barra de strip atiçando os caras. 

              - Nunca entendi a finalidade dessa circo todo - apontei voltando a me concentrar no prez - Isso tudo é só  uma forma de incendiar a rivalidade - disse me referindo a confraternização de moto clubes que acontecia de quatro em quatro anos.

       Se trata basicamente de um show. Um festival com muita música onde todos os membros de todos os clubes podem se divertir e aproveitar. De início isso servia como uma desculpa pra unir todos apesar das diferenças, mas depois de um tempo, se tornou pura provocação. A pior parte com certeza era ter que aturar os gárgulas andando no mesmo ambiente que nós, tirando essa parte, o evento era bacana.

              - Alguns presidentes ainda acreditam que esse showzinho reforça a lealdade - comenta - Uma forma sádica de dar a impressão que temos que nos unir contra os tiras - da de ombro - É uma palhaçada, mas não há como recusar a cem anos de tradição.

              - Cento e vinte. - corrijo sabendo que ele odeia isso. Sorrio bebendo a minha cerveja bem feliz por irritá-lo

              - Foda-se! - rebateu um tanto quanto contrariado. Revirou os olhos e tornou a beber a sua bebida enquanto secava a dançarina que estava se apresentando

        Era realmente uma merda essa situação. O moto clube Abismo foi fundado a oito anos atrás, por isso nós só tivemos a oportunidade de participar desse evento uma vez. E não foi nada bom. Depois da briga que aconteceu, não é surpresa que Alexandre não esteja animado pra participar dessa merda.

               - Oi meninos! - escutei a voz  feminina atrás de mim, não reconheci - Estão se divertindo? - olhou de Alexandre pra a garota no palco. Pareceu compreender imediatamente

              - Acho que ele está apenas observando por enquanto - chamei a atenção pra mim - Deve estar pensando se aguenta o tranco, ou vai dar broxar - provoquei o ruivo que desviou o olhar da morena no palco e levantou o dedo num gesto obsceno 

              - Gostou da performasse, prez? - a garota loira perguntou com um sorriso insinuativo. Em seguida começou a olhar para a dança que a mulher estava fazendo

               - Vocês são ótimas no que fazem - elogiou. Angel de inicio não teve reação, mas depois sorriu parecendo feliz em ouvir aquilo - Não é atoa que são parte da família. 

      Ela não disse nada, parecia em transe com algo. Não prestei muito atenção e voltei a assistir a dança da morena. Não estava muito concentrado naquilo, mas era divertido ver os novatos com o queixo caído.

              - Vocês aqui tratam as garotas como parte da família? - a loira chamou nossa atenção com a pergunta inusitada. Parecia incrédula. 

             - A maioria de vocês são só funcionárias - foi Alexandre quem respondeu - Mas as que são leais ao clube se tornam dignas da nossa lealdade e proteção. 

     A jovem garota não disse nada. Abaixou a cabeça parecendo querer assimilar a declaração do presidente. Nesse momento, Alexandre implementou: - Se me dão licença...- deu um ultimo gole na sua bebida antes de coloca-la na mesa. Piscou para nós - Vou aproveitar a família - zombou e com um sorriso libertino o idiota saiu em direção ao palco 

Intensidade (MC ABISMO  Livro 2)Onde histórias criam vida. Descubra agora