Capítulo 11

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   "Significa mais do que imagina

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   "Significa mais do que imagina."

   Essas palavras sobrevoaram a minha mente por bastante tempo me trazendo uma enxurrada de lembranças como em um déjà-vu. Uma sensação estranha como uma paralisia tomou o meu corpo. Por um breve momento fui transportado para anos atrás naquele hotel chique em Paris onde nos conhecemos.

   "Obrigada... Você nem me conhece, mas foi muito compreensivo e cuidadoso comigo. Significa mais do que imagina."

    Camille não disse aquilo com intensão de soar sedutora ou fazer um tipo de jogo psicológico de paquera. Foi a única vez em toda aquela noite que tive certeza de que ela estava sendo cem por cento sincera comigo. Todo o resto a respeito de seus motivos era uma enorme página em branco que, até agora, não tinha o menor interesse em descobrir.

      Foi no momento em que ela disse isso que tomei coragem para encarar seu rosto. Meu corpo tremeu. Havia machucados em seu rosto, vi de relance mas não tive tempo para perguntar pois ela fechou a porta sem esperar que eu dissesse algo.

      Não permiti que trancasse, assim que Camille fechou a porta, levei minhas mãos a maçaneta e a empurrei. Ela estava atrás da madeira e deu um pulo para trás para evitar de ser atingida por ela e em seguida me escarou estupefata mas não disse nada. Minha mente estava fervendo em pensar que alguém a tocou, a feriu.

               - O que aconteceu com o seu rosto? - pergunto num grunhido. Minha respiração estava pesada enquanto me esforçava para me manter longe dela

       Camille não me responde de imediato, no entanto noto quando morde os lábios nitidamente desconfortável com a pergunta.

               - Nada de mais - ela desvia o olhar nervosa e aquilo é como uma maldita confissão para mim. Observo-a afastar de mim e tentar esconder o rosto o virando para o outro lado - Só acabei caindo e me machuquei

     Aquela era a desculpa mais clássica e ridícula do mundo. Cerro os punhos ainda mais furioso por ela estar me ocultando a verdade. Um sentimento ruim e escuro se apossou do meu corpo, senti me possuído. Dei um passo para sua direção.

               - Diga a verdade, Camille - era para ser um pedido mas saiu em um tom de ordem. Minha voz soava estranha

             - Estou falando a verdade - firma levando os olhos azuis para os meus. Percebi que perdeu o ar ao me encarar mas não disse nada. Dei mais um passo até ela - Vá embora, Fernando. 

     Parei no lugar, meus pés me impediram de avançar. Encarei o rosto da garota a alguns passos de distancia de mim. Notei o supercílio cortado assim como sua boca que eu tanto queria beijar. Estava ferida. E quem quer que seja que a feriu a ameaçou. É só isso que eu consigo pensar para Camille não me dizer oque aconteceu.

     Desisti de tentar me aproximar percebendo a sua tensão. Camille não mais me encarava, seu rosto permanecia olhando para o chão fixamente, parecia com medo de olhar para mim. Não a culpo por isso. 

Intensidade (MC ABISMO  Livro 2)Where stories live. Discover now