Capítulo 24

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         Desde a primeira tentativa de sequestro que sofri na França, um medo descomunal surgiu dentro de mim

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         Desde a primeira tentativa de sequestro que sofri na França, um medo descomunal surgiu dentro de mim. Somente pensar em ser levada para um lugar desconhecido já era o suficiente para me fazer perder o ar. Mas tudo oque eu passei nas ultimas horas me fez perceber que nada nunca é como esperamos. É pior. 

        Minha mente fervia, borbulhava com pensamentos inoportunos. Não conseguia apagar todo aquele horror. O sangue, os tiros, os berros, aquilo estava se entranhando em mim. A imagem de Ryder caído com buracos de bala nas costas. Tanta violência, tantos feridos, tantas mortes, por minha causa. Aqueles homens vieram por minha causa, e por mais que eu saiba que não tenho culpa, isso não me isenta da revolta.  

        Revolta do quão azarada consigo ser. Revolta desse mundo criminoso que me torna um alvo por ser filha de quem sou. Revolta por essa guerra mafiosa gerar tantos danos colaterais.

       Quando Fernando me disse que teria que voltar, tive que me controlar muito para me conter porque por dentro entrei em pânico. Em meio a todo esse tormento, ele é a única coisa que me faz sentir segura, que me traz alívio, nos braços dele é o único lugar em que consigo descansar depois de tudo. Não quero perder isso. Não posso.

        Olhei pela janela da aeronave. Fernando estava subindo a rampa, carregando a minha mala consigo. 

                - Pronto! - exclama colocando ela no chão - Essa foi a última. - diz vindo até mim e se sentando no banco na minha frente

                - Como o Félix está? - pergunto enquanto guardava o celular no bolso. Tinha acabado de ligar pra Louise para avisar que estava voltando 

         Fernando se ajeitou na cadeira

                - Ele está no quarto dormindo. - fala apontando com a cabeça - Tem certeza que não é melhor prende-lo? 

         Nego com a cabeça

                 - Félix fica sonolento em voos. - digo com um sorriso - Só vai acordar daqui a três horas no mínimo. 

                - Que beleza! - comemora levando as mãos a cabeça - Eu não estava afim mesmo de voar até a França com uma diaba em pessoa e o seu filhote encapetado. - provoca me encarando com divertimento

         Semicerrei os olhos em sua direção.

                 - O meu cão é um príncipe. - o defendo - Além disso, você é um demônio, está querendo julgar a quem?

        Fernando ri jogando a cabeça para trás. Nesse momento o piloto aparece e nos avisa que vai começar a decolagem. Engoli em seco me sentindo nervosa em voltar, por mais que estivesse com saudade da minha família e da minha amiga, havia coisas que não queria ter que encarar outra vez. 

                - Você está bem? - pergunta notando o meu nervosismo. Cruzo as pernas numa postura elegante 

                - Estou, apenas fico nervosa em voos - minto, não queria verbalizar o meu medo. Já me sentia uma idiota por ter chorado no seu colo 

Intensidade (MC ABISMO  Livro 2)Where stories live. Discover now