Apesar do padrão que tem, Fernando Green Wood viveu toda sua vida na miséria. Aos sete anos foi abandonado pelos pais e obrigado a morar na rua.
Tudo oque conseguiu conquistou sozinho. Vendia bala no sinal e guardava o seu dinheiro. Aos dezesseis an...
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Pouco menos de duas horas que Lambert foi embora deixando eu e Alexandre para trás, nós pagamos um pescador local pra nos levar a Marselha. Não podia aceitar a forma como as coisas ficaram.
Por mais que entendesse a raiva de Oliver, ele não podia me impedir de ficar com Camille. Eu não permitiria.
- Tem certeza que quer continuar com isso? - Alexandre perguntou assim que estacionamos as nossas motos em frente ao portão da mansão Lambert
Sabia que era uma completa insanidade. Conhecia o Cerve a tempo o suficiente pra saber que ele seria capaz de cumprir a sua promessa. Mesmo assim, eu precisava tentar.
- Absoluta. - respondi confiante
Toquei o interfone e fui atendido pelo chefe de segurança, que disse que iria verificar se podia liberar a nossa entrada.
Uns minutos depois os portões se abriram. Alexandre me seguiu embora tenha deixado claro que não queria se envolver. Eu compreendia. Ele é o presidente do Abismo e não poderia apoiar essa afronta, ou o clube poderia ser prejudicado se perdesse o acordo com os Domaine. Apesar de que, internamente eu sabia que, como irmão ele não me deixaria desamparado se precisasse de um reforço.
Atravessando o jardim, a apenas uns metros de distancia da mansão, avistei de longe o gestor do Cerve.
- É bom vê-los. - o homem fala nos cumprimentando com um aperto de mãos.
- Acho que o seu irmão não pensaria o mesmo. - digo sem conter o sarcasmo. Jacques riu assentindo levemente
- De fato, mas admito que estou curioso para saber aonde tudo isso vai dar. Por isso liberei a entrada de vocês.
- É bom saber que alguém está se divertindo. - soltei procurando controlar a irritação
- Não se engane. - se opôs se tornando serio de repente - Não estou não estou do seu lado. Acho oque você fez um tremendo desrespeito, e acho eu que merece muito mais porrada do que levou. Mas... - desvia o olhar suspirando - por algum motivo que não entendo, minha sobrinha te ama, então, vou te dar uma chance de convencer o pai dela.
- Valeu. - agradeço, sem saber oque dizer. Não me importava com oque aqueles franceses idiotas pensavam de mim. A única que me importava era Camille
- Não me agradeça ainda. - sorri em zombaria - Matar o diabo é mais fácil do que convencer Oliver Lambert. Me sigam.
Ignoro oque ele diz. Seguimos até a entrada da casa. Era ainda maior do que eu me lembrava, os móveis modernos e um lustre no teto. Quando entramos na sala, ele avisa que o irmão está no escritório e nos guia até lá.
Ele bate na porta, e assim que recebe a permissão para abrir, me encara e empurra. Oliver está com o rosto abaixado, lendo alguns papéis. Nós três entramos no escritório e, quando o fazemos os seus olhos se erguem, primeiro pousam em seu irmão e depois em mim, então, uma nuvem negra paira sobre eles. Nesse momento tive a certeza de que ele realmente acabaria comigo.
