Apesar do padrão que tem, Fernando Green Wood viveu toda sua vida na miséria. Aos sete anos foi abandonado pelos pais e obrigado a morar na rua.
Tudo oque conseguiu conquistou sozinho. Vendia bala no sinal e guardava o seu dinheiro. Aos dezesseis an...
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O tempo passou tão rápido que quando percebi, o carro já havia parado na frente da mansão. Um dos capangas abriu a porta para que eu saísse, no entanto, fiquei um bom tempo encarando a casa, pensando em quanto tempo que eu não a via.
Por fora eu estava bem, a tentativa de sequestro não foi bem sucedida, não me feri seriamente ao contrário dos muitos homens que estavam lá, era para eu estar alegre, finalmente voltei para casa, á algumas semanas atrás era tudo oque eu queria, mas as coisas mudaram e eu não estava bem. Por dentro eu estava quebrada.
Decidindo por um fim daquele lamento interno, me levantei e sai do veículo. Assim que passei pelos portões da mansão, me deparei com um monte de balões coloridos. Minha amiga e minha irmã estavam na sala. Só de olhar para o seu rostinho infantil era possível ver a sua felicidade.
A minha atenção se deteve nela. Mal podia conter a saudade que sentia da minha pequenina. Nem fechei a porta e saí as pressas, ansiosa para tomar a minha irmãzinha nos meus braços e sentir que eu era amada.
- Você voltou! - exclamou em nosso idioma no meu ouvido me fazendo fechar os olhos devido ao volume da sua voz. A apertei mais no meu abraço
- Senti muito a sua falta, querida. - segurei o seu rostinho e lhe dei um beijo na bochecha redonda - Como você está? - perguntei preocupada devido a tudo oque Louise me contou em uma de nossas ligações
Ela sorriu com os olhinhos negros brilhando
- Eu tô muito bem! - garantiu - Eu comecei a ir pra escola, sabia que estou fazendo balé? eu tenho muitas amigas lá! - começou a dar pulinhos de animação - eu consigo...
- Tudo bem, fadinha. - Louise a interrompeu - Que tal deixarmos a sua irmã descansar da viagem? - Charlotte fez um bico de descontentamento, a babá se abaixou pra ficar na sua altura - Não fique triste, quando voltar da escola nós vamos jantar no jardim, só nós três. - propôs a ela - Oque acha?
A pequena se animou assentindo com a cabeça
- Quem bom, então... - a pegou no colo arrancando risadas dela - vamos tomar um banho, se não vamos nos atrasar.- perde o sorriso de repente e desvia o olhar pra mim - Sinto muito não poder ficar com você, amiga é que...
- Não se preocupe com isso. - a interrompo na mesma hora - Pode fazer o seu trabalho, eu preciso mesmo desfazer as malas.
- Tudo bem, então. Até mais tarde! - ela sorri enquanto se afasta com Charlotte nos seus braços. Sorri percebendo no quão bem cuidada a minha irmã está sendo, ela merecia todo esse amor.
Fechei os olhos e respirei fundo, precisava ocupar a minha mente, e felizmente oque não falta é coisas para fazer hoje. Me virei com a intenção de sair, queria ver como o Félix estava depois de uma longa viagem de jato.
