Capítulo 29

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   Estava um caco, dentro de mim tinha uma confusão tão grande, uma dor tão profunda que era difícil respirar e piorava sempre que pensava nela

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   Estava um caco, dentro de mim tinha uma confusão tão grande, uma dor tão profunda que era difícil respirar e piorava sempre que pensava nela. E saber o pior? Eu sempre penso nela, todos os dias, todas as noites, quando acordo, quando vou dormir, os pensamentos nunca param.

   Deveria me acostumar com isso, eu merecia essa dor. Merecia viver com aquilo. Depois do que fiz, não devia nem pensar em Camille. Eu não mereço as lembranças que tenho com ela.

   Mas oque fazer quanto a isso?

   Se todo lugar que eu passo me lembra ela. Se a minha casa me lembra das coisas que fizemos lá. Se a sala de jogos do clube me faz recordar de quando chorou nos meus braços. Se quando eu entro no bar eu vejo a garota que ela morria de ciúmes. Se quando sento na minha moto eu a sinto atrás de mim, me abraçando. Se quando eu vejo a cidade a noite, eu me lembro do quanto ela ama as luzes noturnas.

   O que fazer quando tudo me lembra ela? Nada

    Fechei meus olhos sentindo a brisa fresca da noite massagear o meu rosto. Estava no terraço do complexo do clube. Pode parecer tortura, mas eu gosto de subir aqui e ver as luzes, gosto de me lembrar, faz o meu subconsciente pensar por um segundo que ela ainda está comigo. Levei o cigarro até a boca e traguei, depois soltei deixando a fumaça se dissipar no ar gélido na noite.

   De repente ouvi o toque do celular. Nem me dei o trabalho de ver quem era e atendi a ligação irritado pela interrupção.

             - Alo? - bradei sem esconder a irritação. A pessoa não respondeu, passou longos minutos em silencio.

   Afastei o celular do ouvido para desligar e gelei ao ver o nome na tela. Meu coração começou a se agitar como se reconhecesse. 

   Em um rompante, posicionei o aparelho no ouvido outra vez e engoli em seco sem conseguir dizer nada. Minha boca pareceu travada. Respirei fundo, abri a minha boca e, forçando minhas cordas vocais a cooperarem entoei o seu nome:

            - Camille. - depois disso a linha ficou em silencio - Camille? - verifiquei a tela tendo certeza que ela tinha encerrado a chamada - Merda! - praguejei jogando o aparelho no chão

    Esfreguei meu rosto com as mãos buscando diminuir a agonia que tomou meu corpo. Estava tremendo. Não podia mas permitir essa situação. Por mais que eu merecesse essa dor, ela não merece. Camille merece que eu fale com ela, que me explique.

    Fui até o celular e me abaixei para pega-lo. A tela estava quebrada, mas de resto funcionava muito bem. Antes que eu pudesse digitar o numero dela, uma mensagem de texto brilhou na barra de notificações. Era Alexandre.

   Com tudo que o clube estava passando, eu não podia me dar o luxo de ignorar uma mensagem do prez. Então, mesmo em contra gosto, abri a mensagem.

      "Ele está na sala c"

     Entendi na mesma hora oque significava. Travei o maxilar e respondi que estava a caminho. Não perderia aquilo.

Intensidade (MC ABISMO  Livro 2)Where stories live. Discover now