Apesar do padrão que tem, Fernando Green Wood viveu toda sua vida na miséria. Aos sete anos foi abandonado pelos pais e obrigado a morar na rua.
Tudo oque conseguiu conquistou sozinho. Vendia bala no sinal e guardava o seu dinheiro. Aos dezesseis an...
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Estava acordada a um tempo, no entanto, em vez de levantar decidi ficar mais um pouco na cama. Fechei os olhos e me permiti ser transportada para dias atrás, quando estava no Abismo com ele.
Quando fomos para sua casa, para a sua cama. A forma como ele me tocou, com selvageria e necessidade. Se eu me concentrar bem, consigo me lembrar da sensação de sentir suas mãos ásperas em mim. Nos meus seios, na minha barriga, meus braços, minha nuca, por todo o meu corpo.
Queria voltar a passar todo o meu tempo com ele, pois, por algum motivo, todo o tempo que passamos juntos não me parecia o bastante. Eu queria mais. Queria dormir com ele, acordar ao seu lado. Esperá-lo voltar pra casa. Eu o queria para mim, totalmente, pra mim.
Quando o conheci, eu senti algo, mas pensei que fosse apenas nervosismo pela loucura que estava fazendo. Mas, quando o reencontrei, senti a mesma coisa outra vez. Não era nervosismo, não era medo, era amor. Fernando, mesmo sem me conhecer, me ajudou, foi gentil comigo e fez de tudo para que a minha primeira vez fosse incrível.
Por mais que diga que não é um homem bom, pra mim não é assim. Nunca foi. Ele se tornou o meu mundo, o ar que respiro. Faria qualquer coisa para estar nos seus braços, com ele dizendo que me protegerá. Queria ouvir ele dizer que me ama, mesmo que seja mentira, eu queria ouvi-lo dizendo essas palavras.
Quando voltei abrir meus olhos eles estavam quentes pelas lágrimas. Senti-as deslizar pelo meu rosto. Junto com o medo que sentia. Não sabia oque seria de mim, mas não poderia ser nada bom.
Uma batida na porta do quarto chamou a minha atenção, tirando me dos meus pensamentos melancólicos.
- Senhorita? - era a voz de Marion
- Entre!
Escutei o barulho da porta se abrindo e, mesmo sem vontade, me ajeitei sobre o colchão. A garota entrou e veio até mim.
- Senhorita, já se passou das cinco e ainda não almoçou. - me repreendeu apontando pra mesa de cabeceira, que continha uma bandeja tampada cheia de comida
- Não estava com fome. - disse jogando minhas pernas para fora da cama. Minha cabeça estava pesada depois de tanto tempo deitada
- Entendo completamente. Quando eu estou ansiosa também não consigo comer nada - comentou com um sorriso
A encarei sem entender oque ela queria dizer com aquilo.
- E por que eu estaria ansiosa? - indaguei confusa. A garota franziu o cenho como se eu estivesse em outro mundo.
- Ainda deve estar grogue de sono. - disse com um sorriso animado - Estou falando do seu casamento, senhorita. - diz me fazendo perder o ar - Vim para ajudá-la a se preparar, a cerimonia vai começar ao por do sol e os convidados não param de chegar.
