A Flor e o Furacão🌺🌪

Babás não convencionais

Diogo 

- Eu prometo que voltamos depois de amanhã,mano. - Clarisse já me disse isso várias vezes e eu continuo concordando com a cabeça. 

- E eu já disse que não precisa se preocupar,mana. Passem o tempo que quiserem por lá que a Clara vai ser muito bem cuidada de cá. - Digo sincero e recebo um beijo na bochecha dela - Afinal somos compadres,não é?Padrinhos servem pra isso,pra cuidarem das afilhadas quando os pais dela querem um tempo a sós pra transar horrores. 

- Diogo! - Ela bate no meu braço e começo a rir - Nós não vamos só transar seu safado,vamos curtir de uma maneira geral,é só um tempo eu e ele que nunca mais tivemos. 

- Eu sei e pode ir tranquila. - Falo me levantando e abraçando ela - Façam uma boa viagem e voltem revigorados em todos os sentidos da palavra. 

- Misericórdia,depois da Paolla você anda mais pervertido ainda,menino! 

- Ela tem esse efeito sobre mim, - Falo com a maior cara de inocente e ela me olha torto - Agora vai logo criatura,vai logo pra não perderem nenhum momento sequer. 

- Tá eu vou lá, - Ela diz animada pegando sua mala e soltando um beijo pra mim - A Clara tá lá em cima assistindo,okay?Fecha a porta direito antes de sair,fui! 

Clarisse sai da casa dela eufórica e eu fico ali parado olhando pra porta. Hoje é meu dia de babá porque ela e o marido vão curtir uns dias de folga em Angra dos Reis e me pediram esse favor e eu como bom irmão,cunhado e padrinho que sou vou tomar conta da Clarinha com muito gosto.

Obviamente essa não é a primeira vez que fico tomando conta da minha sobrinha barra afilhada mas especificamente dessa vez eu vou ter a ajuda da Paolla porque eu vou levá-la pra casa dela e a gente vai curtir esses dias juntos. Pelo menos esse é o meu plano. 

Subo as escadas e encontro a Clara no chão do seu quarto assistindo desenho em seu tablet. Se eu acho isso bom?Não,mas a Clarisse insiste que é o único jeito dela parar quieta e bom,eu não vou interferir na maneira como a minha irmã cria a filha dela. 

- Clara,vamos pra casa da tia Paolla? 

- Vamos! - Ela grita e desliga o aparelho ficando de pé num pulo - Eu posso levar meu amigo coelhinho pra mostrar pra ela? 

- Pode levar o que você quiser. - Digo guardando o tablet dela e pegando o que acho necessário pra que ela passe esses dois dias na casa da minha namorada - Pronto,vamos? 

- Titio eu não tô achando meu amiguinho coelhinho. - Ela fala tristonha e me aproximo da cama dela e olho embaixo mas nada desse tal de coelho estar - Eu não quero ir sem ele. 

- Tem certeza que ele tá aqui no seu quarto? - Pergunto e ela assente duas vezes - Talvez você tenha brincado com ele e tenha o deixado na sala ou em algum outro lugar da casa. 

- Não titio ele tava aqui. - Ela insiste e então começamos uma busca ferrenha por esse coelho. 

Olhamos em todos os lugares do quarto,nas gavetas e até no banheiro mas nada desse coelho aparecer. Quando já estamos desistindo de procurar a Clara acha ele debaixo de um monte de brinquedos e pula feliz da vida por ter achado o que tanto queria. Pego as coisinhas dela e saímos da casa da Clarisse indo direto pro meu carro. 

- Titio o Davi vai estar lá também? 

- Você quer que ele esteja? - Indago e ela assente - Então vamos passar na casa dele pra buscá-lo. 

- Eba! - Ela grita e me certifico que ela esteja segura na cadeirinha dela pra enfim dar sinal de partida. 

Dirijo até a casa da Milena e assim que a Clara vê ela corre ao seu encontro a abraçando forte. Fico observando elas duas interagirem enquanto espero o Davi e agradeço pelo fato das coisas que a Milena já fez na vida não afetar a relação de madrinha e afilhada que ela tem com a Clara. Clarisse e Milena sempre foram muito amigas e quando a minha sobrinha nasceu ela nem precisou pensar duas vezes e pediu pra que eu e ela fôssemos os padrinhos da Clarinha. Esse batizado ainda não aconteceu pelo fato da minha ex-mulher ter feito o que fez e a minha irmã estar com raiva dela e pensando seriamente em mudar de madrinha pra filha.