A Flor e o Furacão🌺🌪

Atuação

Paolla 

Depois de uma tarde linda e incrível no Jardim Botânico da cidade o Diogo me levou de volta pra casa da Mariana pra gente jantar por lá mesmo junto com o Davi. Por mais que quisesse muito que a gente tivesse ido pra casa dele pra ficarmos sozinhos eu entendo sua necessidade em querer ficar perto do filho a cada oportunidade que tem. Meu namorado vive viajando pra lá e pra cá e nem sempre pode estar com o Davi então não posso julgar quando ele preferir ficar ao lado dele - e nem devo,não tenho direito de julgá-lo por amá-lo tanto e ser tão sensível. 

O dia acabou com umas boas partidas de UNO onde meu enteado ganhou duas vezes e a Mari uma e por causa disso humilhou a mim,o Diogo e o Afonso até a hora de dormir. Todos nós dormimos na sala porque o Afonso deu a ideia de assistirmos um filme e ninguém conseguiu terminar de ver - sei disso porque fui a última a de fato pegar no sono. 

Enquanto todos dormiam eu me vi admirando o rosto sereno do Diogo. Ele me fez tão feliz hoje e não só hoje,todos os dias. Amo cada detalhe dele e ouso dizer que aprendi a gostar até dos seus defeitos. Sou tão tocada pela maneira que ele me faz rir,me faz bem e pela maneira que ele faz com que eu me sinta em paz comigo mesma que às vezes me pergunto se ele é real de tão maravilhoso que é. Levo meus dedos até sua testa e faço um carinho ali descendo pelo seu nariz e pela sua boca. Vejo ele se mexer e sorrio tirando minhas mãos dele antes que acorde. Me aconchego mais ainda em seu peito e finalmente durmo me sentindo leve e feliz,muito feliz. 

No dia seguinte acordo com um barulho estridente e a voz do Davi me chamando: 

- Paolla, - Abro os olhos devagar o olhando confusa - Seu celular não para de tocar. 

- Me dá ele aqui,por favor. - Peço me levantando do tapete no chão com cuidado pra não acordar o Diogo - Quem é que tá me ligando a essa hora? 

- Vi na tela que é a Biga, - Ele diz me entregando meu celular e nesse momento olho ao nosso redor sem ver o Afonso e a Mari em lugar nenhum da sala - Eles subiram pro quarto há uns minutos atrás. Eu vou tomar um banho,tá?Já volto. 

Vejo ele subir as escadas e olho as mensagens da minha tia começando a ficar preocupada. Ela me mandou um "bom dia,como você tá?" e depois disse que precisava falar comigo urgente e daí ligou umas seis vezes. Ligo pra ela de volta e ela me atende no segundo toque: 

- Nunca foi tão difícil falar com você,Caroline. - Ela reclama sem nem me dizer um oi - Tava dormindo até agora?O que aconteceu,menina?Onde você tá que não me atendia de jeito nenhum? 

- Eu tava dormindo,tia. - Digo coçando o olho me sentando no sofá - O que houve?O que era tão urgente?Você me deixou preocupada. 

- É que eu tô voltando pro Rio de Janeiro hoje. - Meu coração acelera e o medo por ter mais duas pessoas em perigo me atinge,de novo - Estamos no Ceará e a viagem estava incrivelmente maravilhosa só que o Cadu vai ter que voltar por questões do trabalho e eu vou voltar junto,óbvio. 

- Onde você tá agora?Já saiu do Ceará? 

- Estamos no aeroporto esperando nosso voo, - Ela explica e minha preocupação só aumenta - Acho que chegamos aí por volta do meio dia. 

- Tia,porquê você não fica na casa do Cadu por um tempo? 

- Como assim? - Tia Biga indaga desconfiada e eu preciso ser rápida pra inventar qualquer coisa - Tá querendo me expulsar da nossa própria casa,Caroline? 

- Não,é claro que não. Mas é que eu tô na correria de gravação e você vai ficar sozinha... 

- E sempre foi assim,qual o problema agora?