Dia de baile

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Diogo 
 


Ouço um barulho estridente de algo tocando em algum lugar e meu cérebro demora a processar que é o meu celular. Ainda de olhos fechados tateio com as mãos ao meu redor e tudo que consigo sentir é a maciez da pele da Paolla então forço minhas pálpebras a abrirem e a vejo dormindo ao meu lado tranquilamente linda do jeito que só ela sabe ser - mesmo que dormindo. Sento na cama com a minha cabeça girando e uma dor forte e me recordo da noite passada onde bebi horrores com raiva porque não pude sair de casa com a rapaziada simplismente porque a patroa queria ficar em família. 
 
Eu quis bater de frente com ela mas desisti quando fui ameaçado mesmo que implicitamente de não poder encostar nela e bom,eu não pude ir contra isso. Peguei uma garrafa de vinho e quatro taças pra nós dois e o nosso casal de amigos enquanto o Davi ficou só no suco. Conversamos,rimos bastante e assistimos uma competição na TV que quase fez a gente brigar. Paolla e Mariana beberam pouquíssimo vinho enquanto eu e o Afonso secamos a garrafa e ainda deixamos outra pela metade. Não vi o resto da noite e só sei que acordei no meu quarto então alguém deve ter me trazido até aqui porque eu não lembro de ter vindo com as minhas próprias pernas. 
 
- Atende logo esse celular,Diogo. - Paolla pede fazendo uma careta cobrindo o rosto com o cobertor - Atende ou desliga mas faz esse barulho parar! 
 
- Eu nem sei onde meu celular está pra começo de conversa, - Digo olhando pra todo lado ainda com a cabeça latejando de dor - Você o viu em algum lugar? 
 
- Só segue o som Diogo,só isso. - Ela responde impaciente e desço da cama quase caindo no chão com a tontura que me dá. 
 
Sigo o som do celular como ela disse e encontro o aparelho no meu closet e fico me perguntando como ele foi parar ali. Atendo sem nem olhar quem é e ouço a voz da minha irmã ressoar na minha cabeça como se ela tivesse gritando. 
 
Diogo,que dificuldade é essa pra atender o telefone? 
 
- Eu não sei se você sabe mas ainda é cedo então eu estava dormindo. - Falo completamente irônico voltando a me deitar na cama sem conseguir ficar de pé por muito tempo - O que você quer? 
 
Preciso que você venha até o Vivo Rio pra acertar os últimos detalhes do baile do Clube do Samba. 
 
- Pra quê,Clarisse?Você não ia organizar tudo? 
 
E já estou fazendo isso meu querido mas você precisa vir,você e o Afonso,na verdade. - Reviro meus olhos mesmo sabendo que ela não está vendo e respiro fundo - Tá tudo bem?O que você tem? 
 
- Ressaca,é isso que eu tenho. - Respondo sem paciência e ela xinga do outro lado da linha - E o Afonso também deve estar assim,ou até pior do que eu. Não estamos em condições de ir agora não. 
 
Não tô nem aí se você resolveu encher a cara mesmo sabendo que teria compromissos hoje. Te vira. - Bufo irritado e a Paolla tira o cobertor do rosto pra me olhar - Onde você tá?Vou passar aí pra te buscar. 
 
- Tô em casa e não precisa vir até aqui,depois chego aí. 
 
Nada de depois,vou passar aí daqui a pouco. 
 
- Você ouviu o que eu disse,né? - Indago realmente sem clima pra sair de casa agora - Tô com ressaca,mana. 
 
E você ouviu o que eu disse?Te vira,mano. - Ela fala toda irônica e reviro os olhos outra vez - Até já! 
 
Ela desliga o celular na minha cara e fico parado olhando pra tela sem acreditar no quanto estou dominado por todas as mulheres a minha volta. A primeira é a minha mãe que só por ser minha mãe já manda em mim e o fato de eu já ser adulto não muda em nada isso. Depois vem as minhas três irmãs que além de serem mais velhas sempre tiveram essa posição dominante sobre a minha pessoa e agora a Paolla se torna minha patroa oficial e consegue me fazer desistir até de uma noitada com os rapazes com um simples olhar. Eu tô ferrado mesmo. 
 
- Diogo? - Paolla me chama e olho pra ela sentindo a cabeça girar de novo com o movimento - Eu perguntei o que aconteceu. O que a Clari queria? 
 
- Ela quer que eu vá pro Vivo Rio pra acertar os últimos detalhes do baile do Clube do Samba mas a ressaca tá me matando e eu não queria sair de casa nem tão cedo. 
 
- Não precisava ter bebido tanto vinho como fez ontem. - Ela fala se sentando na cama e fecho meus olhos por causa da dor de cabeça - Eu queria que a gente ficasse em família com você sóbrio e não falando coisa com coisa e arrumando briga a troco de nada. 
 
- É sério que eu tava assim? - Pergunto abrindo os olhos e ela assente - Realmente não lembro de nada. A única coisa da qual me lembro bem é de ter ficado com raiva porque queria sair com a rapaziada e bom,você não deixou. 
 
- Eu só queria ficar mais com você e com o Davi. - Ela justifica amarrando os cabelos no alto da cabeça e me ajeito na cama pra olhá-la melhor - Agora que estou gravando a novela só tenho os domingos pra descansar e geralmente nesse dia você também tá fazendo show. Quando damos sorte de estar juntinhos eu quero aproveitar cada segundo. 
 
- Tá legal,eu entendo. Mas você bem que podia ter dito isso de uma forma menos...como eu posso dizer,mandona. 
 
- Eu sou mandona amor,não consigo evitar. - Ela diz toda se achando - E você tem muitos outros dias pra sair com seus amigos vai. 
 
- Verdade. - Tenho que assumir de todo jeito que ela tem razão. Temos que aproveitar todos os momentos em que estamos juntos. - E a gente vai se encontrar no baile hoje à noite então tá tudo bem. Falando no baile,você já preparou sua fantasia? 
 
- Óbvio que sim,estou mega ansiosa pra hoje à noite. - Ela se levanta da cama e só então noto sua camisola branca quase transparente. Só pode ser pra me provocar,não tem outra explicação. - E eu não vou contar de que é minha fantasia,nem me pergunta! 
 
- Não pode me dar nenhuma dica? - Pergunto fazendo biquinho e ela ri negando com a cabeça - Tudo bem então,não vou falar de que é a minha também.
- Eu nem queria saber mesmo. - Ela dá de ombros e anda em direção ao banheiro - Vou tomar um banho. 
 
- Ei moça,espera aí. - Saio da cama e ando até ela segurando em seu braço - Não vai me convidar pra esse banho não?Que jeito frio é esse de acordar sem me dar nenhum beijo? 
 
- Que namorado carente e beijoqueiro! - Ela brinca e me dá um selinho que me deixa louco por mais um - Tá bom pra você? 
 
- Não,na verdade eu quero que você me explique porque anda me evitando desde ontem. 
 
- Eu tô te evitando? - Ela se faz de desentendida e olho feio pra ela - Porquê acha isso?
- Talvez porque eu estava duro por você ontem na casa da Clarisse e você simplismente se recusou a fugir comigo e ficou me evitando o restante da tarde. - Falo completamente irônico e ela continua fingindo demência - O que tem a dizer em relação a isso,moça? 
 
- Eu só não queria sair no meio da comemoração de batismo da nossa afilhada pra transar! - Ela explica e bufo irritado - Amor,a gente tem que ter pelo menos um pouquinho de senso,vai. E outra,o Davi pegou a gente no flagra de novo. Quantas vezes o coitado já teve que presenciar esse tipo de coisa?Tá começando a ficar constrangedor! 
 
- Ué,mas não era você que dizia que não ia deixar de fazer amor onde bem entendesse por causa de nada e nem de ninguém? - Relembro as palavras dela e a vejo revirar os olhos - Você até chegou a dizer que o código penal deveria ser revisto por causa disso. O que aconteceu pra mudar de ideia agora,hein? 
 
- Não sei,eu só não queria que a gente fosse pego outra vez como já aconteceu antes. - Ela fala agarrando meu pescoço com os braços e me aproximo ainda mais dela,se é que é possível estar mais perto que isso. - Podemos tentar transar em locais mais seguros e reservados a partir de hoje? 
 
- Não tô te entendendo. Desde quando se importa com a opinião alheia?E outra,você gosta do perigo que eu sei. 
 
- Gosto mesmo. - Paolla assume de uma vez por todas e aproxima a boca no meu ouvido pra sussurrar - Meu tesão só aumenta quando sinto a adrenalina correr pelas minhas veias e o medo de ser pega me excita pra caramba,não vou negar. 
 
- Também sinto o mesmo. - Sussurro de volta e a pele dela se arrepia na minha - Por isso não dá pra prometer que vamos nos comportar em público porque não vamos,amor. A gente se conhece e sabemos que somos fogo e gasolina. Não tem jeito não,só se entrega pra mim quando tiver vontade e o resto que se dane. 
 
- Não se importa nem com o fato do seu filho ver a gente se agarrando pela casa? - Ela indaga olhando em meus olhos fixamente e nego com a cabeça - Como não,amor?O coitado vive pegando a gente em cenas variadas e inusitadas e você não se importa nenhum pouquinho? 
 
- Davi vai fazer dezesseis anos,Paolla. Ele sabe que nós dois fazemos sexo porque somos um casal e tá tudo bem. Sobre ele ver a gente em certos momentos íntimos não é de propósito,a gente só não se aguenta. 
 
- É pensando assim que você quer ter filhos comigo,seu safado? - Ela bate no meu braço e começo a rir todo bobo - Como pensa em me agarrar pela casa com um bebê querendo mamar a cada minuto,hum?E quando nosso pingo de gente tiver descobrindo o mundo e invadir nosso quarto ou nosso banheiro de supetão e pegar a gente transando,hein?Já pensou nessas coisas,moço bonito?Temos que ter muito cuidado,sabia? 
 
- A gente fecha as portas direitinho e aproveita os momentos que ele ou ela estiver dormindo pra fazer amor,simples assim. - Ela ri alto negando com a cabeça sabendo que não vai ser tão fácil assim,não mesmo. - Nós daremos nosso jeitinho minha vida,sempre damos. 
 
- Você é realmente inacreditável. - Paolla passa as mãos em meu rosto e desce pro meu peito e meu membro por cima da cueca vendo o quanto ele está ereto - Pra quem tava com uma mega ressaca minutos atrás acho que agora não está mais,né?Seu amigo está animadissimo. 
 
- Você cura minha ressaca,minhas feridas,minha alma e meu coração. - Trago a mão dela pro meu peito novamente e os olhos dela brilham pra mim - Você é meu remédio.
 
- Então acho que pra te deixar bem mais relaxado,tranquilo e cem por cento curado preciso me dedicar bem no seu tratamento. - Ela entra na minha brincadeira e retira minha cueca sem tirar os olhos dos meus - Você me deixa cuidar de você? 
 
- Por favor,sou todo seu. - Abro os braços exageradamente e ela ri pra depois tirar a camisola e a calcinha branca na minha frente e me puxar pro banheiro - Vai me dar um banho? 
 
- Vou te dar muito mais do que um banho,muito mais do que você imagina. 
 
Dito isso ela fecha a porta do cômodo e caminha até a banheira afim de enchê-la e eu fico parado só observando ela se movimentar ao meu redor. Se ela disse que vai cuidar de mim e que vai fazer muito mais do que imagino posso criar inúmeras expectativas porque sei que ela vai superar todas elas. Paolla pega um óleo no armário do banheiro e vem até mim pra passá-lo em meu corpo. Ela massageia minha pele centímetro por centímetro e faz uma trilha de beijos entre meu pescoço e meu abdômen. Minha pele arrepia sob seu toque e minha ereção só dobra de tamanho até eu achar que vou explodir de tanto tesão por essa mulher. 
 
Paolla estende a mão pra mim e me conduz pra banheira. Sento nela e ela senta de frente pra mim me olhando como se eu fosse a coisa mais preciosa e importante da vida dela. Meu coração acelera só com esse olhar e puxo seu corpo pra mais perto do meu e a beijo profundamente sem me importar com mais nada nesse mundo. Minha boca desce pelo pescoço molhado dela e mordo de leve sua pele fazendo com que um murmúrio baixo saia de seus lábios. 
 
- Tá mais relaxado,meu amor? 
 
- Você não sabe o quanto, - Digo pegando a mão esquerda dela pra beijá-la com carinho - Amo ser mimado por você assim. 
 
- Você me mima direto,a cada minuto se for preciso. Isso aqui não é nada pra quem é mimada a todo instante. 
 
- Sabe que faço isso porque sou completamente rendido a você,não sabe? - Indago e ela ri antes de assentir - Nunca na vida quis tanto bem a alguém como quero a você. Se eu pudesse mesmo te guardava num potinho,vida.
 
- Bem possessiva essa sua declaração. - Ela fala me dando um selinho em seguida - E eu confesso que às vezes também tenho vontade de te guardar só pra mim. Ainda mais quando aquelas suas fãs cismam que querem você pra elas. 
 
- Eu já te disse que não precisa se preocupar com isso,elas são minhas fãs e só. - Puxo ela pra sentar em meu colo e a água fica na cintura dela - Já você é minha namorada,o amor da minha vida e aquela com quem eu quero viver pro resto dos meus dias. 
 
- Podemos congelar esse momento? - Paolla pergunta abraçando meu pescoço e beijando a ponta do meu nariz - Eu queria ficar aqui com você pra sempre. Parece que o mundo realmente para pra gente ficar grudados assim. Queria que fosse eterno. 
 
- Para de ser exagerada que nós sempre seremos eternos,sempre. - Digo abraçando a cintura dela com meus braços gelados por causa da água - Agora me dá um daqueles beijos de tirar o fôlego... 
 
E eu nem termino de falar e ela já beija minha boca como se eu fosse correr a qualquer momento da banheira - até parece que sou louco de fazer isso. Correspondo ao beijo na mesma intensidade e ela só larga minha boca pra se ajeitar em meu colo e colocar meu membro pra dentro dela. Assim que ela senta sobre mim eu solto um suspiro longo e seguro ela pela cintura a medida que começa a cavalgar sobre mim. A água não ajuda muito mas mesmo assim ela continua firme e só para quando chegamos ao ápice do prazer juntos e ofegantes. 
 
Saímos da banheira completamente recuperados e pego ela nos braços indo em direção ao quarto novamente. Deito seu corpo molhado na cama e passo a dar vários beijos por sua pele sem me cansar. Ela é viciante demais. Desço minhas mãos por sua intimidade e brinco com seu clitóris despreocupadamente enquanto ela geme sem parar enlouquecida com todas as sensações que lhe faço sentir. Ela cansa desses joguinhos e ergue o corpo me fazendo deitar no colchão e é a minha vez de ir a ruína. 
 
Ela coloca meu membro na boca de uma vez só e fecho os olhos me sentindo a beira do delírio. Coloco minhas mãos atrás da nunca e deixo ela fazer o que quer de mim. Paolla usa e abusa de mim e sinto que estou bem perto de gozar quando meu celular volta a tocar sem parar e eu sei que é a Clarisse me atormentando de novo. Bufo irritado e a Paolla me olha frustrada. Ela se afasta de mim e espera eu atender a ligação mas ao invés disso eu subo sobre ela e a penetro fundo. 
 
Ela agarra meu corpo com força e os nossos corpos parecem entrar numa sincronia perfeita de sons e movimentos. O celular toca estridentemente mas a única coisa da qual prestamos atenção é um ao outro. Nossos olhos se encontram no minuto em que sentimos nosso prazer vir e chamamos um pelo nome do outro quando gozamos intensamente. Cheiro o pescoço dela e deixo um beijo ali fazendo sua pele arrepiar mais uma vez sob meu toque. Continuo dentro dela até que voltemos ao normal e quando tento me afastar ela me agarra e me mantém no lugar. 
 
- Fica aqui comigo,amor. 
 
- Quem é a carente agora? - Brinco rindo e ela faz um bico fofo - Queria muito ficar nessa cama o dia todo com você mas não dá. Clarisse disse que vinha me buscar e ela já deve estar aí,essas ligações devem ser dela. 
 
- Vai demorar muito por lá? 
 
- Não sei,talvez sim. - Ela faz uma careta e é inevitável não rir de tão fofa que fica - Mas à noite a gente se vê. Vou te chamar pro palco quando cantar sua música e vamos dançar coladinhos,combinado?
 
- Combinado. - Ela fala se movendo e saio de dentro dela - Vou pra casa ficar mais um pouco com meus irmãos. Quero aproveitar esse dia de folga o máximo que puder. 
 
- Você pode levar o Davi com você? 
 
- Eu já ia levar,meu querido. - Ela fala toda maternal e eu fico rindo bobo - Seu celular tá tocando de novo,sua irmã vai te matar. 
 
Corro pro closet e me arrumo o mais rápido possível enquanto a Paolla vai pro banheiro. Desço pro andar de baixo encontrando meu filho,o Afonso e a Mari e minha irmã furiosa na mesa do café da manhã. 
 
- Bom dia,família. 
 
- Você é muito cara de pau né,Diogo? - Clarisse reclama cruzando os braços e desvio de um tapa no braço pra ir colocar café pra mim - Faz mais ou menos meia hora que eu te ligo pra dizer que tô aqui e você nem pra me atender? 
 
- Eu disse que não tava bem pra sair,mana. 
 
- Mas você parece ótimo comparado ao Afonso. - Mariana aponta pro noivo e realmente a cara dele tá péssima - Vocês dois beberam além da conta ontem à noite. 
 
- Minha cabeça parece que vai explodir a qualquer momento. - Afonso fala colocando as mãos na cabeça - De quem foi a ideia de beber tanto vinho,hein? 
 
- Do papai. - Davi aponta pra mim e todos os pares de olhos param em mim - Lembra que ele ficou chateado porque queria sair e a Paolla não deixou? 
 
- Espera ai,minha cunhada barra comadre não deixou você sair,foi isso? - Clarisse indaga prendendo uma risada e eu sou obrigado a confirmar com a cabeça - Gente mas eu só consigo amar mais ainda aquela mulher por colocar moral em você! 
 
- Ela não colocou moral em mim, - Me Defendo comendo um pedaço de bolo - Ela só queria ficar em família e eu queria sair com a rapaziada. Acabou que ficar foi melhor mesmo. 
 
- Olha a cara de quem não quer assumir que morre de medo da patroa dele. - Mariana comenta e todos riem de mim - Quem tava aqui ontem viu que a Paolla nem precisou falar muito pro Diogo mudar de ideia. 
 
- É verdade,o papai morre de medo da Paolla. - Davi afirma ainda rindo e olho pra ele com a cara feia - Mas relaxa pai que até eu fiquei com um pouco de medinho dela. 
 
- Mas agora chega desse assunto e bora resolver os assuntos do baile de hoje? - Mudo o rumo da conversa rapidamente e eles continuam rindo - Afonso,você vai com a gente. 
 
- Eu?Porquê eu? 
 
- Por quê você é o empresário dele e tem coisas a resolver por lá, - Minha irmã fala impaciente e meu amigo levanta da mesa sem um pingo de vontade - Aos que ficam um beijo e até o baile!
 
Saímos juntos e eu dou um beijo no Davi dizendo que ele vai ficar por conta da Paolla o dia todo. Chegamos no Vivo Rio e resolvemos todas as pendências por lá. Questões como estrutura de palco,som e divisão de pistas pro pessoal ficar. Almoçamos juntos e a tarde chamo os meninos da banda pra gente passar o som. Mando mensagem pra Paolla e ela diz que tá tudo bem por lá e que ela havia saído com os irmãos,o Davi e a Biga pra comerem fora. Quando a noite chega eu volto pra casa pra tomar um banho e me arrumar. Visto minha fantasia de pirata e volto pro local do evento vendo que algumas pessoas já estão chegando. 
 
Minha família chega em peso,meus amigos e até o Leandro Azevedo veio com a família a convite da Paolla pra se divertir com a gente. Clarisse me chama no camarim pra me contar uma coisa e já fico apreensivo mesmo antes de ouvir o que é. 
 
- Preparei uma faixa pra gente nomear a Paolla como madrinha do Clube do Samba. - Ela ergue a faixa com um sorriso de orelha a orelha - O que você acha? 
 
- É uma ideia incrível,tenho certeza que ela vai amar! 
 
- E o papai também amaria se estivesse aqui. - Ela afirma guardando a faixa e vindo ajeitar o tampão do meu olho - Do que ela vai vir fantasiada? 
 
- E você acha que ela me contou? - Ela ri da forma como eu falei e acabo rindo também - Mas não importa porque ela pode estar com um saco plástico no corpo e ainda assim vai estar linda.
 
- Você ama demais aquela mulher não é,mano? - Assinto e ela ri satisfeita - É bom te ver feliz e apaixonado assim. Agora vamos voltar pro baile que essa noite vai ser incrível,tenho certeza! 
 
Voltamos pro meio do povo e fico me perguntando cadê a minha namorada. Mariana e Afonso chegam assim como o público que vai enchendo a casa cada vez mais e a Paolla nada. Atendo algumas fãs que me pedem fotos e num dado momento eu a vejo. Linda e deslumbrante do jeito que só ela sabe ser sem fazer nenhum esforço. Ela sorri pra mim e anda na minha direção mas para no meio do caminho quando uma fã se coloca entre nós e me abraça me pedindo pra tirar uma selfie. Sou obrigado a tirar a foto e noto a Paolla esboçar uma careta e puxar o braço do meu filho pra sair dali. 
 
Tento me livrar o mais rápido possível das minhas fãs descontroladas e o Afonso tem compaixão de mim e me tira do meio delas dizendo que o baile vai começar. Volto a procurar a Paolla e nada. A mulher sumiu no meio das pessoas. Pergunto a um e a outro e finalmente encontro ela comendo uns petiscos - pra variar. A abraço por trás e ela se assusta antes de perceber que sou eu. 
 
- Já acabou a sessão de fotos com suas fãs abusadas e descontroladas? 
 
- Fui salvo delas pelo Afonso. - Brinco e viro ela de frente pra mim - Nossa,você é a líder de torcida mais perfeita que já vi em toda a minha vida! 
 
- É,até que você de pirata não tá nada mal. - Ela dá uma de durona aproximo mais ainda ela de mim - E essa festa tá muito linda,parabéns! 
 
- Foi um trabalho de muitas mãos pra chegar nesse resultado. - Digo abraçando ela e cheirando seus cabelos em seguida - Você sabe pra onde vai todo o dinheiro arrecadado desse baile? 
 
- Não,pra onde? 
 
- Pra um projeto social-educacional do Clube do Samba chamado de Clubinho do samba que atende crianças e adolescentes de cinco a dezenove anos da rede pública de ensino com aulas de percussão e violão. 
 
- Nossa Diogo,que coisa mais linda! - Ela fala toda emocionada olhando nos meus olhos - Você realmente tem um coração gigante. Tenho certeza que essa nova geração vai ter um grande exemplo pra seguir,tenho muito orgulho de você. 

- Eu tento fazer minha parte pra que a cultura do samba não morra. Tenho um grande legado. Você sabe.

- Sei sim e o seu João está morrendo de orgulho do filho dele lá de cima.

- E esse filho incrível do João merece um beijo da namorada?

- Você não perde a oportunidade,não é? - Ela me dá um selinho e eu peço outro em seguida - Chega de beijos. Vamos voltar pro baile que eu quero curtir!
 
O evento começa com a participação de vários artistas até que finalmente eu suba no palco e cante as músicas do meu pai e as minhas. Claro que não poderia deixar de cantar "flor de caña" e chamo a Paolla pra dançar comigo. No fim da canção minha irmã aparece com uma surpresa e nós coroamos a minha namorada de madrinha do Clube do Samba. Ela fica emocionada e grata e pega o microfone pra agradecer pelo carinho. Encerramos com a festa na madrugada e eu espero que ano que vem seja tão mágico quanto esse ano.

A Flor e o Furacão🌺🌪Where stories live. Discover now