Acho que vi uma gatinha

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Diogo 

Paolla me trouxe pra um restaurante bem minimalista e reservado,ou seja,ela quer que a gente fique mais à vontade - um ótimo sinal pra mim. Sentamos em uma mesa perto da janela e a brisa da noite toca em nosso rosto de forma bem leve. Fazemos nossos pedidos e enquanto a comida não chega tomamos um vinho branco que a minha namorada fez questão de pedir e está me olhando agora minuciosamente como se pudesse ler meus pensamentos - que são todos em relação a ela. Linda,cheirosa e com um tesão que consigo sentir a quilômetros de distância. Essa mulher ainda vai me matar um dia e eu já disse isso,né? 

- Acho que a campanha que acabamos de gravar vai ficar muito boa. - Ela fala pra entrar num assunto e olho em seus olhos e sua boca doido pra sentar do lado dela e beijá-la sem ter hora pra acabar - Gostei de fazer. E você?Disse que tava todo nervoso e receoso... 

- Apesar de tudo eu gostei bastante. 

- Apesar de tudo?Como assim? 

- Ué,eu queria mesmo era poder ter ficado lá naquela cama com você. - Paolla abre a boca pra retrucar mas acaba fechando de novo - Te beijar e te tocar a noite inteira como se nada mais importasse no mundo. 

- Acho que você não sabe mesmo ser profissional. - Começo a rir e ela permanece séria - Eu disse que não era pra ousar e você nem sequer deu ouvidos ao diretor quando ele mandou parar. 

- Você também não queria largar minha boca. - Ela nega com a cabeça e afirmo com a minha - Assume dona Paolla,você tava quase pegando fogo igual a mim. 

- Diogo,presta atenção no que eu vou dizer. - Ela me olha nos olhos e me aproximo mais da mesa pra ouvi-la - Eu queimo por você vinte e quatro horas por dia. Se eu pudesse mesmo não saia dos seus braços mas sabe do que a gente precisa?Limites! 

- Amor... 

- Espera,deixa eu terminar! - Ela bate na mesa e olha em volta mas não tem muitas pessoas no local e as que têm nem ouviram - Você tá queimando meu filme no meu trabalho,sabia? 

- Eu? - Indago inocente e ela cruza os braços encostando as costas na cadeira - O que foi que eu fiz? 

- Vai me buscar na Globo e me arrasta pros lugares mais indevidos pra fazer sexo. É isso que o senhor faz. As pessoas ficaram sabendo do que fizemos no estacionamento e agora temos a fama de fogosos e sem controle pela emissora! 

- Sério?As pessoas do seu trabalho são muito fofoqueiras. - E é a mais pura verdade - Olha,eu não sou o único culpado disso. Não te agarrei a força e eu sei que você amou cada segundo dentro daquele carro aquele dia. 

- Você não consegue me levar a sério,não é? - Ela choraminga e nego com a cabeça rindo - Mas eu estou falando sério Diogo,muito sério. Eu prezo pelo meu profissionalismo e é por causa dele que cheguei onde estou hoje então quando eu estiver trabalhando você simplismente não pode mais aparecer e muito menos me arrastar pra ficar à sós com você! 

- Tá dizendo que não posso mais te ver atuar? 

- Nem gravar publicidades ou qualquer outra coisa e muito menos ir me buscar na Globo. - Ela continua falando sério e vejo que o assunto é bem mais preocupante do que eu pensei - Nós dois somos fogo e gasolina sim como você sempre diz mas também precisamos de limites e a partir de hoje nada de sexo em locais públicos. Entendeu?Ou preciso desenhar?

- Bom,já que isso aqui virou um jantar de negócios eu também vou impor minhas condições. 

- Que condições? - Ela indaga com uma das sobrancelhas erguidas e prendo um sorriso - Diogo Nogueira... 

A Flor e o Furacão🌺🌪Onde histórias criam vida. Descubra agora