Capítulo oito

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ARIZONA McGREGOR

Jogo o compasso em cima da mesa e meus dois colegas, Path e Harper, fazem o mesmo. Temos que entregar um trabalho para a próxima semana de um projeto de edifício, e não está sendo nada fácil. A parte das contas já está acabada, agora temos que começar a fazer o projeto em papel e depois em maquete para a apresentação. As avaliações estão chegando e minha cabeça parece que vai estourar, tenho um cronograma que faz com que eu tenha sempre os conteúdos em dia, para não acumular tudo na semana de provas e pirar por conta delas e de Hunter. No início era difícil administrar essas duas coisas, mas agora estou dando conta.

– Pausa de um ano? – Harper sugere e faço positivo com a mão – amém!

– Se fizermos mais uma hora, vamos quase acabar – Path murmura e ele tem razão, temos que terminar isso quanto antes e ainda precisamos fazer a maquete, que na minha visão é uma das partes mais fáceis.

Coloco meus fones de ouvido e após entrar no Spotify, começa a tocar Stop crying your heart out do Oasis. Com isso, tenho muito mais concentração para desenhar com as medidas certas a minha parte. É exaustivo, cada mínimo detalhe precisa ser pensado, porque é uma construção, que mesmo hipoteticamente, irá servir para pessoas morarem. Path é quem tem o melhor dom artístico de nós três, por isso fica com a maior parte do desenho, já eu e Harper retribuímos isso na maquete. Eles são mais jovens que eu, curtem a juventude e vivem intensamente cada festa da universidade, sempre tentando me levar junto em alguma.

– Ari – Path me cutuca e aponta para Harper, que está dormindo em cima da mesa – o namorado dela deu um pé na bunda dela esses dias, ela nem está dormindo direito.

Pego uma ponta do meu cabelo e torço, com pena de Harper. Path diz que termina sozinho o trabalho e que na maquete fica de fora. Concordo sem pensar duas vezes, porque logo irá acabar a aula de Hunter e precisarei buscá-lo na instituição. Delicadamente acordo Harper e deixo um beijo em sua cabeça.

– Vamos tomar um cafezinho, meu anjo – murmuro para a garota, que boceja concordando com a cabeça.

Recolho meus materiais e ajudo Harper a recolher os dela. Despeço-me do rapaz, que já está imerso em seu próprio mundo, ele é uma boa pessoa, Harper podia muito bem enxergar isso. Conforme vamos caminhando pela universidade, ela vai explicando como que seu antigo namorado terminou com ela do nada e que teve que voltar a dormir na universidade, já que os dois estavam morando juntos.

– Se você precisar passar a noite no meu apartamento, minha casa é sua casa – digo abraçando-a de lado – às vezes não entendemos porque determinada coisa acontece em nossas vidas, mas depois, você irá entender e verá que foi melhor para você.

Gosto de acreditar que temos toda a nossa vida já escrita, como a linha do tempo sagrada da série do Loki, é confortante.

– Obrigada mamãe, Ari – ela me agradece fazendo um coração com as mãos – não gostei de voltar a morar no dormitório, mas é o que tenho para agora.

– São experiências que você viverá – tento levar a situação para um lado mais positivo.

– Você sente falta de não ter vivido isso, tipo, morar em um dormitório, festa da faculdade? – Harper pergunta colocando as mãos nos bolsos de sua jardineira jeans.

– Não – sou sincera e respiro fundo – vivi intensamente meu ensino médio, nossas festas eram bem pesadinhas pensando atualmente.

Lucky loserWhere stories live. Discover now