Capítulo dezessete

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ZANE BRANDO

"Zane Brando estava possuído em Miami" é essa a frase que escuto quando estou no aeroporto de Miami, após vencer o aberto de Miami e levando uma quantia super generosa de dinheiro para minha casa, além de vários pontos no ranking, porém, como fez um ano que fiquei vice-campeão do Indian Wells, perdi pontos importantes e cai uma colocação. O ranking no tênis funciona da seguinte forma, acumulamos pontos no decorrer das competições que acontecem no ano, porém, depois de um ano que você participou de determinado torneio, você perde a pontuação dele e com isso pode cair no ranking ou ficar no mesmo lugar que está. De qualquer forma, essa tirada de pontos é horrível para montar as estratégias de quais campeonatos jogar.

– Precisamos tomar um uísque importado no jato – York deixa um tapinha em meu ombro e forço um sorriso, dessa vez, veio comigo ele e Phil.

Como todos nós queremos chegar mais rápido em Atlanta, decidimos ir de jatinho para casa, geralmente prefiro ir de avião, porque demora e tenho mais tampo para dormir. Porém, eu quero ver Lizzy logo, não, não minta para si mesmo, você quer ver Arizona. Ela me faz muito bem, isso me deixa assustado um pouco, pois, nunca dependi emocionalmente de alguém, e agora parece que tudo fica mais calmo com Arizona ao meu lado. A única coisa que não me deixa viver isso 100%, é pensar que talvez isso chegue ao final em algum momento.

– Comemorar que desci uma posição no ranking geral? – arqueio uma sobrancelha e o moreno revira os olhos.

– Olha como você se reergueu das cinzas – ele observa o que de fato está acontecendo comigo.

Quero dizer que isso é feito de sua irmã, que se não fosse por ela estar ao meu lado, deixar chorar tudo que desejei, jamais iria conseguir estar firme para disputar o aberto de Miami. Daqui uns dias, iremos embarcar para Mônaco, para eu jogar o Rolex Monte Carlo. O mês irá virar amanhã para abril. Lizzy irá completar 3 meses de gravidez, só de lembrar isso, meu estômago se revira e tenho uma imensa vontade de vomitar.

– Foi necessário – informo fazendo uma careta e vejo Phil andando em nossa direção, com uma mala de mão verde escuro e uma sacola da Disney.

Toda vez que vamos para qualquer lugar que tem a Disney ou seja perto, como o caso de Miami e Orlando, sendo uma distância de 4 horas entre as cidades, ele enfrenta filas enormes e às vezes isso faz com que atrasamos para irmos embora, mas, Phil faz isso para comprar uma tiara da Minnie para sua filha, aumentando a coleção dela. Logo que começamos a ganhar muito dinheiro, Phil e Cameron organizaram uma viajem para todas as nossas famílias irem conhecer a Disney e a Universal em Orlando.

– O que não fazemos pelas nossas filhas – apenas bons pais fazem isso – daqui um ano ela vai achar isso brega, não, como é a palavra que a juventude usa? Cringe?

– Eles não usam mais essa palavra – York avisa e Phil parece ficar chateado por já não estar mais atualizado sobre o vocabulário juvenil – eles acham cringe quem fala cringe.

– Jovens me deixam com alergia – meu treinador murmura e rio, ele odeia treinar quem é mais jovem, até eu, ele não foi muito fã no início, só que eu era diferente e sabíamos isso – espero que meus filhos demorem para entrar nessa fase.

Phil tem 3 filhos, Alex é a mais velha com 4 anos, depois Gigi com 2 e o caçula Nate de 8 meses, junto com Rachel, eles formam uma família feliz e amorosa. Eles sempre sonharam com isso, em terem filhos, trabalhos que amem e poderem chegar ao final do dia e compartilharem uma cama de casal. Isso era uma coisa que não sonhava, mas agora, depois de tantas coisas acontecendo na minha vida, tem dias que sonho com isso. Com uma casa com cercas brancas, um golden correndo pelo gramado e crianças brincando felizes no quintal.

Lucky loserOnde as histórias ganham vida. Descobre agora