Capítulo vinte e três

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ZANE BRANDO

O primeiro soco dói muito, sinto os meus dentes irem para trás e uma dor insuportável em minha bochecha, o segundo já não é tão forte, porque Arizona segura o braço de seu irmão no meio do caminho. Porém, York não percebe que ela está atrás dele e dá uma cotovelada, machucando minha namorada. Não iria revidar, só que ninguém encosta em Arizona, então, levanto meu braço no ar e com o punho fechado, acerto a lateral do seu rosto.

– Parem! – escuto a morena gritar, entretanto, nenhum de nós dois para – por favor.

O gosto metálico de sangue adentra minha boca e tenho certeza que se não pararmos agora, um de nós dois irá para o hospital. Empurro o corpo de York para trás, tem muita fúria em seus olhos. Antes que ele venha para cima de mim novamente, Arizona se joga em mim, protegendo meu corpo com o seu. Isso faz com que York pare no meio do caminho, vendo sua irmã enrolada em uma mantinha, abraçada em mim.

O apartamento está em total silêncio, até que uma gargalhada com muito humor toma conta de tudo. Nossos três olhares se voltam para a porta, onde Michigan Potter está rindo. O irmão mais novo de Arizona está com o celular erguido para cima, como se tivesse gravando toda a cena.

– Podem continuar, estava adorando – ele diz rindo – finjam que eu não estou aqui.

– Você estava aí todo esse tempo? – Arizona indaga irritada e o mais novo dos Potter dá de ombros – e por que caralhos você não me ajudou?

– Por que você não me ajudou? – York se levanta do chão, passando a mão no cabelo. O mais novo novamente dá de ombros.

– Isso não é problema meu – ele adentra o apartamento e passa por nós – vou fazer café, alguém quer café? Não? Tudo bem. Aliás, bem-vindo à família, Zane.

Encaro incrédulo as costas de Michigan, que anda para a cozinha como se nada tivesse acontecido. Isso desencadeia nossa volta para a realidade, onde York, meu agente esportivo, e mais novo cunhado, socou meu rosto após pegar eu e a sua irmã mais nova praticamente nus. O lado direito do meu rosto dói muito e Arizona toca minha face, tentando saber o quão grave foi os socos de seu irmão, que é muito forte.

– Não quero ver você nunca mais no meu escritório – York aponta um dedo em minha direção e assinto com a cabeça, eu sabia desse risco.

– Tudo bem – afirmo calmo.

– Você está sendo um babaca, York – Arizona sai dos meus braços, arrumando melhor a manta em seu corpo – você deveria estar feliz por mim.

– Feliz? Eu pedi para vocês dois não continuarem com isso – ele praticamente grita e engulo um seco – eu te pedi Arizona, podia ser qualquer pessoa, menos o Zane.

– Mas foi o Zane – ela rebate com os olhos marejados – e eu esperava que o meu irmão, meu melhor amigo, ficasse feliz por mim, por eu ter encontrado um homem que amo.

Ela me ama.

Arizona me ama.

– Ama? Arizona, você ama o Ethan! – isso me deixa um tanto mal, claro que ela o ama, só que isso não significa que ela não possa me amar também – lembra dele? O pai do seu filho.

– O Ethan morreu, York, morreu, só que eu não morri, eu tô viva – as lágrimas descem por seu rosto, não aguento mais ver isso – e eu quero viver, eu quero amar o Zane, porque eu posso, eu posso amar ele na mesma intensidade que amei o Ethan, ou até mais.

Lucky loserWhere stories live. Discover now