Capítulo trinta

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ARIZONA McGREGOR

Repouso minha cabeça no peito de Zane, que está conversando com meu pai sobre a atual temporada de tênis e como funciona a pontuação. No outro lado do parque está meu filho, jogando basquete com Michigan e York. Minha mãe por sua vez se encontra tirando uma soneca, sempre ficarei surpresa por ela conseguir dormir em locais barulhentos. As coisas estão entrando nos trilhos, meu irmão mais velho finalmente parece estar aceitando as coisas, e apenas de ter meus pais aqui, tudo fica mais tranquilo. Porém, o mais importante, eu estou em paz comigo mesma e com meus sentimentos, e pela primeira vez em muitos anos, aquela tristeza ao acordar, já não se encontra mais em mim.

Os dias de verão está passando rapidamente, logo Zane irá para a Inglaterra disputar Wimbledon. Dessa vez eu e Hunter iremos junto com ele, principalmente porque Zane precisará de apoio para conseguir ir bem nesse Grand Slam. Depois de termos matado a saudade um do outro, Zane chorou muito por conta da derrota em Paris. É difícil lidar com tudo que está acontecendo em sua vida familiar, e junto com uma pressão para ganhar, resulta em uma performance que não é habitual dele.

– Federer é e sempre será meu maior ídolo no tênis – Zane responde à pergunta do meu pai, ele nunca havia me falado sobre isso – já o encontrei diversas vezes e sempre fico nervoso por estar perto, Federer é o melhor tenista de todos os tempos, não tem como negar isso.

– Você é o melhor tenista de todos os tempos para mim – murmuro e recebo um beijo no topo da minha cabeça.

– A sua opinião é a única que conta para mim – abro um sorriso maior ainda ao escutar isso – mas o Federer é melhor.

Solto uma pequena gargalhada e inclino meu corpo para frente, pegando uma uva do cacho. Meus olhos se fixam na quadra de basquete e é inevitável não pensar em como gostaria de ver Ethan ali, jogando junto com nosso filho. São esses momentos que me deixam fraca em minhas escolhas, entretanto, estou aprendendo a ser forte quanto ao que quero, e nesse momento da minha vida, eu quero ser feliz apenas vendo meu filho jogar basquete com seus tios, enquanto fico deitada no peito do meu namorado.

– Sempre tenho um deja-vú quando vejo essa cena – a fala de minha mãe me pega de surpresa – vocês foram muito felizes na infância, não foram?

– Tivemos a melhor do mundo – afirmo saindo de perto de Zane e indo ficar ao lado de minha mãe.

– É dolorido ver todos vocês crescido, sem precisarem de mim ou de seu pai para qualquer coisa – eu imagino, não sei como lidarei quando Hunter ficar dependente de mim – e ao mesmo tempo, é tão satisfatório ver todos vocês crescidos e felizes. Principalmente você.

Arqueio uma sobrancelha e minha mãe pega minha mão, segurando ela firme.

– Eu tinha medo de você nunca se recuperar do que aconteceu – há dor em suas palavras – e hoje, vendo você com esse brilho, amando, eu me sinto a mãe mais feliz do mundo.

– Obrigada por nunca sair do meu lado – aperto sua mão, em um gesto de dizer que eu também nunca sairei do seu lado.

– Oh, meu bebê, você não é mais aquela criancinha que morria de medo de fantasmas e vinha correndo em minha direção, hoje você é uma mulher feita, que cresceu antes do tempo, e eu tenho muito orgulho do que você é, minha Phoenix – limpo a pequena lágrima que desce por meu rosto – fico muito feliz de poder ver você formando uma família novamente.

Lucky loserWhere stories live. Discover now