Capítulo doze

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ARIZONA McGREGOR

Agarro Hunter pela cintura e o giro no ar, em seguida o jogo no sofá, escutando-o rir desesperadamente. Subo em cima do sofá e ergo a espada de brinquedo para cima e dou um grito de guerra, visto que sou um pirata. Então, pulo para o chão e avisto Lizzy correndo para a cozinha, como a minha missão como chefe do navio pirata é capturar os marinheiros, vou atrás da garota, que como meu filho é um navegante dos mares.

– Fim de linha para você, maruja! Ahu Ahu! – engrosso minha voz e estico a espada em sua direção – se renda.

– Jamais – Lizzy responde e sinto uma outra espada de brinquedo tocar em minhas costas, sinalizando que fui atingida.

Dobro meus joelhos e dramaticamente finjo uma morte dolorosa. Meu filho entra no meu campo de visão, indo comemorar a vitória sobre a capitã pirata, juntamente com sua parceira.

– Fim de linha para você, pirata! – a voz infantil de Hunter entra por meus ouvidos e sorrio com isso – ei mamãe, piratas mortos não sorriem.

– Eu sou uma exceção.

– Nem falam.

Abro meus olhos e sento no chão, cruzando minhas pernas. O pequeno está com as mãos na cintura, chateado por interromper o ato final da nossa brincadeira. Já Lizzy, se encontra aos risos, achando engraçado tudo isso. É bom escuta-la rir.

– E nem respiram – argumento levantando uma sobrancelha – aliás, nunca ataque alguém por trás. A conduta de um homem define quem ele é.

– Sou um menino, não um homem – nessa Hunter me quebrou.

– Mas um dia, você será um homem – Lizzy para de rir e me ajuda com a questão da conduta – e você, pequeno, será um cavalheiro.

– Não quero andar por aí com cavalo, eu nem sei andar de cavalo – o pequeno senta no meio das minhas pernas e boceja, sem entender direito o conceito do que é ser um cavalheiro – quero andar de Bugatti, igual o titio York.

– O seu tio é um homem com conduta boa, e isso o define – a loira diz e penso no condomínio fechado que cresci e tive as piores crises de pânico quando Hunter nasceu, e como York ofereceu casas nesse condomínio para Zane morar – por isso ele tem uma Bugatti.

Deposito um beijo demorado na bochecha do meu filho, passando a mão em seus fios de cabelo úmidos por conta do banho recém tomado. Zane e York foram para o México há quase uma semana para disputar o aberto, mas Zane veio para cá algumas vezes apenas para ver como Lizzy está. Porém, como ela mesma me contou, ele geralmente fica uma semana ou mais fora para competir, sem voltar. Uma semana longe e apenas alguns dias em casa, essa é a rotina de Zane.

– Agora podemos jogar Candy Land? – o loiro se levanta animado.

– Sim, estou louca para derrotar você novamente, Hunt – Lizzy desafia meu filho, que como tem o sangue dos Potter e dos McGregor misturado, não irá correr desse desafio.

Os dois saem discutindo sobre quem de fato irá vencer a partida demorada de Candy Land, porque esse jogo de tabuleiro não é nada fácil de ser jogado. Como já estou na cozinha, decido encher uma taça de vinho e estourar grãos de pipoca para podermos comer enquanto assistimos os jogos finais do aberto do México. Zane jogou a semifinal ontem e hoje disputará a final. Não sei sobre tênis, mas a irmã do tenista afirmou que seu adversário é muito bom e que será uma partida muito tensa.

Cantarolo Here comes the sun dos Beatles enquanto os milhos esperam o óleo ficar quente o suficiente para serem estourados. Bebo um pequeno gole do vinho branco, deixando os meus nervos mais relaxados e quando o álcool entre em meu sangue, tudo parece estar em paz. Sou tirada dessa minha sensação de paz e amor quando escuto o toque do meu celular, em segundos o meu loirinho entra na cozinha com o eletrônico nas mãos e sem falar nada volta para a sala, para jogar Candy Land.

Lucky loserWhere stories live. Discover now