Lucky loser

Capítulo vinte e sete

ZANE BRANDO

Observo uma Arizona de 16 anos, usando um vestido de cheerleader azul, agarrada em um rapaz loiro da mesma idade. A fotografia está no centro da sessão de homenagens da escola, embaixo dela está "equipe bicampeã estadual de basquete e de cheerleader". Aos 16 anos, Arizona era uma tremenda gata, aos 24, ela é a mulher mais gostosa que há. No lado da fotografia, tem uma foto apenas de Ethan Hunter McGregor, um in memória, com um texto contando sua trajetória no esporte, como ele amava viver, seus sonhos de construir uma família ao lado de Arizona Potter, não, como o texto cita, sua Phoenix.

Phoenix.

Não sabia que Arizona tinha um apelido. Na realidade, acredito que nesse caso não seja um apelido qualquer, seja um apelido amoroso, e talvez ela apenas não queira compartilhar esse tipo de memória comigo. E está tudo bem, porque eu não quero saber de realmente tudo que ela viveu.

– Ela era linda, né? – Hunter diz ao meu lado, observando com fascínio sua mãe e provavelmente seu pai também.

– Ainda é – afirmo e ele concorda com a cabeça – será que você vai ser igual ele com 16 anos?

– Não, vou pintar meu cabelo de preto – levo meu olhar para baixo, encontrando um sorriso sapeca em seu rosto – não quero ser igual ao papai.

– Por quê? – fico curioso com a sua resposta.

– Porque ele teve câncer, ué – não consigo segurar a risada espontânea que nasce dentro de mim.

– Desculpa, Hunt – peço engolindo as risadas que ameaçam sair.

– Foi engraçado, né? – assinto para seus olhos azuis, que estão alegres – esse aqui é o meu titio York e a titia Lor – ele aponta para dois jovens, York aos 16 anos é praticamente idêntico ao Michigan com 18 anos – você sabia que eles já namoraram?

– Fiquei sabendo – respondo baixinho, imitando o tom de voz que ele usou em sua pergunta – ela terminou com ele, né?

– Esmagou o coração dele – Hunter levanta o pé e fingi pisar forte em cima de algo invisível, provavelmente o coração do seu tio – o titio Michi brinca que o titio York chora todo dia no banho por causa disso.

– Michigan não tem muita moral para isso — arqueio uma sobrancelha e o menor dá de ombros.

Passos são emitidos no corredor do colégio San Andreas, viro meu rosto e encontro Arizona andando em nossa direção, segurando o diploma de conclusão do ensino médio de Lizzy. Minha irmã não quis vir até a instituição pegar o diploma, sobrando para nos virmos até aqui e fazermos isso.

– Procurei vocês por toda a parte – a morena diz em um tom de advertência – ah – é apenas isso que sai de sua boca ao ver onde estamos – vamos sair daqui.

Mas ela não sai do lugar. Seus olhos se fixam na foto de Ethan, como se tudo viesse a tona novamente. Pego em sua mão, terminando um tipo de transe dolorido.

– Vamos – concordo e minha namorada sorri para mim, com o seu sorriso mais bonito.

Hunter vai na frente, correndo pelos corredores vazios da instituição de ensino, os alunos já entraram em férias, ontem foi a colação de grau do último ano. Lizzy chorou o dia inteiro, mais um momento de sua vida estudantil perdido. Claro que ela irá ter uma colação de grau na faculdade, mas sei que a colegial era tão importante quanto para ela.