Capítulo dezoito

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ARIZONA McGREGOR

Pinto o último círculo da folha de respostas da prova de instalações hidrossanitários, visto rapidamente com os olhos se pintei todos os círculos corretamente, e como de costume, não faço uma última correção, pois sempre troco uma alternativa certa pela errada. Recolho meus lápis e a borracha, e levanto da cadeira, andando pela sala de aula que já está praticamente vazia. Não sou afobada para fazer provas, gosto de ir fazendo no meu próprio tempo, lendo calmamente cada questão e deixando o meu raciocínio fluindo no seu ritmo natural. Instalações hidrossanitários não é uma das minhas matérias favoritas, porém, é importante para minha futura profissão, que está a cada dia mais perto de se tornar realidade.

Deixo os papéis em cima da mesa do professor e me despeço dele, primeiro pego minha bolsa e o celular, que estavam na parte da frente da sala, e depois me dirijo para a saída, ficando mais relaxada após concluir a primeira prova de oito, serão semanas estressantes e que sei que meu filho ficará um pouco de lado, porém, ele sabe que preciso ir bem na faculdade para não dependermos mais de seus avôs para tudo. Meus pais sempre me bancaram e meus sogros mandam uma boa quantia para nós por mês, e isso nos mantém muito bem, mas, eu jamais vou querer sobreviver nas custas deles e não vejo a hora de ter meu próprio dinheiro. Atualmente meus pais, não, minha mãe, já encaminha certo a renda das terras herdadas do seu pai, dividindo em três quantia, uma para cada filho, entretanto, eu recebo um pouco mais.

Tiro a chave do meu carro da bolsa e vou caminhando pelo campus, nunca encontro Michigan por aqui, o prédio de engenharia fica no lado oposto do prédio de saúde e nunca me aventura em andar pela região dos dormitórios. Vejo Harper e Path sentados embaixo de uma árvore, pela forma como a garota está gesticulando, estão discutindo sobre algo relacionado a prova. Como não quero pensar em nada relacionado ao conteúdo, apenas aceno para os dois que devolvem o gesto. Meu celular vibra dentro da minha bolsa e retiro o aparelho eletrônico de dentro, vendo que é uma chamada de vídeo da minha mãe.

– Tem celular para enfeite? Já te liguei três vezes – é a primeira coisa que Brooke Potter diz, com um certo tom de bronca, abro um pequeno sorriso, uma mãe preocupada sempre será uma mãe preocupada, indecisamente da idade dos seus filhos.

Atrás dela está o mar, em um tom azul vibrante, convidando quem o vê para pular em suas águas e desfrutar de sua temperatura baixa. Meus pais vivem em cruzeiros, gastando a aposentadoria do meu pai e o dinheiro que as terras da minha mãe lucram. Meu tio cuida de cada canto de terra da família, meu avô cultivou sofá e trigo por anos e abriu um espaço para criação de gado, em uma fazendo na Carolina do Sul, meu tio, Garry, fica com a maior parte dos lucros e o resto vem para minha mãe, o que já é uma quantia exuberante.

– Estava fazendo prova – respondo procurando um banco com meus olhos.

– Parcialmente desculpada – solto uma leve gargalhada – como está meu netinho favorito?

– Na escola, se comportando muito bem – um alivio percorre meu corpo por saber que Hunter não se meteu em mais nenhuma briga, ainda fico com medo dele explodir do nada, porém, é muito visível seu progresso – zero brigas.

– Ah minha querida, como é bom saber disso – rugas aparecem no canto de seus olhos ao sorrir – e os patetas dos seus irmãos? Mandei bom dia para York e ele só me mandou uma figurinha em resposta, pois diga para ele que acabou de perder a herança.

– Tomamos café juntos mais cedo, York está uma pilha de nervo, um jogador de vôlei dele foi preso transportando maconha, estão tentando justificar que era para consumo próprio – nunca vi meu irmão tão irritado como hoje de tarde, ele tomou o café em 5 segundos e logo foi embora – Michi vai assistir uma cirurgia do seu professor de neuroanatomia hoje de noite.

Lucky loserWhere stories live. Discover now