Lucky loser

Capítulo vinte

ARIZONA McGREGOR

– Pare de fazer careta – peço para Hunter, posicionando o celular no ângulo certo para que meu filho fique no centro da foto.

Atrás do meu loirinho está vários cactos, estamos passeando no Jardim exótico de Mônaco e o lugar é perfeito para fotos. Talvez Hunter esteja achando meio chato a parte das fotos, mas está adorando cada local que estamos visitando. Claro que o ponto alto do país seja os cassinos, porém, todos os outros locais turísticos fazem valer a pena essa nossa vinda repentina para cá. Podemos ver o palácio do príncipe daqui, é uma cena de tirar o fôlego, já vi dezenas de paisagens lindas, mas essa aqui, é simplesmente única.

– Achei que eram férias familiares e não sessão de fotos – meu filho murmura e só por conta disso, tiro mais algumas fotos.

– Não estamos em férias familiares – deixo claro e meu pequeno dá de ombros.

Quando chegamos ontem já era bem tarde da noite, Zane tomou um banho e simplesmente capotou. Eu e Hunter jantamos no restaurante do hotel, que é um bem afastado do centro e que não é muito grande, o que o torna perfeito. É aconchegante e acolhedor, tem um estilo mais simples, indo totalmente contra aos hotéis do centro, que são luxuosos.

– Então o que estamos fazendo aqui? – respiro fundo e me agacho na sua frente.

– Alguém soube que a Lizzy tem um bebê dentro dela e decidiu compartilhar com várias pessoas – começo a explicar de uma forma que ele possa entender – e agora várias pessoas querem que o Zane explique sobre isso, e nós estamos aqui para impedir isso.

– Nós somos os guarda-costas dele? – faço que sim – que irado! Podemos usar óculos escuros?

– Podemos – afirmo sorrindo com sua inocência – ainda temos muita coisa para conhecermos hoje.

Fiz um pequeno roteiro durante o avião, nunca consegui relaxar quando voo, não era assim antigamente, mas depois que virei mãe, o medo de deixar Hunter só no mundo consome cada célula do meu ser. Estico minha mão para o pequeno, que segura forte. Meu garotinho, que um dia irá conquistar o mundo inteiro.

– Sabe mamãe, eu quero que o Zane vire meu papai – sua fala me pega totalmente de surpresa, paro de andar e desço meu olhar até meu loirinho.

– Vo... você quer? – acabo por gaguejar, algumas pessoas passam por nós e sorriem para Hunter.

– Quero! Ele é muito legal e ele faz você muito feliz – sim, ele me faz muito feliz – e ele me levou no jogo de basquete, tá bom que sempre vou com o titio York, só que com o Zane foi mais legal.

– E você sentiu como se tivesse ido com um pai? – arrisco, é dolorido ter essa conversa com ele, porque ter um filho sempre foi um sonho de Ethan, e agora escutar o filho dele falando que deseja ter um outro homem como seu pai, é como colocar uma adega em meu coração.

– Sim e foi muito bom – o pequeno puxa minha mão para andarmos – sabe, eu amo o papai Ethan, ele é bacana do jeito dele, só que eu queria um papai real.

Hunter tem 6 anos e é normal para qualquer criança que cresça sem um pai presente querer um outro pai. E eu sou a adulta dessa situação, por isso preciso agir da melhor maneira possível agora, não deixando meus sentimentos por Ethan e sua paternidade não vivida tomarem conta de mim.