Cap 2

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                    CAMILA   CABELLO

Prendi a respiração pro alguns segundos, raciocinando seu pedido. Até que cai em risadas e vi a mulher franzi o cenho, talvez não compreendendo minha reação.

-Quer que eu seja sincera com você ?-Perguntei, ela concordou com a cabeça.-Você é linda, de fato. Os homens e mulheres adorariam se encantar pelos seus olhos. Não nego.. agora me deixo muito a pensar o que uma menina aparentemente como você, está aqui pedindo isso... eu sinceramente não te vejo como alguém que precisa disso, senhorita Jauregui.

-Aparências não são nada.-Ela disse simples, suspirei.

-Aqui não entra qualquer um. Não é assim que funciona. E se não deixaram você subir, é por que eu não autorizei. -Falei firme.-Não estamos com vagas abertas. Principalmente femininas.

-Aí que está..-Ela disse aparentemente meio envergonhada, franzi o cenho.-Eu.. eu sou interssexual.

-Não compreendi senhorita Jauregui.-Falei verdadeiramente sem entender.

-Eu tenho um pênis entre as pernas.-Ela disse, cerrei os olhos engolindo em seco e me vendo sem palavras. Não reconhecia nada como isso em minha mente, talvez por nunca ter visto nada parecido.

-Bom.. e você fica com ? Meninas ? Meninos ? Os dois ?-Perguntei.

-Mulheres. Apenas.-Ela disse, ergui o queixo pensativa.

-De fato é curioso. Não entenda mal e muito menos como uma discriminação. É por que de fato já estamos com buceta demais aqui. -Falei dando de ombros.-Mesmo que você se encaixe em algo interessante pra essa boate Lauren, ainda sim. Não contratamos ninguém assim, desta maneira avulsa. Você iria ter que abrir mão de qualquer casa que tem, teria que morar aqui, temos regras, horários, metas. Você compreende ?

-Sim.-Ela disse. Umedeci os lábios e vi a mulher parecer nervosa. Era claro que algo sério havia acontecido. Suspirei pensativa.

-Lauren. Eu tenho realmente coisas a fazer agora. Deixa eu te avisar uma coisa para começo, não entre em qualquer sala desse lugar sem bater, principalmente tendo possibilidade de ser eu a estar atrás da porta, eu tenho minhas intimidades e não costumo trancar. Gosto de respeito. -Falei seria.-Pra começo, respeite quem é funcionário daqui, começando pelos seguranças que você passou a força bruta. Não permito agressividade.. não sei se pensou nisso, mais no site da boate aonde compra os ingressos, tem um e-mail e contato , que você poderia estar ligando pra fazer a mesma proposta que me fez agora.

-Ok.-Ela falou encolhendo a língua na boca para não me alfinetar. Percebi que ela queria responder, mas não o fez. Ótimo.

Abri a minha bolsa e peguei uma pulseira dourada de entrada da festa. Logo pedindo com gestos seu pulso para por a pulseira ali.

-Isso te dá acesso a estar aqui. Pode assistir, aproveite para conhecer aonde quer conviver, não suba as escadas e não passe pelas fitas restritas. -Falei analisando a menina.-E se tiver tempo, fique até que eu me desocupe, pode demorar. É claro.. mais depois posso conversar com você e assim nós entenderemos melhor.

-Tudo bem. Obrigada.-Ela disse como quem quisesse falar mais, mas , se mantéu calada e se colocou de pé, esperei que ela fosse embora e logo se foi.

Fiquei algum tempo pensativa sobre a menina. Candese falava que antes de deixar alguém entrar, a gente sabia exatamente como descobrir se era uma pessoa certa para estar dentro do nosso negócio.

E claro, várias pessoas já vieram atrás para entrar a boate, só que não era assim que funcionava, não era qualquer uma. A garota parecia se encaixar aos meus olhos.

Cabaré (G!P) Where stories live. Discover now