Here We Go Again

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Quando Dylan toca os meus lábios com os dele assim que esbarra em mim no final do segundo dia de Wicked, tenho certeza que eu não tinha mentido quando disse em voz alta no dia anterior que eu gostava dele. Eu gosto. Gosto do jeito determinado que ele me beija, como ele toca as minhas costas fazendo pressão nos lugares certos ou como ele respeita quando eu simplesmente falo para ele parar.

Eu gosto dele, mas não é suficiente e ás vezes eu me pego irritada por que eu sei que deveria gostar mais. Por que até a minha mãe gostou dele quando eu os apresentei. Não disse nada sobre o que está acontecendo entre nós e só disse que ele é um amigo, mas tem coisas que eu não preciso falar para ela e pela forma como ela o analisou, deve ter percebido.

Fiz o favor de não apresentá-lo para o meu pai porque Dylan tem muitas apresentações para fazer e para isso ele precisa estar vivo.

— Eu preciso sair — digo afastando a boca da dele, mas meus braços ainda estão em volta do seu pescoço.

— Mas eu preciso te beijar mais. — Dylan passa os lábios na minha mandíbula até a minha orelha e os pelos da minha nuca se eriçam.

— Depois. Amanhã — eu sussurro em resposta e ele me beija uma última vez antes de soltar um ruído de reprovação e dar um passo para trás.

— Só aceito porque você não tem escapatória.

Ele volta para o camarim dele prometendo que me encontraria lá fora dali alguns minutos. Quando chego na calçada de trás do teatro fico surpresa ao ver mais gente do que o dia anterior. Juan está lá fazendo piadinhas para um grupo de pessoas e com não sei quantas playbills no braço.

— Olha a nossa Elphaba, gente — ele praticamente berra quando me vê e eu vejo todas aquelas pessoas olharem pra mim.

— Oi. — Eu sorrio quando uma menina de pele marrom e olhos escuros me encara mais do que os outros.

— Oi. — Ela parece em dúvida quando entrega o livreto pra mim. — Eu não te conheço de algum lugar?

Rabisco meu nome no papel e a olho mais atentamente.

— Acho que não. — Tenho quase certeza de que nunca a vi antes, mas não quero me alongar no assunto por que as chances dela já ter me visto são grandes.

Não sei quanto tempo se passa até que uma movimentação estranha comece no outro lado da rua. Não percebo nada de diferente, mas Juan faz com que eu me vire para olhar.

— Hum... Lua? Acho que é pra você.

Demoro um tempo pra acreditar no que estou vendo, mas assim que minha mente volta a trabalhar eu me mexo antes que todo mundo ali perceba o que está acontecendo porque até agora só três garotas haviam reparado na presença de Liam.

Liam.

Ele está assinando a capa do celular de uma delas quando seus olhos encontram os meus. Ele está sozinho, sem John, o que eu acho que é uma forma de chamar menos atenção, mas ali, no meio de umas 30 pessoas aquilo não vai funcionar.

Faço sinal para que ele me siga e entro de novo no teatro sem nem olhar se ele tinha me visto ou não. Mas um segundo depois que eu esteja no pequeno corredor de luzes brancas, Liam aparece e eu consigo escutar claramente a mesma garota de antes soltar um: "eu sabia que conhecia ela de algum lugar.".

— O que você está fazendo aqui... — eu pergunto, com a voz transbordando de raiva e o rosto queimando, assim que ele fecha a porta atrás de si. — ...De novo? — Liam apenas me olha e eu perco a paciência. — Você está tentando mexer com a minha cabeça? Aparecendo aqui duas vezes, trazendo sua família, mandando presentes... — Os olhos dele caem para o meu pescoço e eu me xingo mentalmente por ter mencionado aquilo já que a lua cravada com pedras verde-esmeralda está no meu pescoço. — Qual é a sua?

De Lua, com amorWhere stories live. Discover now