De Lua, com amor

Lay All Your Love On Me

O.k. Isso, com certeza, não está na "lista de coisas que poderiam acontecer" que eu pensei durante o caminho todo. Eu entrei naquele carro com John e me preparei pra todas as possibilidade e me preparei também para o que já não é mais possibilidade, o que já é fato consumado.

Mas eu não me preparei pra ouvir aquilo. Não agora. Não quando as coisas tinham dado uma reviravolta de 180 graus.

— Liam... — Esfrego as pontas dos dedos nos meus olhos. — Não faz isso.

— Eu amo você — ele diz mais firme. — Deveria ter te dito isso há muito tempo. — Liam toca as pontas do meu cabelo que havia se desprendido do meu coque e eu paraliso. — Quis dizer naquele dia que você me procurou, mas não quis correr o risco de interferir na sua peça de novo, então achei melhor esperar.

Afasta a mão de mim, mas seu corpo está bem próximo o que só deixa mais difícil com que eu pense direito. A única coisa que passa na minha cabeça agora são aquelas três palavras. Elas soam estranhas e eu tenho dificuldade em aceitar que ele tinha as dito, mas pensar nelas também enche o meu peito de alivio.

— Você é tão idiota. — Olho para baixo por que não consigo mais encará-lo.

— Eu sei.

— Não — retruco. — Não acho que você saiba o quanto você é idiota.

Sua respiração morna bate no meu rosto e eu fecho os olhos por alguns segundos. Quero ser racional pelo menos uma vez na vida e para isso penso nos últimos dias e no que iria acontecer na minha vida dali pra frente. No que eu já sabia que ia acontecer. Mas não dá muito certo porque meu coração está se manifestando quase dolorosamente, batendo em um compasso diferente do normal.

Quando eu falo de novo minha voz se perde e sai quase como um soluço.

— Mas eu também amo você.

Meus lábios se comprimem e eu volto a olhar para Liam com receio. Seus olhos estão vidrados no meu rosto e eu torço mentalmente para que ele não note o meu nervosismo.

Liam chega mais perto de forma que se eu quiser, posso apoiar a minha cabeça em seu ombro. Ele afasta alguns fios do meu cabelo, que agora já tinha se soltado completamente, os colocando atrás da minha orelha em um movimento cuidadoso. Seus dedos roçam na minha bochecha quando ele faz isso e eu solto o ar devagar.

— Eu posso te beijar? — Ele ainda está afagando a minha pele quando pergunta.

"Não", eu respondo mentalmente.

— Sim.

Olha para a minha boca e fico me perguntando como será sentir os lábios dele nos meus de novo. Mas o contato demora por que Liam se move devagar. Primeiro beija o canto dos meus lábios e eu me arrepio violentamente. Dou um suspiro quando ele finalmente sela nossas bocas. Sua língua me invade com cautela e as mãos vão para o meu rosto. Cada pedaço da minha boca é explorado por ele, mas com muita calma como se fosse a primeira vez. Levo os dedos para a sua nuca onde acarinho de leve o que o faz soltar um ruído seco contra mim.

O peso de todo o tempo que eu fiquei sem beijá-lo parece tomar conta de mim e meu corpo treme quando ele toca a minha cintura. Tem alguma coisa estranha em todo aquele contato. Sinto uma pressão esquisita no meu estômago e uma onda elétrica correr pelas minhas veias por que Liam está finalmente me tocando de verdade.

Mas não está sendo suficiente.

Ele para de me beijar, porém sua mão ainda está no meu corpo o que é bom porque estou mole e ofegante como se respirar fosse a coisa mais difícil do mundo. Meu batimento continua desregulado e eu me apoio nos ombros dele pra me acalmar,e quanto mais eu encosto-me ao seu corpo, maior é a sensação de insuficiência. Eu precisava de mais.

Liam me beija de novo só que com menos calma dessa vez. Minhas mãos descem para o seu peito que se movimenta rápido. Seguro a gola da sua camisa com força por que ele toca as minhas costas e mesmo por cima de toda aquela roupa eu esquento.

Sinceramente, não sei o que está acontecendo. Parece que a frustração acumulada nos últimos meses estava aflorando no meu corpo naquele instante. Quando ele suga o meu lábio inferior eu quebro o beijo pois a sensação é um pouco demais pra mim. Cerro os olhos e apoio a testa no queixo dele.

Seus dedos fazem círculos descendo pelas minhas costas até que chegam à barra da minha blusa e ele toca a pele da minha barriga por debaixo dela. Acabo tremendo só com aquilo e me sinto muito idiota por estar quase entrando em combustão só com algumas caricias. Minhas bochechas coram, mas Liam sussurra contra o meu cabelo e eu entendo que ele também está assim.

— Eu quero você.

Aperto mais meus olhos tentando fazer com que a Lua racional acorde, só que já é tarde demais. Cada centímetro de mim grita por mais, então em resposta a frase dele eu abro mais um botão da sua camisa.

Liam deixa que eu termine de abrir sua blusa e eu dedilho seu abdômen lentamente sentindo seu corpo se contrair um pouco. Ele tira o meu casaco e sobe minha blusa sem tirar os olhos de mim. Distribui beijos pelo meu rosto, tateando a minha barriga desnuda.

Não sei se ele consegue sentir que meu corpo está quente e arrepiado, ou se ele consegue ver o meu rosto o quanto eu o quero também.