When She Smiles

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  | Liam |

Eu estava nervoso aquele dia.

Não sei explicar o por quê, eu só não estava bem e muito menos no clima para um casamento, mas quando o corpo dela se chocou com o meu deixei de ficar nervoso e comecei a ficar intrigado.

Ela estava no chão, o rosto se avermelhando de vergonha e raiva, os lábios apertados e os dedos tirando os pedacinhos de grama da calça clara, e a primeira coisa que eu pensei quando ela se levantou é que eu nunca tinha visto um rosto tão bonito.

Ela me olha e eu sei que me reconhece porque seus olhos castanhos focam em mim mais avidamente, mas quando percebe o que está fazendo começa a corar mais. A pele quase dourada ficando um pouco mais rosada e os dentes passando pela boca rubra em um reflexo de seu nervosismo.

Linda.

Então começa a se explicar e eu fico mais interessado ainda naquela pessoa pequena na minha frente por que ela tem a voz macia e um sotaque diferente que me faz querer ficar a ouvindo falar o dia todo.

Só que tudo isso some da minha mente horas depois quando eu vejo o que aconteceu. Fico meio desesperado porque aquele era um dos meus piores pesadelos. Não dá para confiar em ninguém quando se está em uma posição como a minha e por isso acabo soltando o meu pior quando falo com ela por telefone.

E me arrependo assim que eu desligo pois eu me lembro do seu rosto e o jeito como seus lábios se moviam quando falava. Como ela parecia doce e tímida. Como os olhos dela pareciam faiscar e como eu ainda podia sentir seu perfume adocicado mesmo horas depois.

E aí eu me lembro que estou com o celular dela e me sinto muito sujo ao abrir algumas fotos. É errado, eu já sabia, mas queria ver como ela é no mundo real, fora daquele universo paralelo onde eu a encontrei. Queria ver o rosto dela de novo porque talvez eu estivesse exagerando nos detalhes. Mas não estava.

Ela é linda demais.

Só que assim que eu a vejo de novo noto que havia coisas que nem minha mente e nem as fotos conseguiram mostrar: as covinhas nas maçãs ruborizadas, o nariz empinado, a forma que sua pele brilha sob a luz do sol como se fizesse parte dele e o cabelo castanho que me fazia ter vontade de passar os dedos.

E quando fala me surpreende de novo porque ela é doce e educada mesmo estando visivelmente embaraçada e até um pouco irritada comigo. Diferente de mim, ela me dá o seu melhor.

Preciso só de alguns minutos para começar a ensaiar em silêncio uma forma menos descarada de tirar aquele anseio de mim e de colocar pra fora todas as perguntas que estavam surgindo na minha cabeça no momento. Todas. De repente eu precisava saber tudo sobre ela.

"Você gosta de música?"

"Você gosta de animais?"

"Você acha que conseguiria gostar de mim?"

"Eu amo o seu sorriso, posso tentar tirar um de você?"

"Você quer sair comigo?"

"Qual é o sabor da sua boca?"

"Você quer ser minha pra sempre?".

Mas era cedo demais então eu me contento em só perguntar o seu nome.

Agora ela está nos meus braços, trêmula e nua e a única coisa que eu consigo pensar é em como eu senti falta dela.

Todo aquele contato não era suficiente, eu queria mais. Queria poder ficar com ela ali naquela cama por horas. Queria beijar a pele dela e entrelaçar os dedos nos seus fios castanhos todos os dias. Queria sair dos shows e encontrá-la porque ela conseguia tirar aquela adrenalina de mim. Só algumas horas, só uma noite de sexo não me satisfaziam. Eu queria que ela fosse minha.

De Lua, com amorOnde histórias criam vida. Descubra agora