2| Quando o Sol Começa a Nascer

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Um ruído de motor incidiu pelos ouvidos de Liz, como um raio de luz em um espelho esférico, refletindo, passando pelo foco de sua consciência. Ao lado da picape, um garoto negro pilotava uma moto a todo vapor, carregando Rafael na garupa.

— Matheus! — Liz gritou em desespero, e de modo repentino desequilibrou-se e caiu para trás, sentada. Ela fechou os olhos por instantes, Clareie sua mente, abra seus olhos para a realidade, uma voz feminina sussurrou em sua cabeça. Liz olhou para os dois lados, atordoada, procurando a proveniente da voz, mas constatou que não havia ninguém ali e que nada mais se movia com a mesma intensidade. Era como se um controle tivesse deixado o mundo em câmera lenta.

- O quê? - Uma linha formou-se entre as sobrancelhas de Liz e ela levou a mão à boca quando uma fumaça negra percorreu o ar e começou a dar forma a uma figura encapuzada, vestida até os pés de uma veste negra sombria, em cima do capô da caminhonete. O capuz longo cobria metade de seu rosto, deixando à mostra apenas um nariz pontudo, uma boca com dentes podres e um sorriso maléfico. Liz considerou a hipótese de imaginar, era tudo muito realista, mas alguns sonhos também são, então ela não teve certeza.

Rafael saltou da moto, que se movia cerca de um milímetro por segundo, e pousou de forma graciosa de frente à criatura. O olhar do garoto negro sentado no veículo encontrou o de Liz, deixando claro que ele também estava desperto para toda a situação.

— Um Anjo Mortal!? — O indivíduo hesitou e deu um passo para trás.

— Não, o homem-aranha. Não estou usando meu uniforme no momento. — Uma chama se acendeu no lugar das íris castanhas de Rafael

Das mãos estranhas da criatura, garras pontudas cresceram no lugar dos dedos, semelhantes à de um corvo.

— Essas almas me pertencem! — O ser afirmou, sua voz era áspera e arranhada, como muitos trovões.

- Não, elas pertencem a quem as criou! - Rafael retrucou com determinação e frieza.

Os olhos de Liz pareceram querer saltar das órbitas, todo ar de seu pulmão se esvaíra e suas cordas vocais pareciam não querer funcionar.

Uma espada se materializou na mão direita de Rafael e faíscas azuis cintilantes surgiram entre seus dedos de uma maneira indecifrável. Ele segurou-a com as duas mãos e a arma cortou o ar em direção ao homem encapuzado, este, defendeu-se com um escudo de fumaça negra, feito pelas próprias mãos. entretanto, Rafael lançou outro golpe em direção as pernas da criatura, que deu um salto-mortal para trás e parou sobre o asfalto com os braços abertos. Eles eram como vultos, porém Liz os enxergava perfeitamente.

O indivíduo encapuzado estalou o pescoço, flexionou as mãos para frente e jogou uma porção da fumaça negra em direção a Rafael, o garoto posicionou a espada a frente do rosto e a negritude colidiu com o metal prateado dela, desfazendo-se em seguida. A criatura bizarra recuou e correu, rápido como um borrão, na direção contrária do carro.

As Doze Luas - Filhos do AlvorecerWhere stories live. Discover now