3| Uma Luz Insistente

5.8K 569 378
                                    

✹❂✹

Oops! This image does not follow our content guidelines. To continue publishing, please remove it or upload a different image.

✹❂✹

Liz mirou sua metralhadora na cabeça de mais um zumbi que caminhava em sua direção de forma lenta, com um olhar faminto e feroz. A garota sorriu ao disparar sua arma e ver a cabeça da criatura estourar bem na sua frente. Diversos daqueles seres ocupavam o cenário apocalíptico em que ela é Liam se encontravam.

— Para a direita! — Liz gritou e os dois correram em direção a um carro abandonado.

Ela caminhava de costas dando tiros nos zumbis que tentavam lhes cercar enquanto Liam tentava conectar os fios soltos do automóvel obsoleto.

— Atrás de você! — O garoto ruivo gritou, mas antes que Liz se virasse, manchas de sangue inundaram sua visão, a metralhadora caiu de sua mão e seus joelhos cederam.

GAME OVER

As letras brancas formaram-se, em um efeito de pingos de sangue, na tela fina da televisão presa a parede. Liz bufou e jogou o joystick na cama, localizada ao lado de uma das paredes enfeitada de fotografias, recortes de revistas, pôsteres e discos de vinil. Uma baderna cobrindo o que um dia foi uma parede branca. Sua mente estava tão desordenada quanto.

Math gargalhou alto, estava sentado na cama, os dedos pressionavam uma palheta enquanto tocava de forma indelicada as cordas da guitarra Fender —primeira e única paixão platônica de Liz — Ela lhe deu a língua acompanhada de uma careta zombeteira. As notas confusas difundidas pelo amplificador, deixavam suas marcas pela casa, incomodando alguns vizinhos talvez. Um dó, um ré, um si, todos  jogados ao vento, ela não queria só ter a música, queria ser durante os dias que se estendiam.

— Esse jogo já ficou chato, não podemos jogar Assassin's Creed?

— Nas horas do jogo nada fica em câmera lenta. — Liam afirmou com uma expressão derrotada, colocando o joystick em cima da escrivaninha e reposicionando o Rayban de grau no nariz.

Liz riu acompanhada de Math, que largou a guitarra ao lado da cama.

— Já faz uma semana, não dá para parar de zoar?

— Se um dia eu perder a memória, quem sabe... — Liam olhou para cima com um sorriso brincalhão.

— A zoeira nunca acaba, Liz. — Matt esboçou um sorriso.

Ela estreitou os olhos. Caminhou até sua cama e levantou a beira do colchão, tirando de baixo dele uma pequena caixa branca, com a palavra MARLBORO impressa, e ao lado desta, um isqueiro com detalhes dourados. Dourado era sua cor preferida, quase da cor do ouro, um amarelo fúlvido como seus olhos.

Ela andou até a janela do quarto, com cortinas pretas que voavam desgovernadas pelo vento que entrava, tirou um cigarro do maço, posicionou-o entre os lábios, riscou o isqueiro e acendeu-o. Matheus tirou outro cigarro e fez o mesmo ato ao pegar o isqueiro da não dela.

As Doze Luas - Filhos do AlvorecerWhere stories live. Discover now