23| Tudo é Temporário

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A caneta na mão de Liz traçava rapidamente letras na página branca de seu caderno. A folha estava úmida devido a brisa vinda do oceano e seus dedos estavam sujos da tinta azul. Escrevia como se sua mão pudesse acompanhar a velocidade dos neurônios de seu cérebro.

Era uma rotina, para a garota, pegar seu skate e ir até a praia assistir ao jogo de cores que o pôr do sol transmitia no céu. Era uma visão inspiradora e temporária; Tudo é temporário. Somos temporários e em uma fração de tempo não somos nada.

Ela não queria mais perder o tempo de passagem no planeta ignorando a oportunidade de encontrar a verdade, se é que existe uma. "Queime-me/Mate essas vozes na minha cabeça/Aqueça-me com a tua luz/A escuridão apagou a minha". Ela não sabia se estava escrevendo algo coerente, era guiada apenas pela força das emoções, era sempre assim quando compunha.

Liz fechou os olhos e telas de lembranças atravessaram seus pensamentos, sensações chegaram como carros em uma avenida movimentada. O toque da mão suave de Rafael tocando a pele de seu braço, deixando uma marca invisível única, repleta de energia. Os olhos cor de chocolate dele, que refletiam mais que a imagem dela, refletiam tudo que as pessoas não enxergavam em Liz, algo que só ele enxergava e que nem mesmo ela, tinha noção do que era.

A garota suspirou e voltou a escrever.

"Um universo de ilusão?/Uma nuvem de presságios?/ Minha mente entra em difusão mesmo a ponto de um naufrágio".

Distrair a mente, para Liz, era um desafio mais fácil na teoria, na prática as palavras eram seu refúgio, era onde ela encontrava seu eu.

Queime-me. Mostre-me como queimar com o fogo da liberdade e escapar da insanidade. — Ela cantarolou. Era espontâneo, quase um ritual transformar sentimentos em músicas e rimas estúpidas.

— Um dia sua cabeça vai explodir de tanta inspiração. — Liam afirmou quebrando o longo silêncio.

Estavam tão quietos que Liz havia esquecido por um momento que ele estava ao seu lado. Do mesmo modo que ela, Liam era fascinado por admirar a natureza. Era um vínculo que ele tinha em comum com Liz e Rafael.

A jovem lançou um olhar de esguelha, esboçando um sorriso.

— Seria mais fácil de lhe dar com isso.

— Cara, conta logo o que está rolando. Eu nunca escondi nada de você. — ele assumiu uma expressão séria, Liam realmente estava preocupado, era raro vê-lo sem um olhar brincalhão.

— Já sim, escondeu o Sr. Edgar no porão. Você sabia que eu tinha medo de ir lá. — era o leão de pelúcia preferido de Liz quando era criança, o único brinquedo do qual ela gostava, que atualmente estava jogado, repleto de poeira, em um espaço no armário dela.

— Ah, para, eu até peguei leve. Foi você quem começou quando me deu um sanduíche de minhocas.

Liz gargalhou. Era engraçado lembrar de tudo que fizeram um ao outro naquele momento, mas, em um passado distante, Liz odiava Liam. Quando a mãe dela casou de novo, foi como uma traição para Liz. Foi como se estivesse substituindo seu pai e era algo que ela não podia tolerar. Consequentemente, passou a atormentar a vida de Liam, na esperança do garoto pedir ao pai, Vince, ir embora. Com o tempo, Liz encontrou nele um verdadeiro irmão, cheio de coisas em comum e um parceiro de crime. E em Vince, um segundo pai.

As Doze Luas - Filhos do Alvorecerحيث تعيش القصص. اكتشف الآن