35| A Fúria Celestial

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— Eu não achei que encontraria um círculo à altura para competir com meu ódio pelo círculo trigonométrico. — disse Liz, massageando a cabeça, que latejava. Estava de volta ao depósito, em meio as caixas e prateleiras. A circunferência flamejante poucos centímetros à sua frente retraiu-se até desaparecer.

— Experimente abrir um. — respondeu Sofia com o olhar voltado para baixo enquanto reposicionava o colar logo acima dos seios. — Aí sim vai saber o que é odiar.

Liz já sentia o líquido que Órion fornecera agindo em seu organismo. Suas veias estavam submetidas a uma sensação gelada e refrescante, semelhante a água do mar ao meio-dia.

Ela desviou de algumas caixas e abriu a porta de maneira lenta. Logo após, as duas garotas encontravam-se expostas dentre os outros jovens que lotavam o Zona Verde.

— Natã e seus belos modos de distração. — Sofia ironizou quando o garoto apareceu em seu campo visual. Estava sentado em uma mesa com os pés apoiados em uma das cadeiras, fazendo malabarismo com algumas laranjas.

Liz conseguiu sorrir, apesar do universo caótico e escuro que a regia.

— Desculpe — sussurrou ao esbarrar no ombro de uma garota enquanto tentava abrir caminho. — Como ele aprendeu?

— Ou você aprende isso ou aprende a roubar para sobreviver nas ruas. — retrucou Sofia.

Liz entreabriu os lábios, meio sem saber o que dizer.

Sofia interpretou o olhar dela. Era algo só delas, apesar de não serem amigas como há alguns anos, foi um alívio para Liz, saber que haviam laços intactos em meio ao nevoeiro do tempo que lhes cercara.

— Sim, é tenso, eu sei, mas isso se tornou normal no mundo em que vivemos.

Elas seguiram caladas, em minutos chegaram até Natã e Liz acolheu-se ao lado de Liam, em uma tentativa falha de disfarçar que estivera ali o tempo todo.

Liam reposicionou os óculos no nariz, e assumiu uma expressão desconfiada.

— Que foi? — perguntou Liz. 

—  Parece que acabou de voltar de uma guerra.

Liz abriu a boca, indignada. Sua aparência deveria estar terrível. Ela virou o rosto.

— É só impressão...

Liam riu, divertido.

— E onde estavam?

— No banheiro. — Liz afirmou ao mesmo tempo que Sofia respondeu "Na mesa de sinuca".

Elas entreolharam-se e Matheus gargalhou, aparentemente embriagado.

Sofia andou até ele, tirou as chaves do carro do bolso do jeans do garoto e a garrafa de bebida da sua mão, murmurando algo que soara como "Já chega, seu imbecil".

As Doze Luas - Filhos do AlvorecerOnde histórias criam vida. Descubra agora