| Livro um da trilogia As Doze Luas |
Lizandra Verlack estava satisfeita com sua mente cética e sua banda punk de garagem. Porém, tudo se transforma quando ao voltar de um luau, em seu aniversário, a morte vem ao se encontro. As barreiras mentais...
Oops! This image does not follow our content guidelines. To continue publishing, please remove it or upload a different image.
✹❂✹
Rafael alimentava ódio, não só no modo como olhou para a demônio, com as sobrancelhas cerradas, mas no modo como se posicionou. As veias dele davam a impressão de que estourariam com uma respiração mais forte.
— O que está esperando para abrir a droga um portal? — Ela gritou, os cabelos voando freneticamente enquanto seu corpo estava petrificado no lugar.
Rafael emitiu um riso debochado.
— Eu não fujo de batalhas, Verlack.
A garota passou as mãos pelo rosto, a fisionomia desesperada, agoniada, como se pregos penetrassem sua pele a cada segundo ali. Ela teve vontade de se aproximar novamente de Rafael, dessa vez, para lhe dar um soco.
— Ótima hora para você bancar o valente. — ela disse e em seguida deu um passo para trás, meio receosa, quando Rafael deu um soco na palma da mão esquerda e um fogo insaciável tomou conta da mesma, dançando em círculos por entre os dedos. Suas íris se transformaram em duas auréolas flamejantes. Ele ergueu a cabeça e seus olhos defrontaram-se com os de Liz.
O ar dela permaneceu na garganta, quase sufocando-a. Rafael era assustadoramente lindo quando se encontrava daquela maneira. Por poucos segundos Liz se perdeu na imagem dele, até que notou que haviam mais duas potestades infernais voando atrás de suas costas.
Ela correu até Rafael, não podendo conter a aflição.
— Eu vou enfiar essa droga de pedra em um lugar que você não vai gostar, se não me tirar daqui agora! — gritou com os olhos ressaltados.
Ele não se sentiu nem um pouco amedrontado.
— Não ameace, faça. Um guerreiro não perde o tempo de um golpe falando sobre ele.
Em um piscar de olhos ele puxou uma faca de cada um dos coturnos. Elas reluziram em um tom intenso prateado, como se refinadas em uma fornalha ardente. Ele girou-as nas mãos e as posicionou uma em cada palma da mão de Liz.
— O q-quê? — ela gaguejou com os olhos arregalados, vendo-se sem escolha, pressionou o cabo das facas até sentir o sangue esquentar. — Eu nem sei lutar, nem nada!
A adrenalina já incinerava cada parte de Rafael. Enquanto corria em direção aos dois infernais prestes a pousar, gritou:
— O anjo dentro de você sabe o quê fazer! Deixe-o tomar o controle!
A voz dele se perdeu junto da estabilidade mental de Liz. Ela olhou de relance para o lado, os cachos atrapalharam a vista, no entanto, pôde ver Rafael conjurando duas espadas de fogo nas duas mãos e golpeando contra os dois adversários.
O som do bater de asas causou arrepios por todo seu corpo, ela deslumbrou à sua frente a visão de uma garota de cabelos longos e rubros. A risada da infernal ecoou pelos ouvidos de Liz, lhe causando uma mistura de horror e intimidade, como se já estivesse estado com ela antes.
