7| Expansão Mental

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— Você de novo não! — Liz puxou o braço para si e chutou a canela de Rafael, que xingou um palavrão e segurou-a ainda mais apertado, lhe impedindo de se soltar e correr, fez isso usando apenas uma das mãos.

— Eu não vou te machucar! Droga!

Liz olhou para a outra mão dele, que segurava a adaga com firmeza. Seu rosto assumiu uma fisionomia de confusão e ela piscou os olhos várias vezes ao ver faíscas azuladas engolirem o metal até ele desaparecer, como fumaça, das mãos de Rafael.

— Me sinto bem mais segura agora! Você poderia desaparecer também, sabe, só por precaução.

— Você não sabe onde está. Se prefere vagar a noite toda, perdida, e correr riscos, é com você.

— Eu prefiro passar o resto da minha vida perambulando por aí do que ficar mais um segundo com você! Só me larga e me deixa ir embora!

— Eu te solto se prometer não correr.

Liz bufou. Ela não o conhecia o suficiente mas, que se dane, não tinha ninguém ali para confiar. Além disso, quem realmente ele era? Ou melhor, o quê?

— Eu prometo.

Rafael soltou o braço dela e coçou o queixo ao ver a marca de seus dedos na pele morena da garota, ele não havia usado força.

Liz massageou o punho dolorido.

— Colocar uma faca no pescoço de alguém é uma bela forma de ser amigável.

— Se eu não fizesse isso você correria pelo cemitério como uma louca. Iria te soltar quando saíssemos mas você resolveu que se suicidar era algo divertido. — ele pronunciou como se conhece Liz há muito tempo.

— Não! Eu teria te dado um soco — depois eu correria que nem uma louca, Liz pensou e balançou a cabeça. — Deveria ter me dito que era você, não mudaria muita coisa mas... — Ela ergueu o queixo e aproximou-se. Rafael cheirava a algo queimado, a suor e a terra. Tinha um leve corte ao lado da sobrancelha direita. — Afinal, aonde estamos?

— Nova Friburgo.

— É o que? — Liz levou as mãos a cabeça e andou de um lado para o outro. — Como foi que eu vim parar aqui do nada? Estamos a horas do Rio de Janeiro.

Rafael riu com deboche.

Liz tentou assimilar tudo que acontecera até aquele momento. Nada se encaixava e nem fazia sentido. Só posso estar presa em um quadro do Salvador Dalí, pensou.

— Que ótimo! É tão divertido se perder a quilômetros de casa...Ainda mais quando se atravessa um círculo e aparece dentro de um cemitério, acontece o tempo todo. — Liz cruzou os braços e o encarou como se dissesse "Socorro, estou prestes a ter uma explosão mental." Seu subconsciente desejou uma dose de nicotina naquele momento.

As Doze Luas - Filhos do AlvorecerOnde histórias criam vida. Descubra agora