« doze »

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Caitlin Franklin 

Encarei as gotas de água a baterem no vidro de hospital, já estavam cá todos no hospital porém todos eles usaram nomes falsos. Óbvio que teriam de usar nomes falsos, afinal de contas eles são um gangue e são procurados por toda a região de Compton, mas toda a polícia tem medo deles, mas se os apanharem todos ficam felizes provavelmente. 

- Onde é que aprendes-te todas aquelas técnicas? - Freya sussurrou ao meu ouvido, talvez para que mais ninguém ouvisse. 

- O meu pai ensinou-me a lutar. - encolhi os ombros, quanto menos ela suspeitar melhor. - Qualquer um pode aprender a lutar, certo? 

- Claro, apenas fiquei chocada ao ver-te lutar daquela forma. - assenti e encostei a cabeça à parede. - É como se tivesses tido um treino especial. - sorri fraco. 

- Mas não, foi apenas o meu pai quem me ensinou algumas técnicas para me defender. - expliquei sem retirar os olhos da janela. 

- Incluindo utilizar pessoas, como escudo? - inquiriu, encarei os seus olhos azuis e tentei não bufar de descontentamento, ela sabe como interrogar uma pessoa. 

- Foi apenas um instinto. - suspirei já farta da conversa. Se ela continuar a questionar-me eu vou acabar por me descair e gritar com ela, odeio ser interrogada de mais. - Bom, eu acho que vou para casa. Quando tiveres mais novidades da Molly, liga-me por favor. - pedi à rapariga de cabelos loiros que logo assentiu. 

- Onde vais? - olhei para Harry que foi o primeiro a levantar-se. 

- Eu estou cansada, foi um dia longo e apenas quero estar sozinha. - ele assentiu e levantou-se, e inesperadamente abraçou-e, fiquei chocada ao ínicio mas acabei por retribuir o abraço dando um pequeno sorriso. 

- A culpa não foi tua, okay? - assenti, apesar de me sentir culpada pelo o tiro que Molly levou. - Cuidado, é melhor apanhares um táxi aconselhou. 

- Eu levo-a a casa. - olhei para o moreno, que quando entrou no hospital apenas soube gritar comigo e culpar-me pelo o acontecimento. Fiquei um tanto reticente à sua súbita vontade de me levar a casa. 

- Okay... - despedi-me do resto do pessoal, e caminhei calmamente pelo o corredor do hospital como o moreno atrás de mim. Como nenhum de nós tinha chapéu de chuva, tivemos de ficar uns minutos à espera que a mesma acalmasse. - Porque é que me queres levar a casa? 

- Porque eu conheço as ruas de Compton, em cada esquina há alguém a querer mal das outras pessoas. - encolheu os ombros e retirou um cigarro do seu maço de tabaco, que até agora estava no bolso do seu casaco de couro. - E já tiveste muito, para apenas um noite. - levou o cigarro aos seus lábios rosados e carnudos e acendeu o mesmo. - Não me olhes muito. - pediu dando o primeiro bafo. 

- revirei os olhos e levei o meu olhar à chuva que caia torrencialmente à minha frente, cruzei os braços sentindo o frio entranhar-se na minha camisola branca, um tanto manchada com o sangue de Molly. - A chuva nunca mais vai acabar? - indaguei. 

- Não sou metrologista. - respondeu um tanto rude, bufei apenas. 

O silêncio voltou a apoderar-se de nós, apenas vento e chuva se fazia ouvir naquela pequena zona. Encostei-me à parede e suspirei, por curiosidade levei o meu olhar ao moreno de costas para mim, ele é realmente atraente e se eu negar que não gostei e voltaria a repetir a nossa noite, então eu seria louca. Porque na verdade eu gostei e voltaria a repetir, mas não o posso fazer o Justin não merece a dor que lhe estou a causar, certo? Afinal de contas ele é o rapaz de quem eu gosto, é rapaz que esta à minha espera em Londres, é o rapaz com quem eu namoro e acima de tudo isso, é o rapaz que merece respeito da minha parte. 

Disorder « z.m »Nơi câu chuyện tồn tại. Hãy khám phá bây giờ