« quarenta »

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Catherine Cooper 

Despedi-me de todas as pessoas que vieram ao funeral da minha mãe, e na realidade não me lembro de fingir um sorriso tantas vezes, não tantas como neste dia. Assim que o meu tio saiu eu fechei a porta e suspirei, sentando-me no sofá individual visto que o maior estava ocupado por dois rapazes que nos últimos dias mesmo com tudo isto, me têm dado a volta a cabeça e feito de mim uma adolescente confusa e dividida. O que é que eu sinto por ambos? Eu não sei. Com o Zayn eu realmente não sei explicar, num momento eu odeio como no outro eu não sei a palavra certa para descrever a forma como ele me faz sentir. Com o Justin é totalmente o contrário é mútuo e visivelmente notório e não confuso. Mas o moreno de olhos castanhos esverdeados faz-me sentir livre como também me faz sentir enciumada, faz sentir-me bem como me faz sentir mal, já o rapaz de cabelos loiros escuros e olhos cor de mel, faz-me sentir amada, bem e especial. O Zayn para mim é como uma confusão que eu quero resolver, e o Justin é o namorado ideal que todas querem ter. Mas será que eu quero? 

- Estás bem? - olhei na direção da voz rouca e apenas encontrei o moreno sentado no sofá, franzi as sobrancelhas. - O teu namorado foi atender o telemóvel. - explicou e eu assenti, ele levantou-se e sentou-se à minha frente em cima da mesa de centro. 

- Ele não é meu namorado... - foi a única coisa que pude dizer, pois a realidade é que não o somos, ele apenas me está a apoiar. - Apenas está a ser querido. 

- Hum... bom ele trata-te como namorada dele, eu acho que ele não gosta muito de mim. - procurou em pegar nas minhas mãos, algo que ele sempre faz, e quando o faz o meu coração parece sempre palpitar, tal como agora. - Mas não interessa. - encolheu os ombros. - Como é que te sentes?

- Cansada. - admiti encolhendo os ombros. - E sinto que a minha família, só veio por vir. 

- É eu também pensei assim, a minha só veio por vir mesmo, por depois do funeral o contacto realmente acabou. - acariciei as suas mãos calmamente, e olhei para as nossas mãos juntas. - Mas não é com a família que nos temos de preocupar, mas sim contigo mesmo. - humedeceu os seus lábios. - Antes de pensares na tua família sequer, pensa em ti e em sentires-te recuperada. 

- Zayn, obrigada. - ele sorriu e aproximou-se mais, deixando-nos a milímetros de distância engoli em seco. - P-Por tudo o que... 

- Não me agradeças. - senti um arrepio passar pela minha espinha e fechei os olhos. - Eu sei que farias o mesmo por mim, mesmo que muitas vezes ambos tenhamos vontade de acabar com a vida um do outro. - suspirei de olhos fechado e mais uma vez senti os seus lábios rasparem nos meus, mas não houve mais que isso, pois começamos a ouvir passos. - Eu vou indo, descansa. - levanta-mo-nos ao mesmo tempo. 

- Obrigada por teres vindo. - ele assentiu e beijou rapidamente os meus lábios, arregalei os olhos e quando ele se afastou eu pude ver um sorriso sacana nos seus lábios.  

Num momento para o outro Zayn estava à minha frente, como no outro estava um pouco mais afastado e agora quem ocupava o seu lugar era Justin, no entanto de costas para mim. Ele acabou de partir para agressão? E como é óbvio não foi preciso muito tempo para que o moreno retribuísse o soco que Justin lhe havia dado, respirei fundo e puxei Justin para trás ou apenas tentei puxá-lo. 

- Parem! - gritei entrando no meio e quase levando um soco do moreno. - Zayn! - gritei colocando uma mão no seu peito, e a outra na de Justin. - Parem porra! - guinchei assim que percebi que ambos iam avançar novamente. 

- Tu viste o que ele fez?! - Justin gritou visivelmente irritado e eu respirei fundo. - Tu és minha namorada! - exclamou fechando as mãos em punhos. 

- Tua namorada?! - Zayn questionou num irónico. - Eu não me lembro de ela me ter dito, que era! - provocou, olhei na sua direção com os olhos semicerrados. - Não a tomes por tua, quando ela andou comigo... 

- Zayn! - murmurei entre dentes. 

- Quando o quê? - Justin perguntou pedindo para que ele continuasse. 

- Justin, nós precisamos falar, mas não agora! - olhei diretamente para ele, mas antes tratei de mandar um olhar de raiva para Zayn. - Eu estou cansada, e por favor respeita o facto de eu agora não estar a cem por cento para nós okay? - pedi. 

- Eu não sou estúpido Catherine. - ele falou entre dentes. 

- Será que não? Com tanto peso que tens na cabeça. - Zayn sussurrou mas deu perfeitamente para ouvir. 

- Não te ias embora? - questionei ficando com raiva das suas palavras, o mesmo encolheu os ombros e olhou-me de forma feia como se também estivesse chateado com algo. - Vai. - resmunguei apontando para a saída. 

Eu realmente não o entendo, num momento ele é o que é e depois age como um perfeito idiota? Não é que ele tenha dito uma mentira, mas mesmo assim? Esta não é altura certa para ele criar confusão logo com o Justin, o rapaz com quem eu tenho muito para falar e me desculpar principalmente. 

- Já vi que comecei a ser inútil. - passou por mim e quando passou por Justin deu-lhe um pequeno encontrão. - Eu vou voltar para Compton. 

Nada disse, mesmo que a minha vontade fosse pedir-lhe para ficar mais um tempo comigo em Inglaterra, mas eu não o posso fazer afinal de contas ele tem a vida dele, tal como eu tenho a minha. A minha vida sempre será em Inglaterra não em Compton, eu nunca devia ter ido para lá quando tinha tudo cá. Mexi a perna freneticamente vendo Zayn ir embora, eu quero impedi-lo mas não posso, eu quero que ele fique comigo porque neste momento ele é a pessoa que consegue me dar mais força. 

- Zayn! - chamei por impulso, e engoli em seco procurando por algo e assim que vi o seu telemóvel em cima da secretária. - O-O teu telemóvel. - sussurrei aproximando-me mais rápido do que previa. 

- pegou mais na minha mão do que no aparelho, fixou o seu olhar no meu e todo o meu corpo se arrepiou. - Obrigada... - respondeu sem desviar o olhar. 

Zayn Malik / Catherine Cooper

O que é que se passa comigo? Eu nunca fiquei assim por ninguém, eu nunca me senti tão confusa/confuso com ninguém, eu não me apaixono eu apenas gosto no mínimo. 

- Adeus...  

Disorder « z.m »Where stories live. Discover now