« sessenta e quatro »

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Catherine Cooper 

« três dias depois »

Olhei para Freya mordiscando o meu lábio inferior, todas nós estávamos à espera da sua resposta para podermos prosseguir com o plano. Eu entendo-a, e devia ser eu a mais preocupada por causa de Lorenzo mas é a única alternativa. 

- Não, nem pensar, ele tão pequeno. - olhou para mim. - Catherine, pensa racionalmente... - pediu de olhos arregalados. 

- Eu sei Freya, mas nós não podemos ficar aqui, não mais tempo com tudo a acontecer lá fora e...

- É fogo! - sussurrou alto. - Vocês querem meter fogo, num quarto onde estamos trancadas, e onde está um bebé que por acaso é teu filho. 

- Freya eu sei! - acabei por gritar. 

- Não me parece, eu não concordo fodasse. - sentou-se emborrada. - E se acontecesse algo de errado? E se não conseguirmos sair a tempo? E se... 

- Freya! - Hanna gritou chamando a sua atenção. - Para de ser negativa. - pediu suspirando. 

- Ouve-me. - Molly pediu aproximando-se. - A Catherine vai sair primeiro com o Lorenzo, ela irá à frente e tu a seguir, nada te irá acontecer, okay? - Freya encarou a melhor amiga, e logo desviou o olhar para Enzo que a encarava curioso. - Eu prometo. 

- Ou então, vais tu e o Lorenzo à frente. - todas olharam para mim espantadas. - Freya, tu estas com medo, já deu para perceber isso. - aproximei-me também. - Eu estou com medo pelo o meu filho, e tal como tu eu estou negativa mas eu quero acreditar que isto irá resultar, apenas colabora. 

- Ou seja, ela irá sair com o Lorenzo primeiro? - assenti para Hanna. 

- Ninguém te irá magoar, estarás com ele ao colo, tal como o meu pai eles querem o Lorenzo vivo, ou até mesmo a mim. - ele assentiu calmamente. - Pelo menos um de nós terá de acabar vivo no meio disto tudo, e eu quero que o meu filho saia vivo disto. - sorri ao ver uma pequena lágrima deslizar pela bochecha de Freya. - Promete-me que o proteges. 

- E-Eu prometo. - sussurrou. 

- Obrigada. - ela rapidamente me abraçou, devolvi o abraço e suspirei pesadamente. 

Freya levantou-se e pegou em Lorenzo, beijei a bochecha do meu bebé e o mesmo brincou com os meus cabelos dando pequenas gargalhadas, senti os meus olhos marejarem e olhei para cima piscando várias vezes. Vai correr tudo bem. 

- A mãe já vai ter contigo. - murmurei beijando novamente a bochecha de Lorenzo. 

Freya saiu do quarto, lentamente e quando a porta se fechou Hanna tirou um isqueiro do seu sutiã no seio esquerdo, outro e outro do direito. Olhei-a estupefacta tal como Molly, e a mesma olhou-nos confusa. 

- O que foi? - questionou. - Uma mulher tem de andar prevenida. - respondeu como se fosse óbvio. - Precisamos de um produto, que dê para fazer fogo. 

- Eu vi álcool na casa de banho. - Molly disse indo até à mesma. - Mas é pouco.

- Hey, onde é que pensas que vais? - gritaram lá em baixo. Olhamos umas para as outras, percebendo que a rapariga de cabelos coloridos havia sido pega. - Estas a tentar fugir, espertinha? 

Caminhei lentamente até à porta, e abri a mesma espreitei para o corredor e ajoelhei-me no chão gatinhando para fora do quarto. 

- Não, obviamente que não, ele estava a chorar demais e bebés por vezes precisam de apanhar um pouco de ar. - Freya explicou dando um sorriso amarelo, para o rapaz que a tinha parado. - Posso, passear um pouco com ele, no jardim? 

- Ele parece-me bastante calmo. - retorquiu o moreno. 

Mordi o meu lábio inferior quando vi Freya, beliscar a perna de Lorenzo, algo horrível mas se queremos sair daqui aquilo tinha de acontecer, então o meu bebé começou a chorar e alto e bom som. Doeu-me, porque aquilo foi uma espécie de agressão. O moreno revirou os olhos e deixou Freya passar, suspirei de alívio e olhei para cima, levantei-me e lentamente caminhei para a última porta, entrei encontrando uma casa de banho. Procurei pelos armários algo que nos pudesse ajudar com o fogo, e um sorriso enorme abriu-se nos meus lábios ao encontrar um frasco grande de álcool, sai da casa de banho desta vez a correr e antes de entrar no quarto, procurei pela cómoda uma arma e tal e qual ao meu pai, estes burros têm armas em todo o lado. Se o que eu aprendi de melhor durante um ano, ao lado do meu pai é que temos de ter com o que nos defender em cada esquina da casa. 

- Vamos. - mostrei-lhes o frasco de álcool e elas sorriram, e quando lhes mostrei a arma as mesmas sorriram ainda mais. - Eu vou à frente. - assentiram freneticamente. 

Retirei as chaves da porta, e fui trancando cada cómodo por onde passávamos e houve alguns onde começaram a bater nas portas e a gritar, fechei a última porta e descemos a correr. O rapaz que antes estava a falar com Freya, levantou-se do sofá a correr e sem pensar duas vezes atirei. Juntamente com Molly comecei a atirar álcool pelos sofás da sala, perto das escadas. 

- Precisamos de fósforos. - Hanna murmurou. - Eles vão alastrar o fogo com mais rapidez. 

Foram questões de segundos até um alarme começar a tocar, e a casa começar a trancar-se sozinha, olhei para as raparigas e ambas engoliram a seco. 

Freya Watson 

Ouvi cada trinco da casa fechar-se, arregalei os olhos e afastei-me mais, escondi-me com Lorenzo atrás de um arbusto, e mordi o meu lábio inferior com força tentando não fazer barulho com o meu choro. Eu sabia que ia dar merda, eu sabia. Todos os membros do gangue estão lá dentro, e o pior de tudo mesmo é que elas também, olhei na direção da casa e consegui ver Catherine com o seu habitual sorriso diabólico, ou como eu gosto de chamar " sorriso de vadia, que tem outra na maga " vi-a esconder uma arma dentro das calças, e logo em seguida a levantar as mãos em rendição para Anderson que se colocava agora à sua frente, ele não estava com boa cara. Soltei um pequeno grito quando vi a sua mão voar, contra a face de Catherine a mesma cambaleou para trás, vi as suas costas vibrarem e percebi que a mesma se ria. Hanna atirou qualquer coisa para cima do sofá, e em segundos o mesmo ficou em chamas, Molly com rapidez retirou a arma do bolso de Catherine, e atirou contra Anderson à primeira o mesmo ainda conseguiu retirar a sua arma, mas quando a loira acertou na sua testa ele simplesmente caiu duro. Franzi as sobrancelhas quando Catherine também caiu no chão. 

- Freya! - alguém gritou, olhei para trás e sorri assustada ao ver Dylan. - Onde é que elas estão? 

- Lá dentro, eu sai com o Lorenzo e elas estão... - engoli o choro. - A-A Catherine. - ouvi o vidro da sala partir-se e Robert entrar dentro da mesma a atirar em toda a gente, menos nas raparigas. 

OLAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA

Disorder « z.m »Onde histórias criam vida. Descubra agora