« trinta e sete »

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Zayn Malik 

O quê? - indagou num grito. - Como assim a minha mãe? - questionou sentando-se no sofá perto da janela, levou a mão ao peito e apertou a t-shirt que envergava. - Pai tu tens a certeza? - perguntou enquanto lágrimas rolavam sem parar pela sua bochecha bem vermelha. - Não pode! - gritou deixando um soluço escapar. - E-Eu vou, é óbvio que vou! - falou levantando-se e caminhando para fora da sala, obviamente que me levantei e a segui. - Tá bom, vai dando-me notícias por favor... - pediu e antes de desligar chamou pelo o pai. - Tem cuidado por favor, se eles estão ai em Inglaterra, eu quero que tenhas cuidado. - pediu enxugando as lágrimas. - Também te amo. 

- O que aconteceu? - questionei vendo-a meter um monte de roupas dentro de uma mala de viagem. 

- Eu não sei, a minha mãe está desaparecida há dias, e só agora é que o meu pai me decidiu ligar! - exclamou com algum ódio num tom de voz. - Ninguém sabe dela, mas eu sei quem a tem e não é preciso ser-se muito inteligente para o descobrir. - disse atirando roupas aleatórias para dentro da mala. - Eu tenho medo... - sussurrou. - Porque ela é a minha mãe, e se quando...

- Hei! - chamei aproximando-me de si, deixei com que a parte que me trouxe aqui ficasse um pouco de lado, agarrei a sua mão. - Não vai ser tarde de mais quando chegares, vamos conseguir salva-la. - falei dando um pequeno sorriso. Eu sei o que é perder a mulher que nos criou, eu sei o quanto dói. - Eu prometo. 

Ela nada disse, apenas afastou-se de mim e fechou a mala pegou numa toalha e saiu do quarto provavelmente indo tomar banho. Mandei uma mensagem e pedi a Niall que reservasse o jato, por uns dias para mim, e logo depois recebi a mensagem de que ele estaria pronto de duas horas, tempo suficiente para eu ir a casa e arrumar uma mala com algumas roupas. 

« seis horas depois » 

Entramos na casa abandonada, onde estaria a mãe de Catherine e assim que o fizemos eu acho que me arrependi de não ter entrado primeiro. O tempo pareceu ter ficado lento no momento em que a morena soltou um grito, consegui agarra-la a tempo antes da mesma se deixar cair no chão, o seu choro não era baixo nem muito menos controlado e eu entendo isso, eu tive a mesma reação quando eu encontrei toda a minha família deitada no chão morta. Foi o Robert porque quando ele mata alguém, ele deixa sempre uma cruz na cabeça da pessoa, é como se quisesse provar alguma coisa com essa marca. 

Tentei segurar a morena que de momento tentava ir ter com a mulher sentada na cadeira, com a cabeça deitada para trás e jorrada em sangue. É uma imagem realmente horrível, e se para mim é horrível, para Catherine deve ser realmente quebravel ver a sua própria mãe ali. Senti os meus olhos picarem e logo o mesmos encherem-se de água, retirei lentamente a morena de dentro da casa e fechei a porta, sentando-se com ela no alpendre. 

- N-Nós chegámos tarde... - sussurrou soluçando, e encostando a cabeça ao meu ombro. - A-A minha mãe está morta, e-ela está morta e a culpa é minha! - exclamou com raiva de si mesma. - A culpa é minha, a-a culpa é minha Zayn, é toda minha porque se eu não tivesse aceitado a missão, nada disto estaria nas minhas mãos, a culpa é toda minha. - sussurrou mais para si do que para mim. - Foram eles que a mataram, mas o sangue também está nas minhas mãos. - sussurrou de olhos arregalados. - E-Eu matei a minha mãe. - dei uma gargalhada sofrida e olhou para a frente. 

- Catherine... - ela negou. 

- Tu vais tentar convencer-me do contrário, eu sei. - murmurou enxugando as lágrimas. - Não o faças. 

- Achas mesmo que a culpa foi tua? - questionei levantando-me caminhei até si, e segurei o seu rosto nas minhas mãos. - Achas? - ela assentiu, os seus lábios formaram um pequeno beicinho. - Sabes eu acho que não foi, tu não sabias que isto iria acontecer. 

- Pois não, mas a culpa é minha porque se eu não tivesse ido para Compton... - fez uma pequena pausa. - ... ela ainda estaria aqui comigo, ela estaria viva! - exclamou dando ênfase na última palavra. - Eu fiz com que a minha mãe caminhasse para à morte sem se aperceber. 

- Catherine ouve-me. - pedi colocando as mexas do seu cabelo atrás das suas orelhas. - Não te podes culpar, não de uma coisa que não foste tu que fizeste. - brinquei com os seus cabelos. - Eu também me culpei por muito tempo, pela morte da minha família até chegar à conclusão que a culpa não foi de todo minha, okay envolvi-me num mundo diferente e graças a isso eu perdi as pessoas que mais me amavam, e me traziam à razão, mas a culpa da morte deles foi exclusivamente do Robert. - ela fungou e seguiu cada movimento do meu olhar. - E para que me deixe de sentir culpado, por algo que não fui eu que fiz, eu tenho de o matar é assim que eu vou deixar de me sentir culpado, e aposto que é isso que tu queres neste momento, matar o teu pai com as tuas próprias mãos. 

- Isso não vai mudar o facto de ela estar ali. - apontou para a casa abandonada. - Morta, sentada numa cadeira, com um corte em forma de cruz na testa, e jorrada em sangue. - soluçou. - Não vai mudar isso! - exclamou. 

- E achas que eu não sei? - questionei limpando as suas lágrimas calmamente. - Mas vai acalmar a raiva que estas a criar dentro de ti. 

Sem dizer nada ela abraçou-me, envolvi os meus braços em torno da sua cintura e escondi o rosto na curva do seu pescoço, acariciando as suas costas revestidas pelo o casaco de cabedal, e durante um bom tempo ficámos assim, até que ela decidiu que era hora de ir para casa e contar ao pai o que havia acontecido. 

- Catherine! - um senhor com cabelos castanhos misturados com alguns cabelos brancos apareceu à porta com um sorriso. - Conseguiram alguma pista? - indagou com esperança no seu tom de voz. 

- Pai... - segurei a sua mão, entrelacei os nossos dedos calmamente e encarei-a com atenção. - Nós encontramos a mãe... 

- E então, onde é que ela está? - questionou confuso. 

- E-Ela... - mordeu o lábio inferior que havia começado a tremer, e no mesmo momento o seu telemóvel começou a tocar, suspirou aliviada e largou a minha mão. - Estou? - questionou logo assim que atendeu.

OLAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA MENINAS TUDO BEM?! COMIGO ESTÁ TUDO!! 

Disorder « z.m »Onde histórias criam vida. Descubra agora