« noventa e cinco »

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Zayn Malik 

- Zayn... - fechei os olhos ao encarar Hanna vestida toda de preto. - Está na hora... - sussurrou, assenti lentamente.

Hanna saiu e encostou a porta, respirei fundo e levantei-me caminhando para fora do escritório, fechei a porta e tudo parecia acontecer lentamente. Desci as escadas e encontrei todos na sala, todos vestidos da mesma cor, preto, Molly chorava baixinho tal como a mãe dela. Caminhei até à porta principal e abri a mesma saíndo, com todos atrás de mim, eu não podia negar o nó entalado na minha garganta e muito menos negar o aperto no meu peito. 

Ela realmente não estava aqui, o seu sorriso contagiante havia desaparecido. 

O caminho até ao cemitério foi feito num silêncio tão perturbador, e bastante cortante penso que ninguém queria falar, pois tinham medo de dizer algo errado. Éramos apenas nós para enterrarmos o seu corpo, tal como o de Freya, foi Molly quem preparou as coisas para os dois funerais, e apesar de sentir mais a morte de Catherine, eu também sentia a de Freya e não era pouco, no entanto a de Catherine é mais recente e dói um pouco mais. 

Senti os meus olhos ficarem cheios de água, quando os meus olhos encontraram aqueles dois caixões, com corpos de duas pessoas que me foram importantes de forma diferentes. Na lápide de Catherine tinha escrito: Catherine Anne Cooper, 26 de Julho de 1994, mãe, amiga e amada. E por baixo. Cobardes morrem várias vezes, antes da sua morte, mas os corajosos morrem apenas uma vez

Na lápide de Freya tinha escrito: Freya Elizabeth Watson, 5 de Abril de 1997, companheira, amiga e amada. E por baixo. Aqueles que amamos nunca morrerem, apenas partem antes de nós. 

Senti um braço envolver-se no meu, e encarei Molly encostei a minha cabeça à dela assim que a mesma encostou a sua no meu braço. Olhei as duas rosas brancas na minha mão, e em seguida as duas lápides comprimi os meus lábios numa linha dura, e encarei a mãe de Catherine a colocar algo em cima do caixão. 

- É tua vez... - sussurrou a loira, assenti. 

Afastei-me calmamente e baixei-me perto do caixão de Freya deixando uma das rosas, olhei o a sua lápide e dei um pequeno sorriso. 

- Obrigada por todas as vezes, em que me mostras-te que eu realmente agia de forma explosiva e que devia pensar, sempre antes de agir. - engoli seco, sentindo a minha garganta doer. - Obrigada por fazeres parte desta família, e desculpa não ter-te conseguido ajudar... - humedeci os lábios. - Descansa pois bem mereces, e olha por todos nós como sempre fizeste. 

Levantei-me dando um grande suspiro, e fui até à de Catherine, ajoelhei-me e coloquei a rosa em cima do caixão, coloquei as mãos na minha nuca e retirei o colar que sempre andava comigo. Senti lágrimas deslizarem pelas minhas bochechas. 

- Desculpa... - suspirei tremulamente. - Desculpa nunca ter sido para ti, aquilo que eu tinha em mente e deixava o orgulho, fazer-me recuar todas as vezes que tentava. Desculpa todas as vezes em que te fiz sofrer, e mesmo que não o demonstrasses, eu sabia que sofrias. - olhei a extensão do caixão. - Obrigada por me teres dado a melhor coisa do mundo, o Lorenzo e eu prometo que depois de me vingar... eu irei ser o melhor pai, pois ele merece e eu devo-te isso. - coloquei o colar perto da rosa. - Guarda isto por mim, e olha por nós. - dei um sorriso fraco. - Eu amo-te. 

Niall ajudou-me a levantar, e rapidamente caminhei até Molly que me abraçou chorando comigo, senti as suas mãos afagarem as minhas costas. Eu não chorava assim, desde o dia em que enterrámos toda a minha família, em caixões vazios, nesse dia eu estava desesperado tal como estou neste momento. 

- A culpa é minha... - sussurrei para a minha melhor amiga. - A culpa delas estarem ali, é minha. - senti a loira apertar-me contra si, fazendo-me sentir a sua barriga de grávida. 

Disorder « z.m »Where stories live. Discover now