« sessenta e três »

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Catherine Cooper 

Eu e Molly estávamos ambas sentadas na enorme cama, Lorenzo estava deitado à nossa frente a dormir, Freya e Hanna estavam cada uma sentada num puff, a rapariga de cabelos pintados de azul brincava com uma linha das suas calças, enquanto que a ruiva encarava a janela atentamente, Molly tinha a sua cabeça encostada no meu ombro e eu com a minha cabeça encostada na sua. 

- Temos de arranjar uma forma de sair daqui. - Freya pronunciou-se. - Estás aqui, há uns dois dias não conheces a casa? - dirigiu-se a mim. 

- Eu fico sempre no quarto. - encolhi os ombros, a morena revirou os olhos e suspirou. 

- No entanto encontramos-te na piscina. - Hanna ironizou, olhei na sua direção. - Estas a mentir-nos, para podermos ficar aqui mais tempo? 

- Por amor de Deus, de todas nós a que mais está farta de estar aqui, é a Catherine. - Molly falou levantando a cabeça do meu ombro. 

- Não me surpreenderia. - sussurrou. - A culpa é dela de estarmos aqui, se não fosse pelo o filho nós estaríamos a milhas daqui. 

- Tu deixarias o teu filho para trás, caso estivesses no lugar dela? - Freya questionou, e eu sinto que não fui a única a ficar surpreendida. - Tenta ser um pouco mais sensível de vez em quanto, não faz mal nenhum. - levantou-se, e sentou-se na cama brincando com as mãos de Lorenzo. 

- Nós podemos, tentar sair daqui... - murmurei levantando-me da cama, estiquei-me devido ao tempo que estava sentada e suspirei ao ouvir os meus ossos estalarem. 

- Como? - Molly questionou ajeitando-se na cama. - Tu terias de ser a primeira a sair, por causa do Lorenzo. - assenti compreensível e voltei a sentar-me. 

- Uma criança complica tudo. - resmungou Hanna, revirei os olhos. - Porque se fossemos só nós as quatro, acho que conseguiríamos. - olhei para ela. - Porque se ele chorar, irá estragar tudo. 

- Por isso é que temos de fugir, quando ele estiver a dormir. - Molly falou como se fosse óbvio. 

- Se o Zayn, estivesse aqui nada disto estaria a acontecer. - Freya sussurrou passando as mãos nos seus cabelos. - Que merda... - olhei para a rapariga loira com os lábios comprimidos numa linha dura, e logo ela desviou o olhar. 

- Bom, mas ele não está e nós temos de saber lidar com isso. - Hanna falou levantando-se do seu lugar. - Ele morreu, estamos na merda e temos de esperar pelos rapazes, eles saberão o que fazer. - sentou-se também na cama. - Só temos de acreditar neles, afinal de contas são eles que comandam tudo agora. 

- Pois. - murmurei. 

- Odeio estar aqui... - resmungou a ruiva. 

- Resmunga menos e pensa mais! - exclamei um tanto irritada. - Todas nós odiamos estar nas mãos do inimigo, eu odeio o facto de o meu filho estar na porcaria desta situação, odeio o facto do pai do meu filho estar morto... - respirei fundo e contei a até dez. - Odeio o facto de estar trancada numa casa enorme contigo, e não é por isso que eu estou a reclamar a cada dez segundos que passam, na merda do relógio. - a ruiva olhou-me estupefacta e gargalhou negando com a cabeça. 

- Pensei que essa coragem só vinha à tona, quando o Zayn estava por perto, afinal... - riu. 

- Tu não me conheces. - ri sem humor. - Eu tenho esta cara de anjo, mas eu sou uma vadia. 

- Não discordo. - Molly murmurou e riu.

- Uma grande vadia, eu posso ser serena como um bebé, mas eu sou o diabo em pessoa quando quero, obviamente. - sorri cínica e Hanna revirou mais uma vez os olhos. 

- Já te disseram, que és convencida? - perguntou. 

- Não acho, eu apenas sou realista e sei as coisas. - encolhi os ombros. - Acredita quem quer, mas como eu não quero ser um mau exemplo para o meu filho, vou deixar-te viva. 

- Isso foi uma ameaça? - assenti. - Coitada. 

- De ti, obviamente. - sorri sarcástica. 

- Já chega, isto não nos vai levar a lado nenhum. - Molly falou metendo-se em pé na cama, fez um alongamento e respirou fundo. - Este bate boca, sem sentindo. 

- Obviamente que não. - Freya concordou. - Catherine estas aqui há dois dias, obviamente que não andas-te a dormir. 

- Maior parte do tempo. - enruguei o nariz. 

- Fodasse. - a cabelos coloridos resmungou. - O Zach, como é que ele era contigo? 

- Simpático? - questionei para mim mesma. - Eu não sei, ele não era violento como o Anderson, ele parecia importar-se. 

- Ou seja foi um erro mata-lo. - assenti. - Porque se ele estivesse vivo, nós poderíamos dar-lhe a volta. - concordei. 

- Como é que lhe íamos dar a " volta "? - Molly perguntou. 

- Somos três raparigas, o que não nos falta é charme. - Freya falou como se fosse óbvio. - Toda a mulher sabe ser puta, quando quer. - soltei uma gargalhada. 

- E há quem tenha, especialidade nessa área. - levei uma chapada de Molly, e a mesma deu-me um olhar feio. - Continua... - pedi. 

- Hanna deu-me um sorriso cínico. - Continuando! - Freya exclamou. - Se ele estivesse vivo, qualquer uma de nós podia mostrar-lhe do que somos capaz e... 

- Calma aí, não são vocês que conhecem todos os gangues e o caralho à quatro? - perguntei mexendo a minha perna freneticamente. - Dêem uso a essas informações. 

- Tens as informações no cu, só pode. - Hanna respondeu bruta, levantou-se. - Armar-mo-nos em putas não, fora de questão ainda corremos o risco de sermos violadas e ninguém quer ficar com trauma, para o resto da vida. - tive de concordar. - As informações pelo o que vejo, estão fora de questão. - concordei novamente. - Temos de usar o que Deus nos deu de melhor. - apontou para a sua cabeça. - O cérebro. 

- Eles são uns vinte dentro desta casa. - sussurrei. 

- E nós somos quatro e um bebé. - Molly ajoelhou-se na minha cama. 

- Toda a nossa proteção, tem de cair no Lorenzo e não em nós. - Freya murmurou, e eu sorri-lhe como se lhe tivesse a agradecer. - Seja o que formos fazer, temos de ter em conta que ele estará connosco. 

- De qualquer forma, tu terás de sair muito rápido Catherine. - assenti para a loira. - Não podes voltar atrás, não te poderás preocupar connosco. 

- Mas e se... - Freya negou. 

- Se uma de nós morrer, morreu, vamos chorar durante dias provavelmente e depois seguir com a vida em frente. - várias gargalhadas foram ouvidas dentro do quarto. - E vamos ficar realmente tristes, mas fodasse temos de sair daqui. 

- Eu não quero morrer. - Molly resmungou e eu ri, abraçando-a. 

- senti a mão de Freya agarrar a minha, olhou para mim e para Molly e sorriu com humor. - Nenhuma de nós vai morrer, okay? - olhou para Hanna também. - Nós conseguimos, só temos de os apanhar desprevenidos e tudo correrá bem. 

Abri os braços para Freya, e logo a rapariga de cabelos azuis veio abraçar-me também e é como se tivéssemos voltado ao início de tudo. 

OLAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA! UM CAPITULO MAIS CALMOOOOOOOOO

vocês já se perguntaram, se a Molly mentiu para despreocupar a Catherine? 

Disorder « z.m »Where stories live. Discover now