« cinquenta »

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Zayn Malik 

Entrei no quarto onde a morena estava, e sentei-me na poltrona pegando na sua mão, deitei a cabeça para trás e encarei o tecto branco. Os exames que lhe fizeram ainda não saíram, e tenho que admitir que lá no fundo a minha pessoa está preocupada, mais do que devia. Incrível a forma como a morena me consegue deixar tão preocupado com ela, incrível a forma como eu tenho a necessidade de a proteger de tudo e de todos, eu tenho a necessidade de a ter sempre comigo e eu fico com raiva quando um outro se aproxima dela, e a minha vontade é pegar na arma e simplesmente atirar. Eu estou apaixonado e isto nunca poderia ter acontecido. No dia em que ela me disse: " Desaparece da minha vida, e nunca mais voltes. " Eu senti-me fraco naquele momento, eu senti-me sozinho e sem qualquer defesa. A pessoa que me pediu aquilo não era a minha Catherine, era uma pessoa que havia ganho um ódio imenso, alguém que naquele momento foi domado pela raiva, foi como uma facada no peito vê-la daquela forma comigo, vê-la entrar novamente naquela casa e dizer que se iria vingar de mim. 

E eu pensei que um ano me faria esquecer dela, mas não, todas as noites eu tinha uma morena de olhos azuis intensos a tomar conta dos meus pensamentos. Eu senti falta do seu sorriso, do seu corpo, eu senti falta das noites em que eu poderia conversar com ela, senti-me um tanto sozinho mas consegui sobreviver. E mesmo que ela quisesse vingar-se de mim, eu iria estar realmente grato por ela ter trazido a minha família de volta, e ter-me mostrado um pouco do que é estar apaixonado por alguém e saber o que é saber cuidar de alguém. 

- Zayn? - ela indagou num tom baixo, levantei a cabeça rapidamente e encarei os seus olhos azuis. 

- Como é que te sentes? - perguntei largando a sua mão e ajeitando-me no meu lugar. - Estas bem? Dói-te alguma coisa? 

- Eu estou bem, e não me dói nada. - assenti e voltei a pegar na sua mão. - O que é que eu tenho? - inquiriu encarando as nossas mãos. 

- Não sei, o médico ainda não veio cá. - assentiu, acariciei o seu polegar calmamente e encarei também as nossas mãos. - Deixaste-me preocupado... - sussurrei. 

- ela deu uma pequena gargalhada e os seus olhos foram até aos meus. - Desculpa. - encostou-se para trás, ficando com a cabeça na sua almofada. - Odeio hospitais. - resmungou. 

Logo me lembrei da vez em que ela veio cá parar, por minha causa. Quando Freya e Molly a espancaram a meu mandado, como é que eu pude ser capaz de lhe fazer aquilo? Eu fui realmente um grande otário por ter feito aquilo. 

- Boa noite. - levantei-me rapidamente assim que o médico entrou no quarto, encarei-o um tanto apreensivo e o mesmo colocou-se à frente da cama de hospital. - Catherine Cooper, como é que se sente? 

- Bem. - ela respondeu rapidamente. 

- Bom, apartir de agora terá de ter muito cuidado. - ele avisou e eu olhei a morena. - Pois estar grávida não é um trabalho fácil. - arregalei os olhos e lentamente encarei o homem que nos olhava com uma expressão calma. 

- Grávida? - a morena questionou sem acreditar, já eu continuei com os meus olhos arregalados. Será meu? - Como assim grávida? 

- Grávida, a menina teve... - rapidamente foi interrompido. 

- Eu sei como é que funciona. - falou assustada. - Tem a certeza que o nome que está ai nessa folha, é meu? - inquiriu humedecendo os seus lábios. 

- Tenho pois. - o médico disse entregando-lhe a folha. - Catherine Cooper. - afirmou apontando para um sítio da folha. 

Sai do quarto de um modo bastante rápido, fechando a porta com alguma força, caminhei apressadamente para a saída e logo fui barrado por um ser alto de cabelos cacheados. 

Disorder « z.m »Where stories live. Discover now