« quarenta e nove »

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Catherine Cooper 

Entrei dentro de casa e fechei a porta encostando-me na mesma, respirei fundo e empurrei a vontade de chorar para longe. A forma como cada um me olhou, abalou tudo o que há dentro de mim, deixou-me triste e eu pude ver o tanto que eles me odiaram naquele momento. Eu vi o sofrimento que causei em Hanna, apenas por estar com ciúmes, porque eu não tive um outro motivo para lhe causar aquele acidente se não ciúmes. Mas merda, ciúmes do quê? Eu fui estúpida. Louis e Robert elogiaram-me em demasia nesta noite, mas eu não me sinto vencedora de nada, sinto-me ridícula para ser sincera, sinto-me sozinha e com um grande vazio dentro de mim. 

Retirei as minhas roupas e abri a água do chuveiro esperando que a mesma aquecesse, e assim que vi o vapor entrei dentro do box, senti os meus músculos relaxarem assim que senti a água cair na minha pele. Fechei os olhos, e uma vontade imensa de chorar invadiu a minha pessoa, mas eu não irei chorar. Peguei no sabonete e passei o mesmo pela minha pele calmamente, tentei afastar os pensamentos negativos da minha mente mas não conseguia. Assim que abri os olhos e me virei, encontrei Zayn parado à minha frente. 

Abri a boca para falar mas nada saio, o moreno puxou-me para o seu corpo deixando-me um tanto confusa. Olhei para cima com os lábio entreabertos e logo em seguida baixei o olhar para o seu peito, coloquei as minhas mãos no seu peito, fechando-as em punhos. Fixei o seu peito que agora subia e descia de uma forma descontrolada, como o meu. O que é que ele está aqui a fazer? Envolveu o seu braço em torno da minha cintura, e levou a sua outra mão aos meus cabelos molhados, acariciando-os calmamente. Encostei a minha testa ao seu ombro e fechei os olhos durante algum tempo, e quando os abri novamente senti pequenas lágrimas deslizarem pelas minhas bochechas, ao perceber que a sua intenção não era julgar-me ou até mesmo dizer-me o quão errada estou. Ele apenas está aqui comigo, mesmo depois daquilo que eu fiz, mesmo depois de o ter culpado, ele simplesmente está aqui comigo. Solucei baixinho e encostei a cabeça ao seu peito, sentindo os seus braços envolverem-me com mais força. 

- Desculpa... - pedi assim que Zayn segurou o meu rosto nas suas mãos, beijou a minha testa demoradamente, e um sorriso triste desenhou-se nos meus lábios. 

- os seus olhos castanhos encaravam-me atentamente, desviei o olhar dos seus olhos para a sua tatuagem no peito. - Porque é que fizeste aquilo? Eu sei que me queres atingir e... - neguei lentamente com a cabeça. 

- E-Eu apenas fiz aquilo porque estava com ciúmes, eu não estava a pensar de todo. - sussurrei, pois a verdade é que é difícil admitir que não fiz aquilo a pensar no meu pai. - Eu agi de forma inconsciente. 

- Porquê? - olhei para cima encarando-o. 

- Eu não gostei de a ver contigo... - admiti baixo, e voltei a concentrar a sua tatuagem. Mordi o meu lábio inferior e vi o seu peito vibrar, senti as minhas bochechas aquecerem. - Porque eu quero ser única para ti, e ver outra contigo deixou-me l... - os seus lábios cortaram o meu discurso um tanto idiota. 

Senti as minhas costas serem encostadas à parede gelada, e soltei um pequeno gemido por causa do choque. Zayn separou os nossos lábios lentamente, e distribui-o beijos pela linha do meu maxilar, e logo em seguida colocou-me no seu colo, envolvi as minhas pernas em torno da sua cintura e os meus braços nos seus ombros. Voltei a juntar os nossos lábios num beijo necessitado e brinquei com os cabelos da sua nuca, voltei a afastar-nos encarei-o atentamente um tanto confusa e o mesmo sorriu de lado, beijando o meu pescoço calmamente. 

- Ou seja estavas com ciúmes? - brincou com o lóbulo da minha orelha, e lentamente me colocou no chão, ambos soltamos um suspiro assim que as nossas intimidades tocaram uma na outra. - Da Hanna, e por isso causaste-lhe um acidente? Achando que isso me iria afetar? - assenti e o mesmo riu um pouco, segurou o meu rosto nas suas mãos. - Tu és louca Catherine. 

- revirei os olhos, e abri a porta de vidro e peguei na minha toalha. - Eu não sou louca, eu apenas... - encolhi os ombros e peguei uma toalha para ele no armário da casa de banho. - Fiquei chateada. 

- Eu é que devia de estar chateado contigo. - falou envolvendo a toalha na sua cintura, dei-lhe uma para o seu cabelo. - Se a Hanna morrer, tu vais ter problemas e não é comigo. - falou calmamente. - Se ela morrer vão haver pessoas que te irão odiar. - comecei a secar também o meu cabelo. - Por mim podes vingar-te as vezes que quiseres, porque na cama nós resolvemos tudo. - falou divertido e eu revirei os olhos. - Não estou a dizer mentira nenhuma, amor. 

- Eu vou vingar-me. - ele enrugou o nariz, e eu assenti confiante, quando ia sair da casa de banho o moreno pegou a minha mão. - Que foi? 

- Eu sei que não o vais fazer. - sorriu convencido. - Porque Catherine, sejamos sinceros já tiveste oportunidade de me matar, várias vezes. - cruzei. - Podias ter-me matado no dia em que chegas-te, podias ter-me matado hoje depois da corrida, podias ter matado cada membro dos Bloods, podias matar-me agora. - apoiei-me ao lavatório e o moreno colocou-se à minha frente. 

- Eu não mato à toa. - o moreno riu, mas riu a sério. Beijou a minha testa e saiu da casa de banho ainda a rir. 

Entrei no quarto também e encontrei Zayn a vestir uns boxers, revirei os olhos e fui até ao meu roupeiro retirando do mesmo uma t-shirt preta larga. Vestia por cima da toalha e peguei numas cuecas vestindo-as, retirei a toalha e olhei uma última vez para Zayn que acabava de vestir umas calças de fato de treino. Desci as escadas e fui até à cozinha, peguei em dois potes de noodles, e no fervedor enchendo o mesmo de água. 

- Agora falando a sério. - o moreno murmurou sentando num dos bancos altos da bancada, curvou-se apoiando os seus cotovelos nela e olhou-me atentamente. - Achas que irá valer a pena vingares-te? 

- Sinceramente? - assentiu. - Não, eu não acho! - exclamei um tanto irritada. - Eu sinto-me sozinha, senti-me sozinha quando todos vocês me olharam daquela forma, senti-me horrível por sentir que te tinha perdido e senti... - apoiei-me à bancada e fechei os olhos com força respirando fundo. - Wow... - sussurrei. 

- Estas bem? - assenti assim que o vi levantar-se. - De certeza? 

- Uhum... - confirmei. - Como eu estava a dizer eu senti-me... - e do nada tudo ficou escuro. 

- Catherine! - foi a única coisa que ouvi depois de cair no chão. 

OLAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA! SÓ VOU DIZER OLÁ MESMO KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK

Disorder « z.m »Onde histórias criam vida. Descubra agora