« setenta »

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Catherine Cooper 

- Lorenzo! - repreendi, os seus olhos azuis caíram em mim e um sorriso traquina formou-se nos seus lábios. - Experimenta. - os seus lábios formaram um beicinho e em segundos a tigela com a sua papa foi parar ao chão. - Lorenzo Alexander Cooper Malik! - gritei a altos pulmões, sem me importar com o resto das pessoas que estavam a dormir na sala. - Tu vais ficar de castigo, e se achas que eu vou fazer mais papa para ti, estas muito enganado. 

- vi os seus olhos encherem-se de água, e bufei frustrada. - Má! 

- Má é a tua mãe. - resmunguei também e logo ouvimos uma gargalhada, olhei para a porta da cozinha encontrando Zayn. - Toma conta do teu filho! - exclamei e vi Lorenzo esticar os braços na direção do moreno. 

- O que é que ele fez? - o mais velho sentou-se numa cadeira, perto de Lorenzo e alinhou os cabelos escuros do mais novo. 

- Atirou a papa para o chão, chamou-me de má e ainda tem o descaramento de começar a chorar, por eu gritar com ele. - respirei fundo e voltei o meu olhar para Lorenzo, o mesmo encarava-me também com um olhar inocente. - Não me olhes assim. 

- A mamã não é má. - Zayn falou acariciando a sua bochecha. 

- É! - o moreno gritou. 

- Estas muito stressada Catherine. - ri sarcástica para Zayn, encarei-o com raiva. 

- Stressada diz ele. - gesticulei. - Eu acordei cedo, porque o teu filho começou a chorar e tudo o que ele fez até agora, foi embirrar porque não gosta da papa! Sabes quantas tigelas ele já atirou ao chão? - Zayn negou calmamente. - Três, e todas elas cheias! 

- Já pensaste, que talvez ele não queira papa? - ele olhou para Lorenzo que no momento metia o seu polegar na boca. 

- Tira o dedo da boca. - pedi e ele riu. - Eu desisto. - suspirei atirando a toalha para a bancada. - Limpa a sujeira que ele fez, alimenta-o que eu vou dormir. 

- Okay. - o moreno encolheu os ombros e levantou-se da cadeira. - Vamos lá Lorenzo. 

Sai da cozinha e subi as escadas, atirei-me para cima da cama e suspirei pesadamente e fechei os olhos durante algum tempo. Eu sou uma mãe horrível, levei as mãos à cara e suspirei novamente em frustração. A cada dia fica tudo mais complicado, e é como se eu não conseguisse segurar nenhuma das pontas que se começam a soltar. 

- Catherine... - olhei na direção da porta encontrando o moreno, sentou-se perto dos meus pés e deu-me um pequeno sorriso. 

- Ele odeia-me... - murmurei fazendo um pequeno beicinho. - Sou assim, tão má mãe? 

- Não acho que sejas. - sorriu levemente. - Ele só acordou rabugento. 

- Mas não há necessidade de atirar tudo o que lhe dou, ao chão porra. - bufei sentando-me de pernas cruzadas. - Eu estou cansada. 

- Descansa, eu posso tomar conta dele. - olhei-o atentamente. 

- Tu estas todo ferido Zayn, deves estar mais cansado que eu. - dei um sorriso fraco. - Tu sim tens de descansar, eu entendo-me com o nosso traquina. 

- Ah! Eu estou bem, pronto para outra. - falou seguro. 

- É porque levamos pancadas todos os dias, algo que virou rotina, não é? - brinquei mas ele ficou sério. - Okay, desculpa eu hoje só estou a dizer merda atrás de merda. - ele negou levemente e aproximou-se beijando a minha testa demoradamente. - Sou uma idiota não sou? - coloquei as mãos nas minhas bochechas e olhei-o. 

- Sempre foste, não é agora que vais deixar de ser. - ri com ele, e deixa-me ser puxada para um abraço. - Vou ter com o Enzo. 

- Ele está com a Molly. - murmurou acariciando o meu cabelo. - A falar em Molly, o que se passa? 

- Outra vez? - questionei afastando-me, ele assentiu olhando-me com os seus olhos castanhos penetrantes. - Ela disse-me que tu estavas vivo, e depois eu vim a descobrir que na realidade tu tinhas morrido, quando eu fui parar ao hospital. - encolhi os ombros. - Coisas do passado. 

- Uma coisa que tu disseste acertadamente. - um sorriso desenhou-se nos seus lábios. - Coisas do passado, chega de viver no passado. 

- Não, eu não a vou perdoar. - comecei a negar freneticamente com a cabeça. 

- Se formos a ver no ponto de vista dela, eu não morri. - gargalhou. 

- Mas mesmo assim, não deixou de doer quando eu descobri que ela me tinha mentido. - retorqui. 

- Vai-te foder Catherine, vai falar com a Molly. - pediu sério, revirei os olhos. - Por favor. - bufei. 

- Eu vou, mas eu não prometo nada. - ele assentiu. - Agora vou ter com o meu filho, descansa okay? 

Entrei na cozinha lançada e logo Lorenzo olhou para mim, deitei-lhe a língua de fora e ele fez o mesmo. Dei dois passos até chegar a ele, e beijei a sua bochecha demoradamente fazendo-o gargalhar com vontade. 

- Desculpa. - ele disse baixo, franzi as sobrancelhas e logo arqueie as mesmas.

- Oi? - questionei rindo.

- Desculpa. - disse mais alto e eu sorri. 

- Estás desculpado, mas se voltares a fazer o mesmo ficas de castigo à séria. - encarei-o com atenção. - Estamos entendidos? 

- Sim! - exclamou como se tivesse entendido tudo o que eu disse. 

- Bom dia. - Molly murmurou alguns segundos depois. - Podemos falar? - questionou levantando-se do seu lugar, olhou-me hesitante. 

- Podemos. - olhou-me surpreendida. 

- Ouve Catherine, tu és a minha melhor amiga e eu apenas te quis proteger entendes? - aproximou-se de mim. - Eu não te quero perder, como perdi a Freya para a Hanna. 

- Não é como se me fosses perder pela Hanna. - ambas rimos, vi os olhos da  loira ficarem cheios de água. - Hey... - avisei. 

- Eu tenho saudades da minha amiga, eu apenas te quis proteger eu não te queria ver naquele estado, e a única forma que arranjei de te aliviar foi aquela.. - sussurrou. - Desculpa. 

- Ah, Molly não era necessário fazeres aquilo. - cruzei os braços. - Mas olha só, metade da tua mentira teve um pouco de verdade. - falei sarcástica e ela riu. 

- Desculpas-me? - indagou e eu assenti dando um pequeno sorriso, porque na realidade eu odeio estar de costas viradas para ela. E Deus foi um ano e meio, a afasta-la.

- Desculpo. - ele guinchou e sem pensar duas vezes abraçou-me, pendurando-se em mim como uma macaca.  - Eu estava farta, era um sufoco estar assim contigo. - falou tão rápido que eu apenas apanhei algumas palavras. - Senta-te eu tenho uma coisa para te dizer. 

- Se fosse só uma. - ambas rimos. - Mas conta. 

- Eu estou nervosa. - abanei as mãos entusiasmada e Lorenzo riu de mim. - Eu e o Dylan. 

- Vocês não usaram proteção, e agora tens um espermatozóide dentro da tua vagina. - ela abriu a boca estupefacta e eu gritei, ou melhor berrei como uma cabra. - Eu vou ser tia! - tapei a boca abafando os meus gritos. Molly ia falar mas eu fui por cima. - Se for menino ele vai chamar-se Frederico, se for menina vai chamar-se Alice. - fiz um gesto estranho e ela riu negando. - É ótimo ter um bebé dentro de nós! 

- Se continuares a gritar como uma égua, toda a gente vai ficar a saber. - sussurrou bastante envergonhada. 

- Eu vou ser pai? - Dylan surgiu do nada. 

OLAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA! 

Disorder « z.m »Where stories live. Discover now