« sessenta e um »

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Catherine Cooper 

Acariciei as pequenas mãos de Lorenzo, olhei pela janela e suspirei, Zach deixou-me sair daquela sala e tudo graças ao meu bebé, que não parava de chorar e eles não sabiam o que fazer. Eu prometi que cá ficaria, se me deixassem ao menos ficar perto dele e claro se soltassem a minha mãe. Acordo feito, e cá estou eu mais uma vez, a servir de isco para atrair o meu pai, e desta vez não sou apenas eu, mas também o meu filho. Segundo a teoria de Zach, se o meu pai perder um dos últimos membros da família ele irá querer proteger o único que ficou, com a sua própria vida. Bom, eu estou disposta a proteger o meu filho, custe o que custar e não vai ser nenhum imbecil - com o nome Robert - que me irá impedir. 

Deitei Enzo ao meu lado, e observei-o a dormir como um anjo, e eu prometo que quando tudo isto acabar eu simplesmente vou desaparecer com ele. E nunca mais voltarei para Compton, irei agarrar na minha mãe e no meu filho, e desaparecer com ambos ir para um sítio onde ninguém nos encontrará, onde eu irei começar de novo. E agora de forma mais cautelosa. 

- Catherine... - suspirei e sentei-me na cama, olhei para a senhora com alguma idade e dei um pequeno sorriso. - Hum... O Zach mandou-me vir cá, trazer-lhe algo para comer. 

- Obrigada, mas não era preciso. - sorri levemente. 

- Daqui a pouco, irão trazer as coisas para o menino. - assenti e desviei o meu olhar do seu, olhei para a janela e suspirei. 

- Obrigada. - sentei-me na cama. - Hum... já sabem alguma coisa sobre o Zayn? - ela negou e o meu peito apertou de uma forma dolorosa. - Obrigada na mesma. - sussurrei.

A porta do quarto fechou-se, e logo a primeira lágrima caiu, há quase uma semana que estou aqui e que não sei nada dele, tudo o que sei é que ele ainda não saiu do hospital. E Deus, eu só preciso de saber se ele está bem, se ele está vivo. 

Harry Styles 

Tentei arranjar um posição confortável na merda da cadeira, mas tudo neste momento parecia difícil. Com Zayn a lutar pela vida na porra daquela cama, eu tenho de ficar a segurar as cordas todas, para que nenhuma delas escapem e vá tudo por água abaixo, eu e Liam tomámos a decisão de que esta é a hora certa, para nos movermos de Compton. Ambos sabemos que Zayn não irá concordar de todo, mas é melhor para todos no momento. Dylan e Niall andam loucos à procura de Catherine e Lorenzo que desapareceram sem deixar rasto, e é óbvio que ela não iria sem nos dizer nada. Hazel mãe de Catherine, disse-nos que ela está fechada numa casa, mas que infelizmente ela não nos consegue dizer onde é. Freya e Hanna, voltaram à casa onde vimos Catherine pela última vez à procura de algo que nos pudesse ajudar e bom Molly, é a única pessoa que no momento está no hospital com Zayn. 

- Harry, estas a ouvir? - Liam questionou e eu ajeite-me na cadeira, apoiei os meus cotovelos na secretária do moreno de olhos castanhos esverdeados, e levei o meu olhar a Liam. - Não estás, claramente a ouvir-me. 

- Desculpa. - suspirei passando as mãos pela cara. - Mas o que estavas a dizer? 

- Que, podemos ir para Miami. - olhou-me para ter a certeza que o estava a ouvir, fiz um gesto para que continuasse. - O gangue de lá é uma merda, nós podemos dominar Miami num piscar de olhos.

- Achas? - assentiu freneticamente. 

- É a nossa oportunidade para sairmos de Compton. - mordi o meu lábio inferior. - Harry, pensa com clareza. 

- Não podemos sair daqui, não sem encontramos a Catherine e o Lorenzo. - ele sentou-se. - O Zayn iria matar-nos, tal como o Dylan e a Molly. - ele assentiu compreensível. - E eu não seria capaz, de os deixar cá também, não depois de tudo o que aconteceu à Catherine e é por nossa culpa, que tudo isto está a acontecer. 

- Sinto que estamos a entregar Compton, de mão beijada ao Robert. - concordei, respirei fundo e assustei-me quando o telemóvel começou a tocar. 

- Molly! - berrei após pegar no telemóvel. - Então, alguma notícia? 

- ela fungou, e acho que todo o meu corpo ficou paralisado. - O-O Zayn... 

- Não faças suspense, vai logo ao assunto. - pedi começando a roer as unhas. - Por favor... - pedi ao ouvir a forma como ela chorava. 

- E-Ele... - suspirou. 

- Morreu? - a linha ficou muda, e a única coisa que se ouvia era o choro da loira de olhos castanhos claros. - Estas a brincar, certo? 

- N-Não... - sussurrou. - O médico acabou de me dar a notícia, ele disse-me que o coração dele... simplesmente parou Harry.  - ela falou rápido, e bastante atrapalhada. - E agora? 

- E agora... fodasse. - Liam olhou para mim preocupada, mas obviamente ele já havia percebido. - Nós vamos para aí. 

Catherine Cooper 

A minha respiração ficou presa no meu pulmão, como se não conseguisse passar deles. Os meus olhos encheram-se de lágrimas e o meu peito dói como nunca doeu antes, a mesma sensação que eu tive quando o meu pai morreu e quando eu pensei que a minha mãe havia morrido. Zach estava à minha frente com um sorriso vitorioso desenhado nos seus lábios, ele continuava a falar mas eu estava bastante longe para o conseguir ouvir, sabia que ele se estava a divertir com a situação, ao ver as minhas lágrimas e o meu pânico. Lorenzo continuava a dormir, o que de momento era bom, mas e quando ele acordar? Como é que eu vou conseguir olhar para o meu filho, e perceber o quão parecido ele é com o pai, e que por causa de tudo isto ele o perder, cedo demais sem sequer o conhecer tão bem. Nem eu conhecia o Zayn tão bem, na verdade acho que ninguém o conhecia tão bem. 

Mas eu amava-o. 

As coisas aconteceram tão rápido, mas entre mim e o Zayn as coisas correram tão lentamente e tão estranhamente. Eu odeio-me neste momento, por ter sido tão cega e ter demorado uma imensidão de tempo, para perceber que o amava, que estava apaixonada por ele e que ele foi o primeiro rapaz, a trazer esses sentimentos à tona. E infelizmente agora é tarde, para lhe poder dizer tudo isto. 

- Escreve uma carta, talvez a dor passe. - Zach falou rindo e aproximou-se de mim. - Pensa assim, agora o teu filho não terá ninguém que o influencie. 

- Cala-te... - pedi com raiva, levantei-me da cama e coloquei-me à sua frente. - A culpa é toda vossa. - solucei. 

- Tem calma, amor. - ele gargalhou. - Já estava na hora dele. - olhei-o com nojo. - Agora só falta um, o teu pai e és livre. - ele olhou-me atentamente, passou a sua mão pelo o meu cabelo e em seguida sorriu. - A morte de dois criminosos, pela tua liberdade o que achas? 

- Tu és um monstro! - sussurrei alto. 

- Eles são mil vezes pior. - aproximou-se. - Vais agradecer-me um dia, por os ter matado. - neguei freneticamente com a cabeça. - Tu e o Zayn, nunca seriam felizes e a única coisa que vocês teriam em comum, era ele. - olhou para Lorenzo na cama. - E felizmente para ti, o bebé vai nascer sem o pai, ou seja se depender de ti ele nunca irá saber o que é roubar e matar. 

Senti o meu lábio inferior tremer, e neguei várias vezes com a cabeça. O facto de estarem a festejar a morte dele, magoa-me mais do que eu pensava que iria doer. 

- Deixa-me ir embora, por favor. - pedi e ele negou fazendo um pequeno beicinho. - P-Por favor. 

- Amor, não chores não gosto de te ver chorar. - limpou as minhas lágrimas. - Não chores por um canalha, ele nunca te mereceu mesmo. 

- Tu não precisas de mim para nada! - gritei e logo Lorenzo começou a chorar. - Deixa-nos ir embora, tu não precisas de nós. 

- Eu preciso, e além disso eu posso cuidar de ri dar forma correta. - ele afastou-se. - Vou pedir, que tragam algo para comeres. - beijou a minha testa e eu empurrei-o com raiva. - Não sejas uma menina má. - falou e depois riu. Doente.  

OLAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA COMO ESTÃO? 

Disorder « z.m »Onde histórias criam vida. Descubra agora