Capítulo 5 - Coragem Líquida

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Dezembro chegou, e trouxe consigo, além do tradicional frio escocês, muita neve. Sempre que a neve dava uma folga, eles gravavam as externas, mas por mais que ela não estivesse presente, fazia muito frio, e nos intervalos de gravação todos os atores recebiam casacos térmicos e copos e mais copos de café quentinho.

    Mesmo com todos esses cuidados, logo Sam pegou um forte resfriado. Claro que doença nenhuma o impediria de seguir com o cronograma de gravações, então á base de anti-inflamatórios, seguiram com o programa.

    Ele sempre dizia que malhar, correr, escalar ou qualquer outra atividade física o deixava revigorado e então mesmo com o nariz escorrendo e com a garganta toda zoada, seguia acordando ás cinco da manhã pra correr e malhando nos intervalos das gravações.

— Sam, já chega! — Caitriona entrou obstinada na academia montada anexa ao set de gravação. Lá dentro estava super gelado e Sam que usava apenas uma regata e shorts, fazia uma pausa entre uma série e outra de agachamento.

— Chega de quê? Tá louca? — perguntou, fungando um pouco enquanto se preparava para a série seguinte.

— Me dá esse peso aqui! —ela disse, arrancando o haltere de sua mão, pegando-o de surpresa — Você não vai mais fazer nenhum maldito exercício até melhorar.

— Caitriona... — protestou, fazendo uma tentativa absurda de tentar resgatar o haltere.

— Esquece! — falou mais alto, largando o peso no chão, o mais longe possível de Sam — Agora vai tomar um banho quente e vestir uma roupa coerente com o frio que tá fazendo.

    Ele estava chocado, pra dizer o mínimo. Uma hora estava tranquilamente fazendo seus exercícios, e na outra ela irrompera ali, dando ordens.

— Vamos! — Caitriona bradou, empurrando-o em direção ao banheiro — E não demore, vou estar esperando aqui.

    Ele pensou em contestar e até chegou a abrir a boca pra falar algo, mas um espirro o pegou desprevenido e Caitriona aproveitou para empurrá-lo de vez em direção ao banheiro.

    Quando saiu do banho, vestindo três camadas de roupas e um casaco térmico, encontrou Caitriona sentada na estação de musculação, remexendo as pernas para se manter aquecida.

— Pronto, satisfeita? — perguntou, dando uma voltinha pra mostrar que estava devidamente encasacado.

— Não, eu não estou, seu desgraçado. — ela levantou, puxando-o para fora da academia em direção ao set, onde tinha calefação e ninguém morreria congelado — Já faz duas semanas que você está doente, Sam. Duas semanas. E você não escuta ninguém.

— Eu já disse que estou bem — ele falou, limpando a garganta. Segundos depois teve um acesso de tosse, como que para contradizê-lo.

— Tô vendo — Caitriona rebateu, assim que ele parou de tossir — Eu já estou de saco cheio de mandar você ir ao médico, de sugerir que não saia correr nesse frio desgramado todas as manhãs. É óbvio que você não vai melhorar se não está tomando os devidos cuidados.

— Caitriona, você tá exagerando — ele reclamou, abrindo a porta do set pra ela entrar. Ali dentro estava super quentinho e assim que entraram já foram tirando os casacos e entregando a um assistente que passava por ali.

— Não, eu não estou exagerando. Eu falei com o Ronald e estamos indo pra casa agora .— falou, sem pedir a opinião dele —Não dá pra ficar repetindo mil vezes a mesma cena porque você tem acessos de tosses e espirros. Então ele preferiu te mandar pra casa e adiar suas cenas por enquanto. E eu pedi pra ir junto, pra cuidar de você.

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