Capítulo 25 - No topo da montanha

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Um mês inteiro. Cinco semanas. Tempo suficiente para colocar todas as séries em dia, ler grande parte dos livros da prateleira, comprar mais alguns, planejar um casamento, e procurar por uma casa. Foi assim que Caitriona preencheu seus dias, alternando entre o sofá e a cama. Eventualmente o tédio se instaurou, e por mais que Tony fosse uma presença alegre, era somente quando Sam chegava em casa, no fim do dia, que ela se sentia completa.

Ele tinha voltado a gravar na semana seguinte à seu retorno da Patagônia. A produção estava se desdobrando para adiantar tudo que fosse possível enquanto Cait não pudesse voltar ao trabalho. Se fosse necessário, atrasariam o lançamento da nova temporada, mas ela tinha fé que conseguiria voltar a tempo. Tinham sido obrigados a abrir o jogo sobre a gravidez com o alto escalão da Starz, por mais que Caitriona não quisesse, mas eles precisavam justificar o afastamento dela. A repercussão ao anúncio do noivado havia sido exatamente como Maril dissera: a Starz não teve coragem de fazer valer a cláusula contratual, o fandom ficou em êxtase. Pelo visto, todos torciam por eles.

    Eles tinham decidido comprar uma casa juntos. Há anos viviam naqueles flats da produção, mas com o bebê a caminho sabiam que precisavam de um lugar só deles. Caitriona passava o dia vasculhando sites de imobiliárias, e como não podia ir visitar as casas, Sam ia sozinho e ligava pra ela via facetime pra mostrar como realmente eram as casas. Tinham algumas em vista, mas não tinham realmente se apaixonado por nenhuma.

    O casamento era um assunto em suspenso, uma vez que Caitriona não sabia quando ia sair do repouso absoluto e poder efetivamente fazer alguma coisa, então apenas tinha olhado algumas revistas de noivas, recebido algumas propostas de grandes estilistas para seu vestido, mas nada muito certo ainda. Teria que lidar com isso quando realmente houvesse a possibilidade de um casamento. Nenhum deles fazia questão de se casar antes do bebê nascer.

    As consultas com a médica eram semanais, para acompanhar o desenvolvimento do bebê. Além disso, ela essa passando com um hematologista, que estava cuidando da questão da trombofilia. As injeções ainda eram um momento delicado. Ela e Sam tinham decidido que iriam fazer juntos, todos os dias. Sam não gostava de ideia de ter de furá-la, assistir sua careta de dor, mas se ela pedira, ele faria sem hesitar. Juntos eles eram muito mais fortes.

    *

    Cait tinha um sorriso no rosto quando saiu do consultório. Sam a esperava na recepção. Tinha entrado junto com ela para o ultrassom, mas no final, a Dra pedira para falar a sós com Caitriona. Ele ficava todo bobo toda vez que ia junto com ela, a satisfação em ouvir o coraçãozinho do bebê, ou quando a médica apontava no monitor o contorno da cabeça, ou de um pézinho.

– Toma – ela lhe entregou um envelope branco, sorrindo, enquanto entravam no elevador.

– O que é isso? – Sam questionou, curioso, antes de abrir o envelope.

– O sexo do bebê – ela disse simplesmente – A Dra falou para eu te entregar, caso você esteja curioso. Pode olhar, mas não me conta, tá?

– Ah, isso – ele virou o envelope nas mãos, ponderando se deveria abrir ou não – Não, não quero saber – e então guardou-o no bolso da calça jeans.

    Ele segurou a mão dela, acariciando de leve seus dedos, um sorrisinho de lado, aquele olhar que lhe tirava o fôlego. Ela puxou uma lufada de ar, lembrando-se de respirar antes que ficasse tonta, quando ele se aproximou e grudou seus lábios em sua nuca, num beijinho terno.

– Se você não quer saber, então também não quero –  ele falou, bem perto do ouvido dela, sua respiração fazendo com que ela se arrepiasse.

– Eu estou liberada pra voltar a trabalhar –  ela contou, e então Sam entendeu o motivo do sorriso – Ela disse que está tudo bem com o bebê, que está se desenvolvendo como deveria, e a placenta já se estabilizou.

Kiss meWhere stories live. Discover now