Capítulo 31 - Dois presentes

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A cozinha estava um caos, ele tinha que admitir. Por mais que gostasse de cozinhar e se aventurasse na cozinha vez ou outra, cozinhar pela manhã obviamente não era seu ponto forte. A chaleira chiou, anunciando que a água já estava começando a ferver para o café. Ele largou a massa de panquecas meio batida enquanto se esticava para desligar o fogo. Café e água fervente não faziam uma boa combinação. Despejou a água com movimentos circulares sobre o coador. O cheiro de café invadiu a cozinha. A frigideira já estava bem quente para receber a massa das panquecas, que cresceu lindamente. A última queimou um pouquinho de um dos lados. Ele a colocou por baixo enquanto arrumava a bandeja com esmero.

Foi até o quarto, equilibrando a bandeja com todo o cuidado do mundo, enquanto abria a porta. Acomodou-a sobre a mesa de cabeceira enquanto se aproximava de Cait. Ela ainda ressonava calmamente, e ele odiou acordá-la. Mas qual era o ponto de um café da manhã na cama se a pessoa não acordava com a comida ali? Além do mais, se ele fosse esperar que ela acordasse sozinha, provavelmente não tomariam café da manhã, e sim almoçariam...ou jantariam. Ela não era uma pessoa muito matinal, especialmente nos últimos dias, mas dez horas da manhã era um horário perfeitamente aceitável para se acordar alguém.

Sentou-se na beira da cama ao lado dela, e observou-a por alguns segundos. Ela estava usando apenas calcinha e a blusa do pijama, que estava levemente erguida, revelando a barriga cada vez maior. Mesmo dormindo, ele podia ver a felicidade estampada em seu rosto. Apesar da obra estar um pouco enrolada, todo o resto estava indo muito bem para eles, e Cait estava radiante, ansiosa pela casa e pelo bebê.

Deu-lhe um beijinho terno na testa, seguido por outro atrás de sua orelha, e mais um na base do pescoço, e quando percebeu que ela estava começando a despertar, beijou-lhe na boca. Ela hesitou por um momento, e então, percebendo de quem se tratava, apenas correspondeu.

— Bom dia, querida — Sam falou, sorrindo e se afastando um pouquinho. Ela abriu um dos olhos, em seguida o outro, e então um sorriso enorme ocupou-lhe os lábios. Ela levou a mão à barriga, como se para verificar se ela ainda estava ali.

— Bom dia — respondeu preguiçosamente, espreguiçando-se enquanto Sam pegava a bandeja e colocava sobre suas pernas. Ela ajeitou-se nos travesseiros, sentando-se, um pouco surpresa.

— Feliz aniversário, Cat — ele aproximou-se mais dela, puxando-a para um abraço de urso. Ficaram assim por vários minutos, até que Sam se lembrasse do café, afastando-se com dificuldade — O café vai esfriar.

— Café? — Cait questionou, lembrando-se da recomendação da Dra. Carina para que evitasse seu tāo amado café.

— Descafeinado — Sam explicou, servindo numa xícara. Cait inspirou aquele aroma, sorrindo. Na bandeja, além da garrafinha térmica que continha o café, havia uma imensa pilha de panquecas cobertas com maple syrup e morangos, blueberries e cerejas, além de um pequeno buquê de flores que Sam colhera em sua corrida essa manhã.

— Você que fez? — ela questionou, levantando uma das sobrancelhas enquanto levava a xícara de café até a boca. Molhou os lábios e sorriu. Ela amava um bom café.

— Tudinho — respondeu, satisfeito. A cozinha continuava uma bagunça quando foi para o quarto, mas a diarista de Cait tinha acabado de chegar, e, com sorte, quando finalmente saíssem do quarto, tudo estaria arrumado. Fez uma nota mental para pagar um extra para a mulher pelo transtorno.

Ela deu uma garfada nas panquecas e ele apenas observou-a mastigar com satisfação, dando outra garfada em seguida, mas dessa vez oferecendo a ele, que aceitou sem hesitar.

— Estão deliciosas, Sam — elogiou, lambendo os lábios.

— Eu tenho dois presentes pra te dar — ele disse, terminando de mastigar. Ela não tinha notado ainda, mas a seus pés haviam dois pacotes, um deles era azul, e o outro dourado — Qual quer abrir primeiro?

Kiss meWhere stories live. Discover now