Kiss me

Capítulo 9 - Um aperto de mãos

Duas horas. Era esse o tempo que demoraria para tê-la novamente em seus braços, Sam pensou, enquanto terminava de embarcar no vôo para Dublin, usando um boné azul bem puxado sobre os olhos - seu disfarce.

Uma semana havia se passado desde o dia em que eles finalmente declararam seus sentimentos um ao outro, e nesse meio tempo, mesmo com as gravações ininterruptas, estiveram juntos vinte e quatro horas por dia. Era estranho estar longe dela, mesmo que fosse por apenas oito horas. Já estavam separados há seis e ainda faltavam duas, ele contava.

Ele estava morrendo de medo do olhar do Sr. Balfe, e principalmente do aperto de mãos que ele daria quando ficasse sabendo do relacionamento, mas também ansiava por finalmente poder dizer para alguém que estavam juntos. Os pais dela seriam os primeiros a saber, sua mãe em seguida.

Enquanto o avião decolava, ele percebeu que estava sendo observado. A mulher até tentava disfarçar, mas lhe lançava olhares de minuto em minuto. Provavelmente uma fã que o havia reconhecido. Ele então colocou os fones de ouvido e fechou os olhos, se isolando do mundo, um sorriso discreto em seus lábios enquanto lembrava da conversa da noite anterior.

Eles alternavam, dormindo uma noite em cada apartamento desde o fim de semana. A ideia de dormirem separados, após quatro anos de olhares contidos e sentimentos reprimidos era inconcebível para eles.

O apartamento de Sam estava bem aquecido, em comparação com as temperaturas quase negativas que faziam do lado de fora. Eles estavam deitados no tapete grosso e felpudo, em frente ao sofá e bem próximos das lareira, cobertos apenas por uma manta fina, totalmente nus.

– Sam, e a Mauzy? – Cait perguntou, levantando sobre um dos cotovelos e encarando-o curiosamente.

– O que tem ela? – respondeu, acariciando suas costas nuas em movimentos circulares.

– Ela não era sua namorada? – sentou-se, finalmente lembrando que ele deveria ter namorada e que estava muito errado o relacionamento deles – Heughan, faça a gentileza de me dizer que não sou a outra. E diga logo antes que-

– Cait, deite-se, está bem? – falou calmamente, puxando-a para seu peito novamente, mas ela não cedeu – Kenzie e eu nunca tivemos nada.

– Como assim? – ele ouviu a impaciência em sua voz.

– Na verdade, foi ideia do meu agente. – e então ele contou como seu agente havia sugerido que ele arrumasse um namoro midiático para aplacar os comentários sobre ele e Cait – E eu pensei que seria uma boa forma de verificar se você não sentia nada por mim... quer dizer, esperei que demonstrasse ciúmes.

– Devo ser melhor atriz do que eu imaginava então – Cait sorriu, lembrando-se como se sentia cada vez que via Sam com a loira – Eu pensava em formas de matá-la sem deixar rastros toda vez que batia os olhos em vocês juntos.

– E Tony? – Sam inquiriu, sorrindo de lado.

– Melhor amigo gay. Mas acho que você já sabia disso – ela sorriu, sabendo que Sam jamais tinha comprado a história de seu namoro com Tony.

– Ele dá muito na cara, não tinha como acreditar.

– Mas afinal, de onde ela saiu? – não conseguiu conter a curiosidade. Era claro que ela e Sam tinham sim alguma intimidade.

– Faz uns... – Sam pareceu fazer contas mentais – acho que dez anos que nos conhecemos. Temos alguns amigos em comum e escalamos juntos algumas vezes. – explicou – Quando a procurei, propondo que se passasse por minha namorada, achou que seria bom pra ela também, quer dizer, midiaticamente falando.