Dylan O’Brien como Victor Reincke
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O dia resolveu ficar cinzento no exato último dia de verão. De certa forma, combinava com o clima que se encontrava a casa dos Blakes naquele quase fim de manhã.
Claire cortava cuidadosamente os legumes postos na tábua de madeira acima do mármore, de vez em quando encarando a paisagem por detrás de sua janela.
É, com certeza vai chover pensou, suspirando em seguida. Olhou para trás, para um lado, para o outro, retornou o olhar à frente e largou a faca, levando a mão aos cabelos, inclinando-se e apoiando seu cotovelo naquela bancada. Sentia-se sem ânimo, cansada, com o coração doendo em preocupação. O que iria acontecer com Heather? Quando seu pai voltaria? ...Aliás... ele voltaria?
Se lembrou da forma a qual acordara: com os gritos irritados de James. Ele parecia estar brigando sério com alguém, alguém cujo a garota só conseguiu descobrir quando desceu as escadas e deu de cara com os dois policiais arrastando seu pai para fora de casa.
Não gritou, não chorou, só sentiu um imenso calafrio percorrer pelo seu corpo inteiro e correu para a porta enquanto observava aqueles dois o levarem apressadamente para a viatura estacionada na calçada.
...Mais uma vez se sentiu inútil por não fazer nada… Mas… o que poderia fazer numa situação como aquela?
Sentiu um nó na garganta tão horrível e tão intenso que seus olhos marejaram. Porém ela não permitiu que as lágrimas caíssem.
“Ei!” Foi quando ouviu a voz de Victor que notou ele vindo em sua direção, ainda trajando seu pijama: uma camiseta branca e uma samba canção dos Simpsons. “O que aconteceu? Eles interrogaram vocês também?”
…
Finalmente permitiu-se desmoronar. Finalmente permitiu que suas lágrimas caíssem, que escorressem pelas suas bochechas e pingassem naquele mármore. Precisava disso. Precisava liberar. Segurar aquilo só estava prejudicando-a mais do que já estava prejudicada.
Quando havia sido a última vez que chorara daquela forma? Ela não sabia dizer. Em sua infância chorava por tudo. E seus amigos a chamavam tanto de chorona que ela resolveu aprender a controlar, porém em algumas situações era certamente impossível, tal como sua preocupação com o vício de seu pai em bebidas, o conflito entre ele e seu irmão mais velho, o falecimento de sua mãe, o de Stephanie, a situação que Andrew se encontrou após isso… e agora o medo de perder seu pai e sua irmã adotiva...
Mas ela sempre se escondia, nunca chorava perto de ninguém. Odiava isso.
Enroscou a mão nos próprios cabelos e pediu silenciosamente para que tudo desse certo, para que as coisas voltassem a ser o que eram na manhã de ontem… é incrível como tanta coisa pode acontecer em um só dia, em menos de um período de vinte e quatro horas, tudo pode mudar.
Crash!
A garota arfou, se virou e encarou o teto no momento em que se assustou com aquele barulho que parecia vir de um vidro estilhaçando-se no chão.
“Oh, merda!” Ouviu a voz de sua irmã. Suspirou, fechou os olhos por um momento e quando os abriu, caminhou em direção às escadas enquanto limpava o rosto molhado com a própria mão. Ao chegar no quarto da garota, abriu a porta sem ao menos bater. Victor, sentado na cama, a encarou. Carregava uma garrafa de vodca lacrada em sua mão. E Kate, agachada no chão, se levantou, também encarando a loira.
— Eu deixei uma das garrafas cair no chão, mas já vou limpar — afirmou. — Pelo menos consegui beber um pouco…
— Na verdade você tacou a garrafa no chão por vontade própria — Victor rebateu, arqueando as sobrancelhas. — E estava cheia. Foi um puta de um desperdício.
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Painful Secrets - 1ª Temporada[CONCLUÍDO]
Teen FictionSegundo lugar na cartegoria "Diversos" no concurso Flores de Ouro. Segundo lugar na cartegoria "Ficção Adolescente" no concurso Connecting Talents História mais indicada nas cartegorias "Melhor Livro" e "Melhor Elenco" no concurso Leeboks A história...