Painful Secrets - 1ª Temporada[CONCLUÍDO]

Ele não é quem você pensa

Evan Peters como Harry Becker
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  A sala do diretor era ampla, porém pouco mobiliada. Sua mesa extensa estava repleta de papéis, e no espaço à frente da poltrona de couro preta, se encontrava um notebook da marca Apple, que ficava de costas para duas cadeiras acolchoadas da mesma cor daquela poltrona. Na parede, haviam alguns quadros espalhados relacionados àquele colégio, como por exemplo, uma foto deste do lado de fora, em um dia bem ensolarado. Também havia um retrato antigo em preto e branco que apresentava cinco homens sorridentes, onde o do meio carregava o certificado de fundação daquele lugar, e um que mostrava cerca de seis jovens trajando os clássicos uniformes de futebol americano dos Wolves, carregando um garoto do time que com um enorme sorriso no rosto, segurava um troféu em suas mãos. Troféu este que hoje se encontrava naquela sala, em uma estante repleta de prêmios conquistados pelos Wolves e pela própria escola. Não eram muitos, mas eram importantes e sempre guardados com carinho.

  No momento em que Derek entrou naquela sala, seu coração parou por um segundo quando seus olhos bateram no homem que estava ao lado da poltrona a qual Albert Husky estava sentado.

Christopher Allen…

  Já imaginava que seria interrogado por ele, mas essa situação não deixava de assustá-lo. A última vez que foi interrogado pela a polícia — além do dia em que sua mãe fora assassinada e sua irmã desaparecera — foi por conta do tráfico de drogas o qual seus “colegas de casa” estavam envolvidos em Chicago. Teve de salvar a própria pele e ainda a de seus colegas, e por incrível que pareça, conseguiu. Não dependeu somente dele, claro, mas conseguiu ajudar bastante.

  ...Porém, naquele crime, Derek não estava tão envolvido quanto nesse. Agora ele era um dos principais culpados…

 — Bom dia, Sr.Husky... — disse ao se aproximar, olhando em direção ao crachá dourado preso ao peito do uniforme que o outro homem usava. — Sr.Allen…

 — Sr.Morris, o oficial Allen quer ter uma palavrinha com você. Tudo bem? — se levantou.

 — Claro — franziu o cenho, fingindo estranhar tudo aquilo e logo deu de ombros, retirando a mochila das costas antes de se sentar em uma das cadeiras.

 — Vou estar pelos corredores se precisarem de mim. Fiquem à vontade — e se encaminhou para fora da sala.

 — Derek Morris — céus, como Derek odiava ser chamado pelo sobrenome. Aquela era a terceira vez só naquela manhã. Daniel soa bem melhor, pensou. — Presumo que seja um dos amigos de… Heather Blake. Certo? — Se sentou na poltrona do diretor, vendo o garoto assentir com a cabeça. — Okay. Pode me dizer como vocês se conheceram?

  Estava quase impossível conter o nervosismo. Manter-se sério por fora era apenas uma casca, uma fina casca a ponto de se rachar e deixar com que o som de seu coração a mil por hora fosse ouvido no ambiente. Ele apoiou os braços acima da mesa e entrelaçou os dedos de uma mão na outra, ainda deixando que suas palmas se encostassem àquela madeira escura.

 — Em uma festa. Dois dias antes das aulas começarem — quando se está falando com alguém, contato visual é sempre importante quando se há de criar um elo de confiança, além de querer que acreditem em suas palavras. E Daniel não desviava os olhos do de Christopher nem por um segundo, mesmo lutando contra si mesmo para não fazê-lo. — Ela acabou ficando chapada demais, eu a ajudei… — Suspirou, lembrando-se daquela louca e longa noite e se encostou na cadeira, abaixando os braços. — Acho que começamos uma — Os levantou para fazer aspas com os dedos. — “amizade” a partir daí.

“Heather, pare de gritar!”

“Heather? Eu sou Sam! Você está muito, muito louco…”