Francisquinha

Capítulo I - Dinheiro, Amor ou Paz?

NUM DIA quente, mas não é um pouco quente não, era muito quente. Naqueles dias que a expressão ‘’Da para fritar um ovo no asfalto’’ se repetia varias e varias vezes. Francisca sentia tanta fome que poderia roubar os ovos das frases. Pois bem, estava irritada em não aguentava ouvir um ‘’mi mi mi’’ que já tinha uma resposta na ponta da língua.

Viu ali, não tão distante, uma colega de classe aos prantos, molhando a borra das saias com suas lagrimas, e foi até ele contar uma historia que acabara de inventar, dizia assim: Estava ali uma mulher muito infeliz e muito pobre, quando de repente apareceu a morte e disse assim:

- Você prefere viver o resto da vossa vida triste ou prefere viver o resto do dia feliz?

A mulher ficou parada, pensou um pouco, e preferiu viver o resto do dia feliz. Então a Morte perguntou a ela o que significa ser feliz, então a mulher respondeu:

- Ter muito dinheiro, um amor e viver em paz!

Então a Morte concedeu. Deu a mulher mais que um mar de dinheiro, um homem maravilhoso para ela, e deixou a mulher em paz pelo resto do dia.

No começo estava bem, mas começou a ficar pior. A morte como não queria que a mulher ficasse feliz fez com que o homem se interessasse mais no dinheiro dela do que em ama-la, então o homem fugiu com todo o dinheiro da mulher. E a ela ficou só com a paz.

Acabando o dia, a Morte veio buscar a mulher, e lhe fez uma pergunta:

- Hoje você foi feliz?

E ela respondeu:

- Hoje foi o dia mais feliz da minha vida!

A Morte ficou assustada, e perguntou:

- Mas você perdeu tudo, até o homem que lhe amava!

E para a supressa da morte ela disse:

- O que eu precisava mais era de Paz.

Após contar a história à colega olhou para ela, deu um abraço e voltou sorrindo para a sala. Não entendeu muito, mas deixou para lá. Pelo menos consegui deixar a garota feliz.