Capítulo XXIX - Vincos (Especial para o velho ano que está indo)

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Imagine se cada poeta só tivesse o direito de publicar um livro com no máximo cem poemas? O rebuliço que seria com a criação dessa nova lei. Pense em como seria o mundo se existisse mais armas de destruição. Uma noite mal dormida é constantemente comparada e diversas catástrofes em vários meios.

Francisquinha dormia na parte de baixo de um beliche que dividia com Tereza ‘’a intocável’’ como apelidou mentalmente. Acordou cedo, nem uma das moças tinham se movimentado para denunciar que estariam vivas, foi até os fundos e ficou admirando os pomares de frutas.

- Um belo dia, não é mesmo? – Francisquinha se virou abruptamente, um homem saía de dentro da casa. – As outras costumam acordar tarde, mas você não é como elas.

- O que está fazendo aí? – perguntou indignada para o homem e logo após cruzou os braços.

- Eu trago o pão todos os dias de manhã. – disse se virando percebendo que alguém estava por vir.

- Muito bem, Obrigado meu filho. – Abigail apareceu como um pensamento e continuou ali

- Sim senhora.

- Espera, Christina disse que você teria algo para mim – Francisquinha interrompeu quase segurando a mão do jovem.

- Ah sim, aqui está. – estendeu a mão e lhe entregou um pacote

- Obrigado. – disse decepcionada. Um pacote pensou, e eu achando que seria emprego. Depois resolvo isso e ainda tenho que enviar um endereço a Pandora, ela pode esperar.

- Minha filha, vamos trabalhar? Aqui as coisas não aparecem magicamente. Eu sei que ele é boa pessoa, mas tem compromisso. Sabe fazer café?

- Sim. Forte, fraco? Como à senhora gosta? – falou despertando do sei pensamento

- Café barato.

- Café barato?

- Venha, vou lhe explicar. – disse à velha que agora empurrava a menina casa adentro.

Abigail ensinou o que era Café barato, muita água e pouco pó. Algumas pessoas chamam de ‘’chá-fé’’ outras denominam ‘’canguinhagem’’, vai de cada lugar.

- Se por um acaso você não tomar café, ali no fundo tem capim-santo e outras ervas para chá. Uma coisa importante, meus remédios cuido eu. Se um dia eu me esquecer de tomar algum é porque vou estar louca.

- O.K.

- Agora vá terminar o café, sem ele eu não fico em pé.

Francisquinha terminou o café, comeu o pão e arrumou a cozinha, fez isso tudo com Abigail observando e advertindo: ‘’não deixe os pratos na pia, trate de enxuga-los e guardar no armário’’.

- Vou sair para comprar um jornal, ainda hoje tenho que resolver meu problema que é o desemprego. Não vou ficar aqui amolando a senhora sem trazer dinheiro para casa. – disse Francisquinha tomando sua bolsa no quarto e saindo pela porta. Boa menina, disse a velha quase chorando.

Saiu no desconhecido, olhava para trás constantemente para ver se ainda conseguia enxergar a casa e não se perder nos grandes prédios. Chegou a uma praça onde tinha um senhor idoso que parecia estar dormindo e encontrou, não ao longe, um lugar onde vendia jornais a um preço bom.

Sentou-se no banco da praça e ficou olhando os carros, que aos poucos iam se congestionando na pista, folheou o jornal até chegar à parte dos classificados e se deparou com diversas oportunidades inviáveis.

FrancisquinhaWhere stories live. Discover now