Capítulo XXXI - Erupções

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- Grávida?

- Sim, você não pode falar nada para Abigail, ela colocaria Clara a rua. – Christina estava chorando cobrindo os olhos com as mãos parecia culpada e as outras olhavam para os lados como se fugissem de algum mal.

- Fique calma – disse Francisca que agora estava a abraçando cada vez mais forte, envolvendo em seus braços, transmitindo proteção.

- Ela é minha irmã Francisca, eu tenho que ajudar ela. – lágrimas escorreram pelo seu rosto revelando e medo que ali se abrigava. Tudo estava em uma corda bamba e um deslize poderia colocar tudo a perder.

- Nós vamos ajudar ela. – estava levando Christina para cama quando ela continuou:

- Se você descobriu qualquer um pode.

- Pode sim, mas eu não vou deixar.

Depois disso dormiram uma noite tranquila para um dia difícil. Uma recompensa dos deuses.

No meio da noite com o barulho do vaso sanitário, foi até lá e não encontrou ninguém. Acreditando estar louca Francisca foi até a cozinha e lá viu Clara bebendo água.

- Que susto, quase me matou. Se me ouviu usando o banheiro, por favor, não conte nada a Abigail. – Clara segurava um copo na frente do bebedouro, tremia e parecia estar fugindo de alguém.

- Eu sei de tudo Clara.

- Tudo o que? – respondeu a mulher que agora estava pálida

- Você está grávida. – Francisca disse sem rodeios, não queria nem ao menos poupar um pouco a mulher.

- Christina lhe contou, vou matar ela. – falou batendo com o pulso no balcão com raiva. O tempo poderia, dali em diante, se tornar perdido. Ela já planejava fugir de casa, mas para onde iria?

- Não, eu ouvi umas noites atrás...

- Por favor, Francisca não diz a Abigail. – Clara cortou Francisca quase se jogando nos pés dela, mas tomando as mãos da desesperada Francisca continuou:

- Sim, mas eu quero saber: você já fez algum exame, alguma coisa.

- Só o teste de gravidez

- Quantos meses a criança já tem?

- Três.

- Três messes e você não fez nada? – Francisquinha agora estava com raiva da mulher, mas logo passou. Se sumisse Abigail iria desconfiar e se pedisse para ir a um médico levantaria suspeitas.

- Eu fiquei desesperada, eu não sei o que fazer.

- Está bem, amanhã você vai comigo procurar um médico. Conhece algum?

- Sim, mas ele não cobra barato.

- Eu tenho dinheiro guardado. – continuaram conversando por minutos e depois disso Francisquinha foi dormir. Deixou a menina no sofá da sala olhando para a grande prateleira cheia de livros.

A noite ficou mais fria, com o passar dos minutos o vento foi levando as impurezas da alma de cada um, revelando ainda mais as suas origens ancestrais.

O dia pairava na grande janela do cômodo onde dormiam três mulheres. Uma delas tinha pegada no sono no sofá renegando sua cama junto as outras, tinha que pensar nos seus atos.

- Bom dia. – depois de ouvir aquilo Christina acordou bruscamente e bateu com a cabeça na cama de cima. Colocou os pés no chão, esticou os braços e foi ao banheiro.

FrancisquinhaOnde histórias criam vida. Descubra agora